A íntegra da entrevista de Miguel Rosseto para os blogueiros pode ser vista abaixo.
Se preferir apenas ouvir o áudio, clique neste link.
A iniciativa do ministro, titular da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, mostra que ainda há forças dentro do governo querendo fazer diferente, querendo fugir ao cerco da grande mídia.
É uma iniciativa tímida, mas simpática. Quem puder assistir e comentar, agradeço.
O que se espera do governo, no entanto, é que essas conversas não só sejam frequentes e regulares, mas que deflagrem iniciativas concretas.
O Cafezinho foi convidado, mas não pode ir. Fica para a próxima.
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Aproveito para externar uma ideia que tive por esses dias. Qualquer pessoa minimamente progressista sabe a importância de termos uma comunicação pública independente. Para isso, o governo teria que investir dezenas de vezes mais na TV Brasil. Hoje, senão me engano, o orçamento da TV Brasil é menor que R$ 400 milhões, sendo que boa parte desse dinheiro não se materializa, na prática.
Uma TV decente precisa ter um orçamento de uns R$ 5 bilhões, no mínimo.
Só que aí haverá o velho problema: de onde tirar recursos? E como manter a independência, para que a TV não seja acusada, por uma parte do público, de tomar partido do governo.
Pois bem, podemos fazer algo parecido com a BBC de Londres, ou a TV pública sueca. Crie-se um imposto específico para financiar a TV Brasil, e regras que a tornem independente de todo governo e mesmo de anunciantes (embora liberando a publicidade, o que também é importante).
Crie-se também um fundo específico.
Faça-se uma grande campanha nacional de arrecadação. Milhões de brasileiros dariam dinheiro para termos uma TV pública de altíssima qualidade, com jornalismo investigativo, exibição de bons filmes, produção de séries inteligentes, etc.
Outra ideia é o governo criar uma espécie de Adsense público, para investir aí a publicidade institucional.
Qualquer um com um site ou blog teria acesso aos recursos, o que seria uma maneira republicana e democrática de distribuir o dinheiro público.
Hoje o governo, além de destinar um percentual ridículo para internet, ainda põe dinheiro no adsense do Google, que fica com mais de 90% dos recursos.
A política de incentivar o pluralismo político e uma cultura mais democrática parece não agradar aos burocratas do planalto a quem o governo entregou a distribuição das verbas publicitárias.
É preciso investir pesado na internet, seja na infra-estrutura, melhorando as bandas, e baixando os preços, seja na produção de conteúdo, criando inúmeros programas de incentivo a blogs de ciências, saúde, política, educação, artes, cinema, etc.