Aécio Neves, derrotado nas urnas em 2014, possui três virtudes, evidenciadas com sua visita a “presos políticos” na Venezuela.
E o digo com todo respeito ao nobre cargo que ocupa, de senador da república pelo estado de Minas Gerais.
É um golpista, um hipócrita, e um mentiroso.
As mesmas virtudes se aplicam à nossa mídia familiar, e novamente o digo com profundo respeito.
Respeito sobretudo à liberdade de imprensa de que esta goza no Brasil, e que continuará gozando enquanto os valores democráticos não forem solapados por eleitores de Aécio Neves, que andam saindo às ruas, sob aplausos desta mesma mídia, pedindo intervenção militar.
Emblemático que Aécio venha visitar Leopoldo Lopez, e que a mídia brasileira trate esse golpista como “preso político”.
Presos políticos têm o Brasil, onde o judiciário prende sem provas, sem sentença, apenas com base em reportagens mentirosas da mídia. Ou então faz pior: condena sem provas.
Leopoldo Lopez, o “preso político” da Venezuela, foi o principal incitador das chamadas “guarimbas”, manifestações violentíssimas que ocorreram no país no início de 2014, e que resultaram nas mortes de 43 pessoas.
Um jovem membro do governo da Venezuela, que acompanha a delegação brasileira, me explica, indignado:
“Em 23 de janeiro de 2014, Leopoldo Lopez, Maria Corina Machado e Antonio Ledezma, identificados como a ala radical da oposição, convocam a imprensa para anunciar o plano que eles chamaram ‘La Salida’. O objetivo do plano era a deposição do presidente Nicolás Maduro. Houve pequenas manifestações inicialmente. Mas em 12 de fevereiro, deste mesmo ano, eles convocaram uma manifestação até o Ministério Público. Era o “dia da juventude” e a convocação foi voltada principalmente para os estudantes universitários. A convocatória foi feita por Leopoldo, ele veio encabeçando a manifestação, e quando chegaram diante da Procuradoria, os líderes sumiram e começou a bagunça. Quebraram a sede do ministério público, tentaram incendiá-la.”
Daí teve início uma sequência de violências, em várias cidades do país, que resultaram em destruição de patrimônio público, caos econômico e político, mortos e feridos.
“Vários agentes da ordem foram executados com tiros na cabeça. Eles (os “guarimbeiros”) colocavam fios de arame de poste a poste, atravessando a rua, que provocaram a degola de vários motociclistas”, denuncia o jovem bolivariano.
Essas manifestações não foram, portanto, de forma nenhuma pacíficas. O Cafezinho tem em mãos (publico aqui assim que recebê-lo digitalizado) o documento do Ministério Público da Venezuela com o resultado das amplas investigações sobre as violências cometidas.
A quantidade de agentes públicos mortos e feridos é a principal prova de que houve violência intencional, incitada por Leopoldo Lopez.
O caos gerou também violências por parte de agentes da ordem, os quais estão sendo – como prova o documento que tenho em mãos – devidamente processados pelo Ministério Público; a maioria já foi presa.
Segue um vídeo de Lopez organizando o plano golpista, num evento realizado nos Estados Unidos, ainda em outubro de 2013, preparando as violências que iriam se materializar no início de 2014:
Veja que ele fala: “como vamos esperar 6 anos mais?” Seus posicionamentos são absolutamente radicais e terminativos. Os golpistas no Brasil ao menos tentam disfarçar sua truculência política com o papo furado de “intervenção militar constitucional”.
Lopez, nem isso.
Ele prega a deposição de um presidente eleito, sem o mínimo pudor pelos trâmites democráticos e constitucionais.
Agora perguntem a si mesmos.
Em que país do mundo, um sabotador desse naipe, um terrorista, um indivíduo que não tem nenhum respeito pela ordem democrática, pelo resultado das urnas, pela paz, não seria devidamente processado e preso?
Eu posso responder: a própria Venezuela.
Mesmo com tudo isso, o governo venezuelano não o prendeu.
