O “aparelhamento” da Polícia Federal por parte dos setores derrotados nas urnas há quatro eleições presidenciais chegou a tal ponto que agora o jornal Estado de São Paulo age como autêntico porta-voz da instituição.
Acusada de pôr tarjas pretas sobre o nome de José Serra, a PF – através do Estadão – se defende dizendo que a razão era o fóro privilegiado do senador.
Mentira, porque há outros políticos com fóro cujos nomes não aparecem com tarja preta.
Mas eu já dei minha opinião sobre essa coisa da tarja preta: palhaçada.
Não levo mais a sério nada que venha dessa conspiração midiático-judicial chamada Lava Jato, cujos integrantes não escondem sequer a ajuda que vem recebendo de autoridades norte-americanas interessadas em desmantelar a Petrobrás e a Odebrecht.
Acho que os EUA deram o golpe mais fácil de sua história.
A nova grande arma do golpe agora é a semiótica. Numa sociedade midiatizada, é muito mais eficaz do que canhões na rua, como fizeram em 64.
A dica sobre a terceirização do Public Relations da Polícia Federal para o Estadão é do ator José de Abreu, pelo twitter.
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No Jornal GGN.
Estadão diz que PF usou tarja em relatório porque Serra tem foro privilegiado
QUI, 23/07/2015 – 12:07
ATUALIZADO EM 23/07/2015 – 12:10
Jornal GGN – Após discussões sobre a possibilidade de um repórter ter escondidos nomes de políticos em um relatório da Operação Lava Jato, favorecendo o senador José Serra (PSDB), o Estadão publicou nesta quinta-feira (23) uma nota que aponta a própria Polícia Federal como autora das tarjas pretas usadas não só no tucano, mas também em Fernando Pimentel, José Eduardo Cardozo, Edinho Silva, “Haddad”, Luís Inácio Lucena Adams, Carlos Zarattini e Blairo Maggi.
“A medida da PF, de cobrir os nomes, tem como objetivo preservar as investigações. As tarjas estão sobre as citações feitas a políticos que detêm, conforme a lei, foro privilegiado perante os tribunais superiores”, escreveu o Estadão. “Essa prática utilizada pela Polícia Federal é corriqueira quando a investigação depara com nomes e dados pessoais (como telefones) de parlamentares que só podem ser julgados perante o Supremo Tribunal Federal”, acrescentou.
O relatório, porém, deixa ao menos três políticos com mandatos eletivos sem a proteção da tarja preta: Eduardo Cunha, presidente da Câmara; Geraldo Alckmin, governador de São Paulo e correligionário de Serra, e Michel Temer, vice-presidente da República, do mesmo partido que Cunha, o PMDB.
“No caso de Alckmin e Temer”, justificou o Estadão, “os nomes não foram preservados porque, segundo a PF, apareciam citados na agenda em reuniões oficiais com o empreiteiro” Marcelo Odebrecht.
A nota não traz justificativas sobre a revelação do nome de Eduardo Cunha.