O índice da inflação na cidade de São Paulo (IPC), medido pelo Fipe, agência vinculada à USP, caiu de 1,1% em abril para 0,62% em maio.
Ainda é, contudo, uma inflação bem alta para um mês.
E a queda sobre abril é normal: maio sempre tem inflação menor que abril.
No acumulado jan-mai, a inflação geral, segundo o Fipe, ficou em 5,36%, contra 3,02% no mesmo período do ano passado.
Para o segundo semestre, espera-se retração da inflação, em virtude da entrada da nova safra brasileira, que deve bater outro recorde este ano: 202 milhões de toneladas de grãos, aumento de 4% sobre o ano anterior.
Em 1989, período brabo da super inflação no país, o IPC em jan-mai ficou em 104%.
Naqueles tempos sombrios, se alguém falasse que a produção brasileira de grãos atingiria, em poucos anos, 100 milhões de toneladas de grãos seria tachado de louco.
Alvinho
02/06/2015 - 20h59
Miguel, favor corrigir o texto, pois a Fipe é uma Fundação da FEA USP.
A tendência histórica é de inflação próxima do zero nos meses de jun, jul e agosto.
Estamos confiante de um índice abaixo de 8% para este ano.
Miguel do Rosário
03/06/2015 - 09h32
Corrigido, valeu.
Pedro Pereira
02/06/2015 - 13h02
A notícia que pode dar esperança, é que pelo terceiro mês consecutivo o Brasil teve superavit comercial, mas ainda estamos deficitário no acumulado do ano.
http://www.brasilexport.gov.br/balanca-comercial-registra-superavit-de-us-2761-bilhoes-em-maio
Não é uma notícia espetacular, já que está num contexto de diminuição do comércio exterior brasileiro, separei um trecho:
“No acumulado do ano, as exportações somaram US$ 74,7 bilhões e as importações US$ 77,005 bilhões, valores respectivamente 16,2% e 18,1% menores que os verificados no mesmo período do ano passado. A corrente de comércio totalizou US$ 151,705 bilhões, uma queda de 17,2% sobre o mesmo período de 2014 (US$ 184,988 bilhões), pela média diária. Entre janeiro e maio de 2015, a balança comercial acumula um déficit de US$ 2,305 bilhões, total inferior ao déficit de US$ 4,860 bilhões registrado em igual período de 2014.”
Contudo, permitirá o Brasil tomar algum folego, e até fechar o ano de 2015 com superavit comercial, e num contexto de aumento do IED através da China, principalmente, corremos menos riscos de ter calamidades econômicas com os acumulados deficits em transações correntes (como na época do FHC, com crise na Balanço de Pagamentos, fuga de capitais e ficar de joelhos para o FMI).
E por que digo folego? Porque um dos fatores determinantes para o deficit comercial de 2012 foi a energia. Como passamos por uma seca terrível, que reduziu a capacidade das nossas insuficientes (em quantidade) hidroelétricas, tivemos que importa imensa quantidade de derivados de petróleo. Com a conclusão das Refinarias RFSA e COMPRJ, teremos como atender o mercado interno, não o suficiente, mas ajuda bastante. Além disso, quando as novas (três) hidroelétricas estiverem funcionando, diminuirá nossa necessidade de importação de derivados. Ou seja, precisamos de folego para o difícil ano de 2015.
Vitor
02/06/2015 - 10h21
Movimento natural, como explicado no texto. Em junho/julho deve baixar mais ainda. Historicamente são meses com os menores índices de inflação do ano… A partir de agosto volta a subir!
Expectativa dos blogs progressistas soltarem fogos nos próximos meses e da mídia prever a volta da hiperinflação nos últimos meses do ano…
Para quem tiver curiosidade, segue o IPCA mensal histórico:
http://www.portalbrasil.net/ipca.htm
Miguel do Rosário
02/06/2015 - 10h45
O que vale não são previsões, nem de blogs, nem de mídia, e sim os índices já apurados.
Vitor
02/06/2015 - 11h10
Os índices apurados estão de acordo com as expectativas.
Devemos ter uma inflação anual entre 8% e 8,5%…