Dante Alighieri, no Canto XXVIII, do Inferno, traça uma caricatura de Maomé infinitamente mais brutal e ofensiva do que jamais nenhum desenhista contemporâneo ousou fazer.
Ao chegar à região mais profunda do oitavo círculo do inferno, onde penavam as almas daqueles que, em vida, haviam semeado discórdias (para os católicos italianos, era o que Maomé tinha feito), Dante se depara com homens com membros retalhados, cabeças mutiladas, intestinos pendurados.
Entre eles, destaca-se Maomé:
Già veggia, per mezzul perdere o lulla,
Com’io vidi un, così non si perdugia,
Rotto dal mento infin dove si trulla:
Tra le gambe pendevam le minugia;
la corata pareva e ‘l tristo sacco
che merda fa di quel che si trangugia.
Tradução literal:
Assim como um barril, que o meio perde ou o fundo,
Eu vi um homem (não se fura assim um barril),
Rasgado desde o queixo até onde se digere:
Entre as pernas pendiam os intestinos;
Os pulmões apareciam expostos, e também o triste saco (estômago)
que transforma em merda o que se come.
*
Não sei como nenhum jihadista não se lembrou de fuzilar membros das incontáveis associações de amantes da poesia de Dante.
Trata-se um ataque “terrível” ao principal ídolo do islamismo. Mas é arte, é expressão. Dante não merece morrer por causa disso. Ninguém merece morrer por causa de uma expressão artística.
A arte não precisa ter razão ou ser politicamente correta para ter direito à existir. Não precisa ser boazinha ou deixar de ofender os outros. Ela tem direito de existir, porque isso está expresso nos artigos 18 e 19 da Declaração Universal dos Direitos do Homem, da qual o Brasil é um entusiasta signatário.
*
O assunto é muito sério, porque envolve não apenas uma discussão radical sobre liberdade de expressão, mas sobre o direito à vida!
Uma discussão radical, profunda e embebida em sangue.
O Charlie Hebdo foi acusado, nas redes sociais brasileiras, de racismo, islamofobia, e, de maneira geral, de extrapolar os limites da “decência” política.
Na França, a extrema-direita, que sempre foi vítima das charges do Charlie Hebdo, iniciou o movimento “je ne suis pas charlie” (eu não sou charlie).
Aqui no Brasil, curiosamente, parte da esquerda tomou partido contra Charlie Hebdo.
Leonardo Boff publicou texto de um “padre”, também intitulado “Je ne suis Charlie Hebdo”, que me provocou calafrios.
No texto, o autor diz que condena “os atentados em Paris, condeno todos os atentados e toda a violência, apesar de muitas vezes xingar e esbravejar no meio de discussões, sou da paz e me esforço para ter auto controle sobre minhas emoções…”
(…) “Não acho que nenhum dos cartunistas “mereceu” levar um tiro, ninguém o merece, acredito na mudança, na evolução, na conversão. Em momento nenhum, eu quis que os cartunistas da Charlie Hebdo morressem. Mas eu queria que eles evoluíssem, que mudassem… Ainda estou constrangido pelos atentados à verdade, à boa imprensa, à honestidade, que a revista Veja, a Globo e outros veículos da imprensa brasileira promoveram nesta última eleição.”
O autor queria que eles “evoluíssem, que mudassem”…
Como é que é?
Falar isso de um chargista assassinado covardemente com vários tiros, me parece uma falta de noção absoluta.
A esquerda vai adotar a posição de um autor que queria que os cartunistas do Charlie “evoluíssem”?
(Correção: Boff corrigiu seu post, o autor não é um padre, é sujeito chamado Rafo Saldanha. Não faz diferença nenhuma).
Isso é o que podemos chamar de “esquerda burra”.
Além do mais, quando alguém sente necessidade de repetir, tantas vezes, que “em momento nenhum, eu quis que os cartunistas da Charlie Hebdo morressem”, é porque no fundo sabe que emitirá uma opinião sectária e idiota.
