Entrada de outro instituto de medição de audiência de TVs mostra que números da Globo podem ter sido artificialmente turbinados, com consequências sobre as contas públicas que ensejam investigação e CPI
Por Helena Sthephanowitz, para a Rede Brasil Atual.
Os primeiros números da medição por amostragem de audiência televisiva pelo Instituto alemão Gfk mostram diferenças em relação ao Ibope, que detinha o monopólio deste mercado. E as diferenças mostram que os resultados do Ibope eram favoráveis a Rede Globo.
Pelo Gfk, a Rede Record tem uma audiência maior às tardes e à noite do que a registrada pelo instituto concorrente. O SBT também é mais assistido nas manhãs e tardes.
SBT e Record sempre questionaram os dados do Ibope. A Globo nunca reclamou. Pior, boicotou a entrada de qualquer concorrente do Ibope no mercado brasileiro. Todas as emissoras pagam ao Ibope pelos serviços de medição da audiência, mas só Record, SBT e Rede TV contratam o instituto alemão.
O mercado de TV aberta, mesmo em crise devido à linha de programação excessivamente oposicionista espantar consumidores, faturou cerca de R$ 33 bilhões apenas no primeiro semestre. A Globo fica com a fatia do leão deste valor. Mas estranhamente se recusa a dividir com as demais emissoras um investimento relativamente pequeno, de cerca de US$ 130 milhões, para trazer outro instituto que dê mais confiança, controle e transparência para os anunciantes neste mercado bilionário.
As emissoras menores sempre criticaram o que chamavam de promiscuidade nas relações entre a Globo e Ibope, que pareciam viver uma longa lua de mel. Quando outras emissoras apareciam na frente no chamado tempo real, que é a medida on-line minuto a minuto, no cálculo consolidado divulgado no dia seguinte, a Globo reassumia a liderança. Já ocorreram episódios mal explicados de “apagão” na medição justamente em horários desfavoráveis à emissora líder. Em março deste ano, o SBT conseguiu em disputa judicial obrigar o Ibope a abrir a “caixa-preta” de como são feitos estes cálculos.
A audiência define o preço dos anúncios nos intervalos comerciais e a própria decisão do mercado publicitário sobre onde anunciar. É critério inclusive para anúncios governamentais fazerem a chamada “mídia técnica”. No caso dos governos, se de fato a audiência do Ibope estava inflada, é como se houvesse superfaturamento. Imagine se um governo comprasse lata de leite em pó para a merenda de um 1kg, e o fornecedor que vencesse a licitação só enchesse com 800g. Pois se a comunicação governamental pagou por uma audiência de dez milhões de lares e só oito milhões eram entregues, o caso é semelhante. Os consumidores, anunciantes privados, também teriam sido lesados. E as emissoras concorrentes teriam sofrido perdas. É motivo suficiente para uma operação “Plim-plim” da Policia Federal apurar os fatos.
O caso é tão grave que até o horário eleitoral “gratuito” é pago pelo governo na forma de abatimentos nos impostos, calculado pelo preço médio do que a emissora ganharia em anúncios comerciais no horário.
Se a operação Lava Jato investigou cartéis de empreiteiras para combinar e manipular preços, uma operação “Plim-Plim” apuraria se houve combinação entre Rede Globo e Ibope na mediçãoo de audiência para manipular preços de anúncios nas últimas décadas – e portanto lucrar abusivamente pelo recebimento de recursos públicos, além de obstruir o acesso à informação pública a parcela significativa da população. Justifica também uma CPI.
Apesar do boicote da Globo, a entrada do instituto alemão no mercado brasileiro mexeu com o concorrente. Primeiro o antigo dono, Carlos Augusto Montenegro, caiu fora do negócio e vendeu a empresa para o grupo inglês WPP Kantar. Sob nova direção, o Ibope divulgou mudanças nos métodos, o que a aproximou da mesma metodologia do Gfk.
Porém, o instituto alemão captou mudanças no perfil de consumidores brasileiros nos últimos anos, sobretudo pela ascensão social de camadas da população. Esse movimento, acabou sento talvez ignorado, talvez despercebido pelo concorrente. Sob pressão e com credibilidade abalada, em decisão inédita o Ibope anunciou que vai liberar informações sobre audiência da tv aberta e paga em seu site.
A entrada, tardia, de outro instituto traz mais confiança, controle e transparência para o bilionário mercado publicitário de televisão daqui para frente. Mas só uma operação investigativa da Polícia Federal, assim como no caso da Lava Jato, pode ressarcir os cofres públicos de eventuais pagamentos indevidos para a emissora dos Marinho, quem sabe se sistematicamente e por décadas, além de abrir a caixa-preta da corrupção na mídia tradicional, pródiga em dar apoio midiático a políticos dóceis aos interesses empresarias dos “barões da mídia”.
