Recorto lá do Tijolaço, de um belo e dolorido post do Fernando Brito, a referência a um trecho do depoimento da ex-amante de Youssef à CPI da Petrobrás.
Como, noutra esfera, uma doleira, mulher por quase dez anos do “bandido profissional” Alberto Youssef, sente-se à vontade para elogiar o juiz que a prendeu, exibir o traseiro para mostrar onde carregou o dinheiro e fazer a defesa – chega a doer ler isso – do que, na sua abalizada opinião, deva ser a “cruzada da moralidade”:
“Se for necessário que haja recessão, que haja desemprego, que haja tudo isso, para acabar com essa corrupção, poxa vida! Vamos lá. Enquanto não cortarem o mal pela raiz, vai continuar.”
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Me recuso a comentar a opinião de alguém que acha que recessão e desemprego vão “acabar com a corrupção”.
Entretanto, é uma opinião que diz muito sobre os tempos atuais. A mídia efetivamente produziu uma multidão de zumbis psicóticos, dispostos a destruir o país se os jornais assim lhes ordenarem.
Isso me lembra o trecho de um livro que já foi um clássico, O declínio do Ocidente, de Oswald Spengler, sobre o aparecimento da imprensa moderna. Pessimista, Spengler afirma que a imprensa surgiu para facilitar a manipulação das consciências. Antes dela, os reis tinham que apelar aos fuzilamentos para convencer os trabalhadores a se engajarem em suas guerras. Com o advento da imprensa, cria-se facilmente ondas de opinião em favor das guerras, levando os cidadãos a se encaminharem, alegres e submissos, na direção do abismo.
Tanto é assim que as piores guerras da humanidade se deram já num ambiente de modernidade, onde os ódios políticos eram manipulados por uma imprensa cínica e corrompida. Como é a imprensa brasileira hoje.