Nenhum texto inteligente precisa repetir que “nenhum dos cartunistas mereceu levar um tiro”!
Ora, quanto as acusações de racismo, esse texto do Kiko Nogueira, no Diario do Centro do Mundo, dá uma resposta quase definitiva. As charges supostamente racistas contra uma ministra negra do governo socialista francês, na verdade eram uma defesa de Charlie à uma acusação a ela feita por um político da Frente Nacional, extrema direita francesa. A ministra agradeceu o Charlie e hoje é uma das estão na linha de frente em defesa de sua memória.
As charges contra um negro, também mostradas como racistas, não eram contra a negritude do sujeito, mas sim contra um humorista antissemita, amigo do Le Pen, conhecido por seu reacionarismo de direita, e que, por acaso, é negro.
Para mim, o racismo está na ignorância de não entender que negros também podem ser alvos de charges, não por serem negros, mas por suas ideias e posição.
Outras capas estão sendo veiculadas, sem contextualização, e até mesmo com tradução apressada, num furor bizarro para descrever um jornal conhecido por suas opiniões progressistas como “racista” ou “preconceituoso”.
Luis Fernando Veríssimo, nosso último cronista de esquerda, afirma que o seu conceito de cidade civilizada é aquela onde se pode sair de madrugada e encontrar um lugar para comer uma sopa, e… comprar um jornal como Charlie Hebdo.
Veríssimo é habitué de Paris há décadas, humorista e desenhista, acompanha desde o início o trabalho do Charlie Hebdo. Diz que é um jornal “nitidamente de esquerda, mas que nunca a livrou das suas gozações. Seu alvo preferencial é a direita religiosa francesa”.
Seria, evidentemente, uma outra violência isentar Charlie Hebdo de críticas.
Há charges pesadas, agressivas, quiçá de mau gosto.
Não deve ser fácil manter um jornal impresso independente, que não explora concessão pública, como a Globo ou o SBT, não usufrui de nenhum monopólio, e quase não tem publicidade.
Há uma tendência pelo escândalo, para chocar o politicamente correto, que suponho ser inerente à sua estratégia de sobrevivência comercial.
Entretanto, devemos tomar cuidado com uma coisa.
Mesmo que o jornal fosse de extrema-direita, mesmo que as acusações de racismo fossem verdadeiras, mesmo que o objetivo do jornal fosse humilhar as minorias.
Mesmo assim, errados estariam aqueles que os mataram. Não o jornal.
O crime capital, em qualquer religião, é o assassinato, não a ofensa.
A liberdade de expressão pressupõe, evidentemente, o direito à qualquer um de dizer o que quiser. Mesmo as coisas mais horríveis.
Esta liberdade pode ser mais ou menos regulada pelo Estado, segundo a legislação de cada sociedade.
Mas jamais, em sociedade nenhuma, ela pode ser regulada pela morte e pelo terrorismo político.
Aqui no Brasil, Sheherazade, apresentadora do SBT, meio que defendeu o direito ao linchamento, quando alguns rapazes brancos de classe média acorrentaram um jovem negro a um poste, no Flamengo (meses depois, os mesmos rapazes foram presos por tráfico, mas sobre isso a Sheherazade não falou), e houve um movimento para que o SBT não mais recebesse verbas federais.
Não se tratava de censurar Sheherazade, mas de impor um limite civilizatório: ela pode falar o que quiser, mas então que não receba dinheiro público para defender linchamentos.
Entretanto, estávamos falando de uma concessão pública, na TV aberta.
O Charlie Hebdo é um jornal impresso, que vive de assinatura. Poucas semanas antes da tragédia, eles estavam pedindo ajuda financeira aos leitores.
Não eram nenhum tentáculo do “imperialismo americano ou europeu”. Eram jornalistas e desenhistas tentando ganhar honestamente a vida, usando a criatividade.