Jose Antonio Vaz
11/10/2015 - 11h01
Se todo o povo brasileireiro tivesse acesso as tV, SENADO OU CAMERA, NAO TINHA TANTA GENTE FALANDO M…… POR AI VERIAM COM SE COMPRA DEPUTADOS E SENADORES PARA PODER SE MANTER NO PODER. PARA PAGAR A DIVIDA NAO TEM DINHEIRO PARA COMPRAR PARLAMENTARES QUE SE VENDEM TEM . POR FAVOR HONREM AS CALÇAS E AS SAIAS QUE VESTEM. SEJAM HONESTOS.
Patricio Lira
08/10/2015 - 15h10
Eu comparto e apoio eta ideia, kd vc Moro?
Eduardo Souto Jorge
08/10/2015 - 12h05
onde estao as radios e tv”s comunitarias que a mais de 10 anos estao com seus pedidos de regularizacao parados??? ninguem vai acabar com a globo, a arma e’ o surgimente de outras midias populares com vies mais a esquerda,
Flávio Marin
08/10/2015 - 13h52
Aos poucos os tapetes vão sendo levantados e as sujeiras aparecendo!
LaLa Morena
08/10/2015 - 13h07
a máscara está caindo midia facista
Batista Barros
08/10/2015 - 12h31
Era uma vez Paulinho, que apoiava Aécio que apoiava Cunha e que todos apoiavam o impeachment da líder do país. Paulinho foi acusado de receber dinheiro roubado e lavar este dinheiro, Aécio de desvio de dinheiro público e envolvimento com drogas e Cunha de manter contas no exterior com muito dinheiro desviado, a líder permite investigar todos e ele se rebelam, porém, os três possuem um trunfo, a divulgação em massa de notícias manipuladas e seguidas por uma mídia que sonega e não recebe patrocínio da líder, justamente por não manter suas obrigações fiscais.
Galli
08/10/2015 - 08h21
Operaçao plim plim, demoroh!!!
Adriana De Simone
08/10/2015 - 10h58
fo**-se mídia de corruptos
Jair Lara
08/10/2015 - 06h45
Toda a vida são manipulados. A Globo não tem tanta audiência como consagra sua tabela de preços. Nunca foi real. Palavra de quem vendeu isso e também outras mídias. Pode acreditar.
Sonia Arrabal
08/10/2015 - 03h49
Almir Barbosa
Edson L Peixoto
08/10/2015 - 03h15
https://www.ocafezinho.com/2015/10/07/votacao-no-tcu-foi-o-canto-do-cisne-do-golpe/
Dihene Gervásio
08/10/2015 - 02h58
Ronaldo Garcia
Cassio Luiz DE Oliveira
08/10/2015 - 02h42
E nem percebe
Marcos Alexandre
08/10/2015 - 01h43
Ótima ideia!
Jorge Menezes
08/10/2015 - 00h57
Não diga que a Rede Globo está envolvida em alguma falcatrua.A polícia federal não investigará este fato.
Miguel F Gouveia
08/10/2015 - 00h40
http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2015/10/stf-nega-pedido-do-governo-mas-obriga-tcu-a-so-votar-contas-apos-decidir-sobre-nardes-3893.html
Luís CPPrudente
07/10/2015 - 21h13
A PF vai agir de forma republicana (a mesma usada por muitos petistas de forma burra) e dizer que não vem ao caso.
Marijo Bueno
07/10/2015 - 23h35
Paguem os impostos do governo federal, que sao do povo.
Maurizio Prati
07/10/2015 - 23h03
Você está sendo Globobizado.
Jay Jar
07/10/2015 - 22h59
Acho bárbaro essa iniciativa!!
João Viramundo
07/10/2015 - 22h54
Agora, na votação ao vivo do TCU, o segundo “ministro” a votar, Walton, repito segundo, disse “que em 80 anos de análise de contas essa era a segunda vez que o ‘tribunal’ rejeitava as contas……heim? o segundo dá o resultado final? Em sete votos?….
Roni Vasconcelos
07/10/2015 - 22h45
Vamos fazer com seriedade, sem manipulação
Ilza Sobral
07/10/2015 - 22h40
UI!
Paulo Goulart
07/10/2015 - 22h14
Se houve manipulação dos números de audiencia, hou apropriação indébita de recursos federais…não?