Bancada do PMDB fecha apoio ao governo

O apoio da bancada do PMDB na Câmara ao governo significa uma queda de 4 ou 5 pontos no golpômetro. É um apoio muito importante para a presidenta Dilma, e já se expressou na aprovação dos vetos da presidenta às pautas-bomba.

Além disso, o movimento do PMDB significa, naturalmente, um debacle na estratégia da oposição – incluindo aí alguns “dissidentes” da própria base governista – de isolar politicamente as bancadas da esquerda, deixando-as falando sozinhas contra o impeachment.

Sem a bancada do PMDB, não há impeachment, e se a bancada do PMDB fechou apoio político ao governo, então o fantasma do golpe se distancia no horizonte, ou se torna uma jogada ainda mais arriscada do que jamais foi.

O Cafezinho teve a informação que o governador do Rio, Pezão, está conseguindo enquadrar lideranças do PMDB que andavam costeando o alambrado do golpe, como Renan, Jucá, Sarney.

Que deputados de fora do núcleo duro da oposição mais histérica e golpista se arriscarão a entrar numa aventura de consequências imprevisíveis?

Um impeachment, para ter força não apenas para derrubar a presidenta, mas para oferecer estabilidade ao mandatário que a substituiria, teria que ser quase por consenso. E isso é obviamente impossível acontecer.

Collor pertencia a um dos menores e menos orgânicos partidos do congresso, o PRN.

O PT é o maior partido da Câmara, e a legenda com maior número de filiados e militantes orgânicos do país.

É claro que estamos diante de situações completamente distintas.

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Saiu no Globo.

Bancada do PMDB na Câmara fecha apoio ao governo e nomes para ministério

Deputados da legenda levarão à presidente indicação de nomes para a Saúde e uma pasta de infraestrutura que deverá ser criada

POR JÚNIA GAMA

22/09/2015 12:31 / ATUALIZADO 22/09/2015 20:53

BRASÍLIA – Em reunião da bancada na Câmara, deputados do PMDB aceitaram, por 42 votos a 9, continuar no governo, indicando nomes para os ministérios da Saúde e uma pasta de Infraestrutura, que ainda será criada e deverá unir as secretarias de Portos e Aviação Civl. A bancada vai levar à presidente Dilma os nomes de Marcelo de Castro (PI), Manoel Júnior (PB) e Saraiva Felipe (MG), que já foi ministro no primeiro mandato do ex-presidente Lula, para a Saúde, atualmente ocupada pelo PT. Para Infraestrutura, os nomes são Newton Cardoso Júnior (MG), Mauro Lopes (MG) e José Priante (PA). O atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que ocupa uma vaga por indicação do vice-presidente Michel Temer, não teve seu nome endossado pela bancada.

A bancada também decidiu apoiar a manutenção dos vetos da presidente que aumentam despesas, como o reajuste salarial dos servidores do Judiciário. Na reunião, que ocorreu em clima de tranquilidade, segundo alguns participantes, o líder da bancada, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), fez um apelo para que a legenda demonstrasse unidade na votação dos vetos nesta quinta-feira. Seria, segundo afirmou aos parlamentares peemedebistas, uma retribuição a Dilma pela reaproximação da presidente com o partido. O pedido foi acatado por ampla maioria.

Picciani, que se reaproximou de Dilma nos últimos dias, a ponto de ser recebido isoladamente por ela, disse que a bancada fechou questão sobre os vetos.

– A bancada fechou questão pela manutenção de todos os vetos que têm impacto financeiro, entendendo que a situação do país requer austeridade fiscal e um compromisso com o equilíbrio com as contas públicas – declarou.

Sobre a participação no governo, ele afirmou que irá levar os nomes a ela, para que Dilma decida.

— Ficou sinalizado que um dos ministérios seria o da Saúde e que o outro seria algo na área de infraestrutura. A presidente demonstrou ter predileção por deputados do PMDB, então vamos definir nessa reunião da bancada agora à tarde para levar esses nomes. Existe um desejo de participar e ser ouvido nesse processo. A presidente foi expressa ao dizer que a partir de agora haverá a mesma correlação de forças para as bancadas da Câmara e do Senado — afirmou Picciani.

PADILHA DIZ QUE INDICAÇÃO PRESSUPÕE APOIO À DILMA

Após descartar a hipótese de o PMDB vir a assumir o Ministério da Saúde, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, disse que, se a bancada do partido na Câmara aceitou o convite da presidente Dilma Rousseff para discutir cargos na Esplanada, o natural é que se comprometa a votar os projetos de interesse do governo.

— Neste caso, (a sugestão de nomes para o ministério) está sendo indicada pela bancada inteira e, presumo que a bancada, vai ter compromisso absoluto com as posições do governo dentro da Câmara —disse Padilha.

A bancada do PMDB na Câmara tem votado sistematicamente dividida, apesar de ser o principal aliado da presidente. Houve somente uma melhora nas votações durante o primeiro pacote de ajuste fiscal, que cortou benefícios previdenciários e trabalhistas, quando o vice Michel Temer e Padilha estiveram à frente da articulação política do governo.

Sobre a reforma ocorrer em meio à discussão do pacote de ajuste que prevê aumento de impostos e à votação de vetos, entre eles, o do reajuste do Judiciário, Padilha disse que muitos integrantes do governo na mira do corte estão descontentes e que o ideal para o governo é minimizar os danos com os aliados.

— (Che) Guevara tinha uma expressão que o poder, ninguém entrega olimpicamente. Se tivermos que extinguir ministérios, e esta é a proposta, há pessoas que estão desconfortadas. A sabedoria do governo agora é fazer que este desconforto seja o menor possível e que isso não venha a ter influencia nas votações — afirmou.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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