Análise Diária de Conjuntura – 02/10/2015
O governo parece, finalmente, ter dado uma dentro.
A reforma ministerial entregou o que prometia: estabilidade.
O dólar caiu fortemente, e agora está cotado em R$ 3,95.
As ações das empresas brasileiras voltaram a subir. O Ibovespa está crescendo mais de 2% nesta sexta-feira.
As ações da Petrobrás estão registrando alta de quase 7% na Bovespa e quase 10% na bolsa de Nova York.
O mercado parece ter se cansado das conspirações midiático-judiciais da república do Paraná.
O dólar não caiu apenas por conta da estabilidade política, mas porque os fundamentos da economia brasileira permanecem sólidos.
Ontem, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgou o resultado da balança comercial de setembro.
O dólar favorável fez com que o Brasil registrasse o maior saldo na balança, para meses de setembro, desde 2011: quase US$ 3 bilhões.
As últimas “bombas” contra Lula apenas mostram um presidente defendendo os interesses das empresas nacionais.
O regime do terror francês tinha lideranças que sabiam falar ao povo.
Nossos jacobinos de direita do judiciário e do Ministério Público preferem dar palestras gratuitas para dondocas de São Paulo e frequentar os eventos de João Dória.
As manchetes sobre a decisão da presidenta de reduzir o próprio salário e o de ministros tem enorme potencial para melhorar a sua popularidade.
O novo ministério encaixou-se perfeitamente às necessidades do momento.
Na Câmara, o deputado Wadih Damous assumiu a vice-liderança do PT, mas há tempos que Damous exerce – naturalmente – uma quase que liderança virtual do partido.
Isso também é um bom sinal, porque Damous é um quadro de enfrentamento: está na linha de frente na batalha contra as conspirações judiciais.
Com Damous temos certeza de que, se a oposição levar adiante uma tentativa de golpe parlamentar, haverá reação à altura da bancada governista.
Eduardo Cunha já foi denunciado por quatro ou cinco delatores e as autoridades suíças informaram que o deputado controla no mínimo quatro contas naquele país. Contra todas as evidências, Cunha continua negando, mas já perdeu a blindagem na mídia.
A fragilidade de Cunha está diretamente relacionada ao fortalecimento de Dilma, e quem criou essa relação foi o próprio Cunha, quando tentou desviar o foco das denúncias contra si partindo para o ataque contra o governo.
Eduardo Cunha, antes de cair em desgraça, participou de uma estranha reunião a portas fechadas com editores do jornal O Globo.
A reunião vazou para o Cafezinho, enfurecendo Merval Pereira, que tentou – infantilmente, e quiçá criminosamente – se vingar fazendo um post contra o blog.
Nada como um dia após o outro.
Enfraquecido, Cunha não tem condição moral para liderar um golpe contra o voto de 54 milhões de eleitores.
O cargo de Dilma não pertence ao congresso, nem à mídia, nem a própria presidenta.
O cargo é do povo, e somente o povo pode tirá-la.
A única maneira legal de passar um impeachment contra a presidenta é se for provado que ela cometeu um crime, e que a responsabilidade seja atribuível a ela individualmente.
E não há nada contra a Dilma.
O golpômetro desabou seis pontos nesta sexta-feira.