Alguém me envia link de uma reportagem no Le Monde sobre a nova diretora de redação do The Guardian, Katharine Viner, 44 anos. Na matéria, fico sabendo de algumas coisas que a mídia brasileira, profundamente conservadora, sempre escondeu do público.
O Guardian, um jornal britânico de centro-esquerda, tornou-se hoje o segundo site mais visitado no mundo, entre jornais de língua inglesa, à frente do New York Times (que ficou em terceiro lugar). O primeiro lugar é do sensacionalista Daily Mail.
A notícia lança por terra a acusação de que a esquerda não tem condição de possuir um jornal de grande circulação. Para isto, porém, é preciso um público mais instruído. E também uma gestão profissional, obviamente.
A vida financeira do Guardian, assim como de qualquer jornal hoje em dia, não é fácil. O segredo do sucesso do jornal na internet foi a decisão de dar gratuidade a todas as reportagens, à diferença do New York Times, que instalou um sistema de paywall, onde o leitor tem acesso a um determinado número de matérias antes de ser requerido uma senha para assinante.
Os jornais brasileiros também decidiram adotar o sistema paywall.
A firmeza financeira do Guardian, a despeito dos altos e baixos no faturamento, é consolidada por uma espécie de “caixa de guerra”, de 1,17 bilhão de euros, em participações acionárias em sociedades lucrativas pertencentes ao Guardian Group Media (GMG).
Segundo o Guardian, essa reserva lhe permite lidar com suas dívidas e assegurar, eternamente, a sua independência editorial.
A informação deveria servir também como base para as políticas redistributivas da Secom. A audiência da mídia de direita se tornou grande porque temos um sistema de comunicação cartorial. As concessões públicas, todas nascidas na ditadura, possuem propriedade cruzada e se protegem e se ajudam umas às outras.
Se houver incentivo à pluralidade, desenvolveremos uma cultura de informação mais democrática, com as pessoas buscando opiniões e notícias de fontes variadas.