A sua prisão resultou da identificação, por parte da inteligência venezuelana, de um plano para assassiná-lo, por grupos ainda mais extremistas, com objetivo de provocar a completa radicalização da situação política no país e fomentar o caos.
Tanto que a prisão resultou num acordo entre o Estado e Lopez, que se entregou, após um ato público permitido pelo governo (que “ditadura” é essa, hein?)
Lopez é um golpista louco, um tipo que o Brasil, infelizmente, começa a conhecer através dessas organizações que proliferam a partir de São Paulo, algumas financiadas pela direita norte-americana.
O partido de Lopez, o Voluntad Popular, não tem um mísero deputado na Assembléia. Tinha um, Hernán Núñez, mas que aderiu ao governo no início de 2013, e foi expulso do partido.
O plano atual da oposição, diz o jovem bolivariano, é acusar o Estado da Venezuela de violador de direitos humanos; com ajuda, naturalmente, das mídias corporativas latino-americanas e de representantes da direita golpista de outros países, como Aécio Neves.
É triste que Felipe González, do Partido Socialista Obrero Español (PSOE), seja também um agente desse movimento anti-Venezuela. Mas seguramente essa é uma das razões da falência do PSOE, e que resultou na ascensão do Podemos como principal partido da esquerda espanhola. Gonzales virou uma espécie de Roberto Freire (aliás, o PT, que anda conversando com Gonzales, tem de tomar cuidado!)
Não terminou. Respirem fundo!
Para piorar, Lopez é um golpista reincidente.
Em 2002, foi um dos signatários do decreto do golpe que depôs Chávez.
Um decreto que dissolveu o parlamento, o supremo tribunal de justiça, o conselho nacional eleitoral, a procuradoria geral da república, a defensoria do povo (um cargo que não existe no Brasil) e o controlador geral da república.
Que sujeito democrático, hein!
Quando a mobilização popular reverteu o golpe, o presidente Chávez deu anistia à maioria dos golpistas, incluindo a Leopoldo Lopez, que tinha sido um dos seus principais idealizadores, articuladores e realizadores.
Tem mais!
Lopez era prefeito de Chacao por ocasião do golpe de 2002. Sob suas ordens diretas, mandou prender ministros e políticos ligados ao governo.
Leopoldo Lopez foi responsável direto pela prisão do ministro de Interior e Justiça, Ramón Rodríguez Chacín.
Chacín denunciou diretamente Henrique Capriles Radonski e Leopoldo Lopez, então prefeitos de Baruta y Chacao, por sua detenção.
Outra vítima da truculência golpista de Lopez foi Tarek William Saab, atual Defensor do Povo da Venezuela, um cargo que não existe no Brasil (devia existir).
Saab era então um deputado federal, e foi preso pela polícia de Leopoldo Lopez, de maneira duplamente ilegal: primeiro porque foi uma prisão totalmente política; segundo porque Saab estava em lugar fora da jurisdição da polícia de Chacao.
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Abaixo, alguns vídeos sobre o perfil criminoso e golpista de Lopez.
Lopez, há seis anos, incitando estudantes a adotar estratégicas “não pacíficas”:
Leopoldo Lopez diz se sentir orgulhoso pelo golpe de Estado de 2002:
Lopez à frente da prisão do ministro Ramón Rodríguez Chacín.
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Agora, me digam.
Por que Aécio Neves veio visitar um terrorista, um violento, um golpista, um indivíduo cujas práticas deveriam ser condenadas radicalmente por qualquer amante da paz e da democracia?
Por que Aécio não conversa com os familiares das vítimas das “guarimbas”, as violências golpistas convocadas por Leopoldo Lopez?
Por que a mídia brasileira não mostra os vídeos desse familiares, que estiveram recentemente na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), denunciando a direita venezuelana como responsável pelas violências que vitimaram 43 pessoas no país, e feriram centenas de outras?
Por que a mídia brasileira não informa aos brasileiros que Leopoldo López foi um dos signatários do decreto do golpe de Estado de 2002, um decreto que dissolveu todas as instituições democráticas do país?