Eu entendo o politicamente correto. Entendo também o politicamente incorreto. São ambos necessários, e face da mesma moeda. Precisam conviver em harmonia.
Sem o politicamente incorreto, a vida seria insuportável.
Sem o politicamente correto, idem. Alias, sem o politicamente correto, o politicamente incorreto perderia a graça.
Mas é preciso traçar uma linha divisória entre a civilização e a barbárie. Porque é mais que uma linha. É um abismo, a separar a vida e a morte.
Matar alguém por causa de um desenho é uma barbaridade tão grotesca que deveria congelar imediatamente qualquer crítica que tivéssemos àquele desenho.
Eu sou um blogueiro, e vivo também da criatividade.
Um título, um desenho, um esforço para ser polêmico, pode causar confusão, pode ofender sensibilidades.
As pessoas têm o direito de se sentirem ofendidas, com ou sem razão.
Charges tucanas ofendem profundamente petistas. E vice-versa. Charges anti-católicas ofendem profundamente católicos.
Faz parte do jogo.
Os ofendidos tem o direito de usar a Constituição para responder à ofensa.
Tem o direito de reagir com emoção, com xingamentos.
Podem organizar manifestações e protestos. Em casos extremos, podem até pichar a fachada do jornal e revista.
Mas não tem o direito, evidentemente, de reagir com violência física contra desenhistas e jornalistas.
Nem de justificar a violência física ou reduzir a sua gravidade com argumentos falsamente políticos.
Quando se mata um desenhista, ataca-se toda a sua família, todos os seus amigos, todos os desenhistas do mundo, seja qual for a sua ideologia.
Dito tudo isso, falemos um pouco sobre a manifestação ocorrida em Paris, ontem.
Quase 4 milhões de pessoas!
A maior manifestação pela paz da história da França. A maior do mundo!
Aqui no Brasil, tentou-se esnobar a manifestação por causa da presença do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Ora, ele era um entre 4 milhões!
E estava ao lado de M. Abbas, o presidente da Autoridade Nacional Palestina.
Os dois, lado a lado, criam um símbolo que constitui um belíssimo gesto de paz.
Não, o terrorismo não está resolvido.
A paz não está resolvida.
O mundo não ficou uma maravilha depois da marcha em Paris.
Mas tudo é um processo.
A extrema-direita francesa não teve presença significativa na marcha em Paris. A Marie Le Pen teve que fazer a sua própria caminhada, mixuruca, numa cidadezinha francesa onde tem votos cativos. Uma marcha puxada pela polícia.
Entendo que setores um pouco viciados da esquerda brasileira, essa esquerda de sofá, confortavelmente instalada num sectarismo fácil, tenham reticência contra manifestações espontâneas, com bandeiras difusas, que terminam em quebra-quebra e que são manipuladas facilmente pela mídia e transformadas em arma política para se criar uma atmosfera de instabilidade.
Entendo, também já as critiquei, mas também já me autocritiquei por esse tipo de receio excessivo.
O que vimos em Paris, todavia, neste domingo, foram 4 milhões de pessoas marchando com um foco específico, pela paz.
A paz é a única bandeira realmente universal, transversal a todas as ideologias, que poderia reunir 4 milhões de pessoas numa mesma passeata.
Não houve um incidente. Não apareceu um único black bloc.
Isso é lindo!
O debate sobre a marcha foi perpassado pela crítica à sua suposta hipocrisia.
“Morreram 2 mil nigerianos hoje, porque ninguém marcha por eles?”
Ora, uma marcha pela paz significa uma marcha contra todo o tipo de guerra, contra todo o tipo de violência, contra todo tipo de terrorismo, seja aquele feito por fanáticos religiosos seja o terrorismo de Estado.
Não podemos cair nesse tipo de sofisma populista barato!
Também precisamos conversar um pouco sobre o islamismo.
Criticar o islamismo não é “islamofobia”.
O Islã precisa ser criticado, e precisa aprender a ser criticado, inclusive duramente, com sarcasmo, acidez e violência simbólica.
