A imprensa informa que Dilma falará em rede nacional nos próximos dias.
Excelente!
Deus seja louvado!
Uma pena que Dilma sempre espere a situação chegar no limite para tomar uma atitude.
O recuo no primeiro de maio foi um erro terrível.
A primeira fala de Dilma havia sido outro erro tosco: vir à TV falar de ajuste?
O erro principal, porém, é dar um caráter excepcional aos pronunciamentos.
É preciso que eles sejam frequentes, propositivos, corajosos.
E complementados por entrevistas com a presidenta semanais, exibidas na TV Brasil e nas redes sociais.
Esperemos que a presidenta acerte o tom: não precisa ser triunfalista. Tem que ser humilde, falar dos problemas, prestar contas de iniciativas de seu governo.
Esperemos também que haja um pouco de criatividade na formatação do vídeo.
Dilma Rousseff foi reeleita presidenta da república em outubro do ano passado, por 54 milhões de eleitores.
Entenda: foi reeleita. Ou seja, os brasileiros decidiram, pela segunda vez consecutiva, dar-lhe a liderança política maior do país.
Assim como deram a FHC.
Assim como deram a Lula.
Ambos enfrentaram crises políticas e econômicas, e cada um as enfrentou a seu jeito.
FHC tinha o apoio da grande mídia.
Lula tinha o carisma construído ao longo de 30 anos de militância política.
Dilma não tem nenhum dos dois, por isso precisa, mais do que os presidentes anteriores, de uma estratégia original de comunicação.
Seus discursos tem de ser sempre originais e criativos, sem os vícios de cerimonial (tipo perder 20 minutos agradecendo os 200 políticos ou autoridades presentes).
Boa notícia também que Dilma retomará o Conselhão.
É um tanto inexplicável que o governo tenha, voluntariamente, fechado os canais de comunicação com a sociedade.
Mas antes tarde do que nunca.
Falta agora o governo fazer uma grande prestação de contas sobre o problema da educação no país. Mostrar o que fez, apontar os gargalos, ouvir a sociedade, criar um canal específico para o tema ser discutido.
Na terça-feira que vem, haverá o lançamento de uma plataforma de ouvidoria do governo, o Participa. Haverá conversas com o secretário Miguel Rosseto, e depois a própria presidenta irá se pronunciar à tarde.
Esperemos que seja alguma coisa grande.