Recebo via Facebook a carta que um professor da prestigiada universidade de Stanford escreveu à imprensa brasileira, para protestar contra os ataques fascistas e imbecis de dois jovens brasileiros, estudantes ou disfarçados de estudantes da mesma Stanford, à presidenta Dilma.
Um internauta me informou que um deles é bolsista do Ciência sem Fronteiras, mas eu ainda não confirmei a informação.
O ataque à presidenta frustou a reunião que professores e alunos da universidade pretendiam fazer com a presidenta da república de seu país.
O corpo acadêmico de brasileiros em Stanford, portanto, repudia veementemente esse tipo de postura truculenta.
Esperemos que a imprensa brasileira, que deu imenso cartaz ao fascista, dê também atenção ao protesto antifascista dos professores e alunos de Stanford.
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Por Paulo Blikstein, professor na Universidade de Stanford, EUA
Em seu Facebook.
Carta enviada ao Painel do Leitor da Folha, sobre um “protesto” durante a visita de Dilma à Stanford.
Durante a visita de Dilma aos EUA, professores e alunos do Lemann Center, um centro que estuda educação brasileira na Universidade de Stanford, se organizaram para falar com a presidenta. Nossa reunião foi frustrada porque dois jovens brasileiros furaram a segurança de Stanford, entraram no prédio, e dirigiram ofensas lamentáveis à presidenta, no mesmo recinto onde estavam convidados como Mark Zuckerberg e o chairman do Google, Eric Schmidt.
O direito de protestar é um pilar da democracia. Mesmo entre os alunos brasileiros de Stanford, há aqueles que são partidários do governo e os que estão na oposição.
Mas o tipo de ataque desses dois jovens (que têm fotos com Jair Bolsonaro no Facebook), lembra a virulência de grupos políticos fascistas que infelizmente proliferam pelo mundo. Entre erros e acertos do governo e da oposição, há um erro que ambos devem evitar a todo custo: ignorar o perigo do crescimento desse tipo de ideologia violenta e fascista, normalmente acompanhada de homofobia e racismo.
Há oposição construtiva e inteligente no país, e ela não deve jamais se deixar confundir ou se aliar a esses grupos. O governo, por sua vez, não deve também confundir a oposição responsável com esses grupos que sempre acabam do lado errado da história.
Os recentes acontecimentos em Charleston, nos EUA, mostram o trágico resultado de dar energia e exposição para esse tipo de imbecil.
Paulo Blikstein