Como todo radicalismo religioso, o islâmico é retrógrado, brutal, discrimina mulheres, gays, minorias e “infiéis”.
No Estado Islâmico (Isis), quase 4 ou 5 milhões de mulheres vivem sob o risco de amputação genital, porque é nisso que os radicais do Isis acreditam, que a mulher não pode ter prazer.
Como assim não podemos criticar isso?
É islamofobia fazer uma crítica radical a esse tipo de fanatismo brutal e desumano?
Há um agravante. O radicalismo islâmico experimenta, há anos, uma perigosa expansão.
O Ocidente, sobretudo os EUA, têm culpa nisso.
Os países mais laicos do Oriente Médio, Iraque e Líbia, nos quais havia separação rigorosa entre religião e política, e onde as mulheres gozavam de plena liberdade civil, foram invadidos e se tornaram, hoje, focos de fanatismo religioso e terrorismo.
A mesma coisa vale para o Irã. .
O Irã tinha um governo laico e democrático, chefiado pelo primeiro-ministro Mohammad Mossadegh, que nacionalizara as empresas petrolíferas. Os EUA não gostaram e patrocinaram um golpe de Estado, que resultou na ditadura pró-ocidental do Xá Reza Pahlevi (1953-1979), que destruiu a democracia, a liberdade de expressão, o laicismo, criando o caldo de cultura política para um contra-golpe dos aiatolás, a única força política nacional ainda organizada.
Antes da marcha deste domingo, o recorde deste tipo de manifestação pertencia à marcha contra a guerra no Iraque.
As guerras do Ocidente, seus golpes, são quase sempre profundamente antipopulares. Por isso, são organizados em segredo e são alimentadas à base de mentiras veiculadas pela mídia.
Sempre que a política internacional é debatida à luz do dia, ela melhora. Por isso a importância da marcha em Paris. Ela obriga os dirigentes a tirar o debate dos porões dos serviços secretos e levá-lo à opinião pública, à verdadeira opinião pública, não aquela viciada e corrompida por uma imprensa mantida sempre à beira da falência.
Aliás, é interessante observar que o principal ataque às populações árabes, palestinas, africanas, e a pobres de todo mundo, jamais aconteceu nas páginas de um jornalzinho de humor atrevido e esquerdista, como era o Charlie Hebdo, e sim nos grandes jornais sérios, que não publicam charges ofensivas, que mantém um comedimento politica e rigorosamente correto.
Entretanto, interessa aos povos que as mudanças se dêem de maneira pacífica e democrática. A violência apenas interessa aos barões da indústria bélica. A eles, e somente a eles, interessa o terrorismo, porque força os Estados a aumentarem seus gastos militares.
Para a direita, de maneira geral, o terrorismo oferece uma série de vantagens. Ele ajuda a abafar o debate político sobre direitos sociais. Afinal, quem se interessará por discutir esse tipo de coisa diante da ameaça à vida de inocentes? Diante da ameaça da barbárie e do caos?
Para a maioria, para a esquerda, o terrorismo não oferece vantagem nenhuma. Diante do terrorismo, a esquerda encolhe eleitoralmente, e se intimida politicamente.
Mais uma razão para não cometer erros primários, como fazer críticas, algumas delas levianas, outras até mesmo injustas, ao trabalho de desenhistas mortos barbaramente por fanáticos da direita islâmica. Essas críticas, francamente, não tem importância neste momento, e confundem o debate. Fica parecendo falta de solidariedade, falta de respeito, falta de noção, falta de amor à liberdade.
Devemos focar todas as energias na análise das causas que levaram a um ato tão bárbaro. Entre elas, seguramente, está a promoção do ódio, de maneira que não adianta apenas entender a geopolítica.
É preciso reagir sem ódio, sem a tolice de sair distribuindo culpas. Cabe, sobretudo, não culpar as vítimas!
