A reforma ministerial acaba de gerar outro resultado interessante.
O governo decidiu fazer política, no sentido nobre do termo: mostrar a verdade que a mídia esconde.
Augusto Nardes nunca agiu como um relator isento das contas do governo Dilma: agiu como um político totalmente comprometido com a oposição, fazendo campanha descarada contra o governo em dezenas de entrevistas.
Falta agora lembrar ao povo das manobras de Eduardo Cunha, que aprovou às pressas as contas dos governos passados, apenas para limpar a mesa para julgar as de Dilma.
Jogo sujo, coisa de bandido, de golpista.
Falta agora contestar Gilmar Mendes, que também andou cometendo crimes contra a ética de um juiz: falar fora dos autos, sobretudo de casos que ele mesmo irá julgar.
***
No R7.
Governo vai pedir ao TCU suspensão do julgamento de contas de Dilma
Substituição do relator do julgamento também é solicitada por vazamento de informações
“Se apontamos a suspeição, não pode ter o julgamento sem analisar essa suspeição antes de julgar o mérito”, disse o ministro Cardozo
O governo vai pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) a suspensão do processo de julgamento de contas da presidente Dilma Rousseff e a substituição do relator, Augusto Nardes.
O argumento é de que ele concedeu, por diversas vezes, declarações aos meios de comunicação antecipando seu voto pela reprovação das contas, o que é vedado por lei. A oposição e até mesmo setores da base aliada de Dilma contam com a reprovação das contas para deflagrar o processo de impeachment de Dilma no Congresso.
O pedido do governo deve ser enviado nesta segunda-feira (5), à Corte de Contas sob a alegação de “vício” no processo. O governo se baseia na legislação que veda aos magistrados manifestar opinião sobre processos ainda não julgados.
A estratégia foi apresentada na tarde deste domingo (4), em entrevista coletiva concedida pelos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Luis Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) e Nelson Barbosa (Planejamento).
A ideia, com isso, é adiar o julgamento das contas, agendado para a próxima quarta-feira.
“Se apontamos a suspeição, não pode ter o julgamento sem analisar essa suspeição antes de julgar o mérito”, disse o ministro José Eduardo Cardozo.
“É vedado ao magistrado se manifestar por qualquer meio de comunicação sobre processo em curso. O que percebemos é que essas manifestações reiteradas constrangem todo o restante do tribunal. O problema está na condução e dirigismo” disse Adams. Segundo ele, Nardes deve ser substituído da relatoria. “O processo precisa ser saneado. Sanear é reconhecer o vício e substituir o relator”, completou.