Neste final de semana (24 e 25), um total de 7,7 milhões de pessoas, na sua maioria jovens, irão fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), em cidades espalhadas por todos os estados brasileiros.
A data representa, para boa parte dos inscritos, a única possibilidade de tentar o acesso a uma universidade pública. Em 2014, cerca de 9,5 milhões de candidatos se inscreveram para o exame, em contrapartida, foram oferecidas apenas 206,6 mil vagas pelo SISU para universidades públicas. Ou seja, apenas 2,17% dos mais de 9 milhões de candidatos conseguiram entrar em uma universidade.
Aproveitando a data, o Amanhecer Contra a Redução promoverá sua segunda ação nacional, com o intuito de mostrar que a juventude brasileira não precisa de mais vagas nas prisões e sim de mais vagas nas universidades e de mais educação.
A campanha #EnemContraARedução irá enfeitar os locais de provas por todo o país, com cartazes, adesivos e mensagens contrárias à redução da maioridade penal, incentivando a educação, a cultura e o lazer.
Para participar da ação, basta reunir um grupo de pessoas, escolher um local de prova e preencher o formulário.
Participe também espalhando a tag #EnemContraARedução em suas redes sociais.
Marcos Marques de Sousa Trindade
26/10/2015 - 09h35
Participo do ENEM desde 2009, ano que o novo formato da prova passou a vigorar. E tenho uma crítica a fazer: o que era um conceito fantástico, de priorizar o raciocínio lógico em detrimento do chamado “decoreba” – mera decoração de fórmulas – acabou. Ao que parece, a máfia dos cursinhos venceu. Os próprios cursinhos, após a aplicação das provas, reconheceram que as provas desse ano foram “conteudistas”. Fico imaginando os alunos da rede pública de ensino – excetuando aí aos alunos dos CEFETs e ETECs que vivem uma realidade um pouco melhor – tentando resolver as questões do ENEM desse final de semana. As chances, que já eram baixas mesmo nas provas que priorizavam o raciocínio lógico, praticamente foram a zero.
Através do ENEM de 2009 consegui um a bolsa integral para cursar uma ótima faculdade pelo PROUNI. Fiz o ENEM desse ano pensando em cursar uma segunda graduação em uma universidade pública. Mesmo com a dificuldade da prova, acho que tenho grandes chances. Porém, essa não será a realidade para a maioria dos alunos, e todo o histórico do exame de representar uma oportunidade real para jovens de baixa renda mudarem de vida pode estar acabando depois do que vi esse final de semana. Uma pena.
Hell Back
24/10/2015 - 21h47
Investir em educação sai mais barato do que construir penitenciárias.