O senador do PSOL, Randolfe Rodrigues, fez um duro discurso na tribuna hoje, denunciando a grande imprensa por abafar o escândalo das contas secretas do HSBC.
Reproduzo abaixo um trecho de post publicado hoje no Viomundo:
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“A denúncia contra o HSBC mostrou o Brasil no topo da cadeia criminosa”, lembrou Randolfe, citando o quarto lugar brasileiro entre os países com maior número de clientes listados no vazamento do HSBC e lembrando a nona posição do Brasil (US$ 7 bilhões) entre os dez países com maior volume de dinheiro depositado. “Em moeda nacional, isso representa uma quantia equivalente a R$ 20 bilhões, exatamente o que o Governo Dilma pretende arrecadar com o pacote de maldades que resume o ajuste fiscal desenhado pelo ortodoxo ministro da Fazenda, Joaquim Levy”, disse Randolfe.
O ‘SwissLeaks’, que ganhou manchetes e espaços generosos nos grandes jornais e revistas do mundo, não teve aqui o mesmo tratamento: “Estranhamente, no Brasil, o caso do HSBC mereceu um estridente silêncio da grande imprensa”, lamentou o senador, lembrando que a pauta do ‘SwissLeaks’ vaza na imprensa brasileira pelo esforço de blogs e blogueiros desvinculados da grande mídia: “Blogs como Megacidadania e O Cafezinho, sites como Brasil 247 e Diário do Centro do Mundo ou blogueiros como Miguel do Rosário e Luís Nassif vasculham e revelam dados que não se vê, nem se lê nos grandes veículos de comunicação”, lembrou Randolfe Rodrigues.
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Mais tarde, o senador anunciou, em seu twitter, que conseguiu as 27 assinaturas necessárias para criar a CPI do Suiçalão.
O legal é que o senador conseguiu mobilizar seus colegas através de denúncias veiculadas em blogs, alguns citados nominalmente pelo parlamentar, como este O Cafezinho.
Algo me diz que a grande imprensa, cujos proprietários costumam usar e abusar de contas offshore, não estão muito entusiasmados com a notícia.
Tanto que, até agora, não falaram nada.
Segundo o Diario do Centro do Mundo, a grande pergunta é: será que a Globo tinha conta lá?
Um colega, Vitor Teixeira, refez a logo do HSBC, dando-lhe um ar mais… politizado.