A vitória em todas as votações de ontem, para os vetos presidenciais às chamadas pautas-bomba, foi o principal teste do governo para uma eventual votação pelo impeachment.
E o governo ganhou, e com uma maioria relativamente folgada, afastando o fantasma do golpe.
O impeachment, para acontecer, precisa acontecer em dois turnos. Primeiro a Câmara precisa aprovar sua admissibilidade, com maioria simples, ou seja, a mesma maioria obtida ontem pelo governo na votação dos vetos às pautas-bomba.
Depois vem o mais difícil para a oposição. Para haver o afastamento, são necessários dois terços dos votos.
Abaixo, trechos de matéria publicada hoje na coluna da Monica Bergamo, da Folha.
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A votação dos vetos presidenciais nesta quinta-feira mostrou que o governo tem maioria para barrar o impeachment, diz o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), vice-líder do PT na Câmara.
“Foi o primeiro grande teste do governo, de temas muito polêmicos e com uma pressão social imensa. E o governo passou”, afirmou ele. “Havia uma insegurança muito grande, mas Dilma bancou a aposta, contra tudo e contra todos”.
O placar das votações será divulgado nesta quarta em detalhes, mas em algumas delas o executivo reuniu mais de 257 votos, ou a maioria na Câmara.
“Isso demonstra que é possível fazer maioria na Câmara contra o impeachment”, analisa o parlamentar.
Para aprovar a admissibilidade de um processo de impedimento de Dilma Rousseff, a oposição precisaria dessa mesma maioria. Já para o afastamento seriam necessários 2/3 dos votos.
Parlamentares da oposição também apoiaram a manutenção dos vetos, em nome da responsabilidade fiscal. Teixeira diz que “eles foram importantes do ponto de vista simbólico, mas a formação da maioria estaria garantida mesmo sem esse apoio”
O parlamentar observa que também no Senado o governo conseguiu maioria, mantendo os vetos presidenciais já apreciados.
“Houve vitória ontem no Senado na alta madrugada, com até 42 votos”, diz ele. “As duas Casas mostraram que o governo tem a maioria. A base governista estava insegura, mas pagou para ver e ganhou”.
Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff negociou intensamente com os líderes do PMDB. Deputados e senadores do partido devem integrar a equipe da presidente, ocupando inclusive pastas cobiçadas como a da Saúde. A adesão do partido ontem garantiu a maioria para a manutenção dos vetos.
Ainda há destaques que vão ser votados, como o que prevê reajuste para servidores do Judiciário.
Teixeira diz que o governo está confiante de que ganha também a segunda rodada.
(Crédito foto: Agência Câmara / Luis Macedo).