E la nave va: governo começa a governar

O governo Dilma, apesar de todos os problemas políticos e de comunicação, alguns realmente terríveis, segue trabalhando.

A oposição, especialmente a mídia, se aproveitou da pior fase de um governo, que é um início de ano somado à transição de uma gestão à outra, em que tudo parece parado.

Mas aos poucos o governo vai destravando programas e investimentos, e acertando os ponteiros.

A inflação já começou a cair. A Petrobrás publicou seu balanço, as ações recuperaram seu valor e a produção voltou a bater recorde.

O problema de crédito para infra-estrutura, acentuado pela maneira um tanto irresponsável com que se tentou asfixiar a indústria de construção civil, tentando produzir uma crise artificial para derrubar a presidenta, acaba de ser resolvido pela entrada da China, que vai injetar mais de R$ 160 bilhões no setor.

Por esses dias, a presidenta esteve na Rocinha, no Rio, onde foi bem recebida por populares, e isso apesar das inúmeras gafes em seu discurso – confirmando, pela enésima vez, que Dilma realmente não é boa de fala. Dilma se atrapalha toda quando improvisa.

O problema da comunicação do governo, aparentemente, tem origem nesse vício original. Mas a presidenta tem de continuar tentando, porque falar é treino. Piora quando se fica muito tempo sem se exercitar.

O programa mais popular e mais importante do governo, aquele que mais afeta a população pobre, o Mais Médicos, acaba de concluir a sua fase de inscrição.

Desta vez, não teremos nenhuma polêmica com médicos cubanos. Os próprios brasileiros preencheram todas as últimas vagas oferecidas pelo programa.

Agora 100% das vagas de 18 mil médicos estão preenchidas, garantindo a assistência de 63 milhões de brasileiros, em 4 mil municípios.

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Mais Médicos: brasileiros preencheram 100% das vagas do último edital

Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
Edição: Valéria Aguiar

Profissionais brasileiros com diploma no exterior preencheram todas as 387 vagas remanescentes do atual edital do Programa Mais Médicos. Com isso, 100% da demanda dos municípios foi atendida sem a necessidade de convocar profissionais estrangeiros. As informações foram divulgadas hoje (14) pelo Ministério da Saúde.

Segundo a pasta, a adesão desses profissionais vai garantir assistência a 63 milhões de brasileiros que antes não contavam com médicos em unidades básicas de saúde. Ao todo, serão 18.240 médicos atuando em 4.058 municípios, cobrindo 72,8% das cidades brasileiras, além de 34 Distritos Sanitários Indígenas.

De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, os médicos brasileiros convocados nesta fase têm formação em países como Argentina, Uruguai, Portugal, Espanha e Rússia.

“Alcançamos 100% das vagas cobertas por médicos brasileiros. Não haverá abertura de vagas para médicos intercambistas individuais estrangeiros e também não chegaremos à fase do intercâmbio com a Organização Pan-americana de Saúde para trazer médicos cubanos ao Brasil”, explicou.

A partir de agora, segundo o ministro, o governo federal encerra a ampliação do Mais Médicos prevista para 2015. Em julho e outubro deste ano, serão publicados apenas editais para a reposição de profissionais que deixarem o programa.

“Não há previsão de ampliação de vagas. Serão ciclos de reposição. Vamos avaliar a possibilidade de fazer uma ampliação para o ano que vem”, disse.

A seleção de médicos brasileiros formados no exterior foi feita após a admissão de profissionais brasileiros com registro no país, que tiveram prioridade para escolher o município de destino. Das 4.139 vagas ofertadas, 3.752 foram ocupadas por esses profissionais.

Os médicos brasileiros com formação no exterior vão passar por um período de acolhimento com duração de três semanas, a ser feito em Brasília entre os dias 5 e 26 de junho. Só poderão participar do programa os profissionais que forem aprovados em avaliação feita durante essa fase.

Criado em 2013, o Mais Médicos têm como proposta ampliar a assistência na atenção básica fixando médicos em regiões com carência de profissionais. Além do provimento de profissionais, a iniciativa prevê ações voltadas para a infraestrutura e a expansão da formação médica no país.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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