Darcy Ribeiro alertou: o fim dos Cieps porá milhares de jovens à porta da delinquência.

Por Fábio Lau, no Facebook

A nossa elite, a mesma que hoje defende o golpe, dizia que o Ciep era uma obra eleitoreira.

Os mais novos talvez não saibam, mas afirmava, a elite, que US 1 milhão (o custo de cada unidade – hoje em torno de R$ 3,3 milhões) era uma dinheirama voltada para preencher a “megalomania” de Brizola, Darcy e Oscar Niemeyer – o arquiteto do projeto.

Pois bem: 30 anos depois as escolas em turno único inexistem. Foram abandonadas pelo candidato moderno da época, Moreira Franco.

Os eleitores que elegeram Moreira (com o discurso de que acabaria com a violência em seis meses) – hoje defendem a redução da maioridade penal. A ignorância, conforme dizia Darcy, é que tem custado muito ao Brasil.

Darcy alertava, à época, que o fim dos Cieps poria milhares de jovens à porta da delinquência.

Tudo se confirmou.

Hoje os preconceituosos de então defendem o golpe contra um governo eleito democraticamente – governo onde os envolvidos em corrupção finalmente são presos – algo inédito no país.

Darcy morreu, mas a história permanece – e a elite reacionária e preconceituosa também.

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Na mesma página, há um comentário de um ex-jornalista da Globo sobre a relação entre a emissora golpista e Brizola:

Por Cesar Augusto César Fernandes, no Facebook

Trabalhava no Globo neste período e era redator de Cidade (hoje editoria Rio) e ajudava a fechar em alguns fins de semana. Milton Coelho da Graça era o editor geral. Quantas e quantas vezes deixávamos a manchete de página em branco esperando a notícia-bomba contra o governo Brizola. Qualquer notícia positiva era rasgada (era o tempo da lauda de papel) até que, finalmente, uma pudesse ser transformada em veneno reacionário, como deve acontecer hoje. Uma vez, após fazer a chamada de primeira página com algo noticioso que poderia ser encarado como positivo, Milton saiu e gritou da porta do aquário: Cesinha, sabe por que eu ganho dez vezes mais do que você? Porque vou reescrever isso do jeito que deve ser. Não adiantou argumentar. A linha direta com Roberto Marinho assim pedia. Para fazer isso ele ganhava dez vezes mais. E O Globo enganava e engajava seus leitores, como faz até hoje.

Liana Carvalho:
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