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Análise Diária de Conjuntura – 13/10/2015
Poucas vezes em sua história a política brasileira viveu momentos de tanta suspense.
A decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, paralisando – com base na Constituição – qualquer pedido de impeachment que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tente fazer ao atropelo da lei, constitui um golaço do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) e do governo.
Só que o jogo continua, claro. No site da Câmara, Cunha diz que vai continuar tentando dar um jeitinho qualquer de tentar derrubar a presidenta eleita por 54 milhões de votos.[/s2If]
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O vínculo entre o impeachment e Eduardo Cunha, porém, era a última coisa que a oposição desejava, porque o marca, desde a sua origem, com a marca de um golpe sujo, perpetrado por um figurão com imagem de corrupto.
Os elementos mais prudentes da oposição entendem que um impeachment só poderia prosperar se fosse puro e cristalino como água. E não será, visto a oposição de eminentes juristas à sua legalidade, além da resistência corajosa promovida pela bancada governista.
O boletim Focus do Banco Central (que traz projeções do setor privado), divulgado hoje, traz más notícias para a economia, mas também já sinaliza a luz no fim do túnel. A imprensa, naturalmente, só viu o lado ruim.
O mercado espera uma inflação de 9,7% para o ano de 2015 – não faz muita diferença em relação ao que vinha esperando desde o início do ano. Para 2016, e isso agora é o importante, o mercado continua estimando uma inflação bem abaixo do teto da meta: espera-se que a inflação do ano que vem seja de 6,0%.
A estimativa da taxa de câmbio para o fim deste ano, por sua vez, manteve-se em R$ 4,00. O fato de não ter mudado de uma semana para outra, é sinal de estabilidade. Para o ano que vem, também não se prevê nenhuma tragédia cambial: dólar a R$ 4,15 – sendo que essa deve ser o elo mais fraco das previsões, visto que o câmbio depende de uma quantidade infinita de variáveis.
Agora vamos aos dados realmente bons que a mídia finge não ver.
O mercado melhorou sensivelmente a sua estimativa quanto à conta corrente do Brasil. Há quatro semanas, os agentes privados previam um déficit de US$ 73,5 bilhões. Hoje estimavam que será de US$ 65,5 bilhões.
A balança comercial deste ano, cujo superávit estimavam, há quatro semanas, em US$ 10 bilhões, agora subiram para US$ 13 bilhões.
Para 2016, o mercado estimou que este superávit deve dobrar para US$ 25 bilhões! Há um mês, o mesmo mercado previa, para o ano que vem, um superávit comercial de US$ 20 bilhões.
O investimento estrangeiro direto para este ano é estimado em US$ 61,5 bilhões, e para o ano que vem, em US$ 60 bilhões. Estes valores ainda põem o Brasil no topo da lista dos países que mais recebem investimentos produtivos no mundo.
Considerando que o Brasil é um dos países que mais está, em todo mundo, investindo em grandes obras de infraestrutura (hidrelétricas, portos, ferrovias, aeroportos, linhas elétricas, energia eólica, refinarias, produção de petróleo), a nossa situação não está, nem de longe, tão ruim como pinta a imprensa vira-lata.
O governo começou a semana ganhando a batalha do impeachment. Ganhou no STF e ganhou na batalha de imagem, pois a oposição não contava que a sua iniciativa fosse ser tão vinculada à imagem de Eduardo Cunha, cuja reputação política hoje situa-se em algum lugar bem abaixo do volume morto.
Quer dizer, não se trata apenas de má reputação: Eduardo Cunha pode vir a ser preso a qualquer momento. Além do mais, a parcialidade do judiciário brasileiro nunca ficou tão patente. Se Cunha fosse petista, já estaria preso há tempos, ele e sua esposa, ou, no mínimo, constrangido a tal ponto que não poderia mais ser presidente da câmara.
O golpômetro segue a previsão feita já na semana anterior. De que iria amainar um pouco durante esta semana, conforme a oposição esbarrasse com a realidade dos regimentos parlamentares, muito diferentes de suas utopias golpistas midiáticas. Talvez suba um pouco até o fim da semana, com os escândalos forjados de fim de semana, mas tende a estabilizar novamente ao longo da semana que vem.
A última arma da oposição será um golpe via TSE, mas uma ruptura tão violenta seria muito difícil acontecer; e ao contrário do que alguns analistas tentam vender, de que seria decisão “terminativa”, é claro que o governo teria chances de se defender por tempo indeterminado.
A temporada dos golpes deve durar ainda alguns meses, mas as suas chances vão se reduzindo conforme o tempo passa, em virtude da aversão natural das forças sócio-econômicas ao riscos tremendos de um golpe contra um governo eleito e reeleito.
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