O título é um pouco forçado e levemente irônico, mas verdadeiro.
Eduardo Cunha, num congresso patrocinado por SBT e Globo, os dois canais mais reacionários do país, se posicionou (claro!) contra a regulamentação da mídia, mas deixou, involuntariamente, escapar uma frase ambígua.
“Para má imprensa, mais imprensa”, disse Cunha.
Ora, para haver mais imprensa é preciso combater o monopólio.
O principal entrave hoje no setor audiovisual é o poder descomunal de dois ou três canais de TV, um poder herdado do regime autoritário, e que precisa ser revisto para que tenhos uma imprensa mais plural.
A frase de Cunha também pode ser interpretada assim: se para a má imprensa, é preciso mais imprensa, então os meios públicos deveriam investir em vozes alternativas ao monopólio. Não me refiro apenas ao governo federal, mas a todas as instâncias públicas, incluindo aí o Judiciário, o Ministério Público, o TSE, etc, que precisam adotar critérios mais democráticos na hora de fazer seus anúncios institucionais.
Para a má imprensa, mais imprensa.
Ou seja, para a má imprensa, mais blogs, mais jornais com visão diferente.
Valeu, Cunha.
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Na Agência Câmara.
Cunha critica proposta de regulamentação da mídia e defende flexibilização da Voz do Brasil
Cunha: “Para a má imprensa, mais imprensa. Qualquer tentativa de calar a mídia por regulamentação tem que sofrer repulsa”
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, criticou hoje, durante o 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, propostas de restrição da publicidade em emissoras de rádio e TV e de regulamentação da mídia. O evento é promovido pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
O presidente da Câmara afirmou que é contra qualquer iniciativa de regular a mídia e que não vê maioria na Casa para aprovar propostas dessa natureza. “Para a má imprensa, mais imprensa. Qualquer tentativa de calar a mídia por regulamentação tem que sofrer repulsa”, disse Cunha.
Provocado por uma pergunta da plateia, Eduardo Cunha ainda comentou o modelo de regulação da mídia anunciado pelo PT. “É mais um projeto de poder. Para se manter no poder é preciso controlar a comunicação. Ter uma política de comunicação controlada, facilita para você manter ostatus quo”, declarou.
Voz do Brasil
O presidente da Câmara também defendeu, durante o Congresso, a flexibilização do horário da Voz do Brasil e o diploma de jornalista.
Segundo Eduardo Cunha, flexibilizar o horário do programa irá permitir que ele possa ser veiculado em qualquer horário entre 19 e 22 horas. Atualmente, a Voz do Brasil vai ao ar sempre às 19 horas, com duração de uma hora.
“Da minha parte, pretendo votar”, afirmou Cunha, lembrando que, para ser incluído na pauta, é necessário que o Plenário aprove um requerimento de urgência. “Ao contrário do que pensam, que é ruim, acho que quando se tem conteúdo acaba tendo audiência. É uma visão equivocada”, disse sobre a Voz do Brasil.
Com informações da Agência Câmara
Foto (trecho): Alex Ferreira.
Danilo C. Pontes
07/10/2015 - 17h37
E pode continuar sendo juíz?
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2012/06/10/carta-socio-acusa-gilmar-de-desvio-e-sonegacao