Objetividade, calma, lucidez, tolerância, inteligência, cultura são as únicas armas que possuímos para combater a indústria da guerra, da ignorância, do fanatismo e da morte.
PS: Capa do Charlie desta quarta-feira.
Verônica
20/01/2015 - 11h57
Interessante texto.
Levanta uma boa discussão acerca do tema, o que na minha opinião é o melhor a ser feito nesse momento.
Juliana Roiz
18/01/2015 - 15h07
amei o seu texto. o melhor que li sobre o assunto até agora. parabéns! :)
katia
18/01/2015 - 12h55
Bom… Vamos por parte.
1. Charges pra mim (sou formada em artes plásticas e não sou artista) não é arte, especialmente quando faz parte de jornal. É, no máximo, jornalismo!
2. Quando a matéria diz que não se trata liberdade de expressão, mas sobre o direito à vida, leva algum imbecil a pensar que uma coisa anula a outra.
3. Nunca vi tanta gente da direita francesa a favor de Charlie por ver neles a grande chance de capitalizar com a radicalização. Nunca uma charge ofensiva e debochada de Moisés seria permitida. isso nunca seria aceitável pela judeuzada endinheirada da europa – quase toda dona da mídia.
4. No Brasil esse movimento foi percebido pela esquerda como oportunista da grande mídia – o que não é uma percepção incorreta. Basta olhar a péssima qualidade das reportagens sobre o assunto sem contaxtualizar o ocorrido. Sem dar voz ao outro lado.
5. Liberdade de expressão pra mim é muito diferente de liberdade de agressão. Exponham idéias sem ridicularizar alguém.
6. Chamar quem discorda do autor de esquerda burra me parece meio…. Burro – pra não dizer um tanto pretensioso.
7. Se colocar fora do movimento Je suis Charlie não significa ser favorável aos assassinos. Muito pelo contrário. Significa ser contra a limpeza étnica feita por Israel. Significa ser contra a agressão de ambos os ladoJr.
8. Je suis Charlie é um movimento que vai fazer a europa pagar caro. A população está passando a ser mais intolerante e agressiva com o muçulmanos moderados. Os muçulmanos moderados passarão a ser mais radicais (já está acontecendo agora, após atentado). E o mundo não será melhor se não se pensar em mais respeito no lugar de mais liberdade.
Nanih Junho
17/01/2015 - 17h36
só digo uma coisa: amocê! Texto maravilhoso. Mas acho que falar mais seria redundância… rs
Mauro Chazanas
17/01/2015 - 12h16
Bravo!
Um texto maravilhoso.
O retorno
15/01/2015 - 15h56
Antes os irresponsáveis “humoristas” do Charlie Hebdo insistiam em dizer que seguiam somente as leis da França e não as de Maomé. Hoje alguns deles já não seguem mais as leis da França e talvez estejam neste momento sendo julgados exatamente pelas de Maomé. Ironia.
Luciano Prado
15/01/2015 - 15h19
Miguel você tem todo o direito de pisar na bola, tem muito crédito. Reconheça que você pegou uma onda ruim. Só não vale insistir nisso. Ainda assim tem todo o direito de continuar pisando na bola. “EU SOU CAFEZINHO”. Aquele do Miguel que todos conhecemos.
Luciano Prado
15/01/2015 - 15h14
POR O GLOBO COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
15/01/2015 11:27 / ATUALIZADO 15/01/2015 11:31
Papa Francisco: ‘Liberdade de expressão não dá direito de insultar a fé do próximo’
Em viagem pela Ásia, pontífice condena mortes em nome da religião, mas alerta para limites do discurso
Jorge Moraes
15/01/2015 - 14h54
O ser cartesiano morreu há muito tempo: só se é algo ou alguém, precisamente quando não se pensa.
A partir daí, com (alguma) “tinta de galhofa”, a questão de ser ou não ser Charlie, e mais ainda, a urgência de se posicionar de forma clara sobre algo com tanto de circunstancial, assume feitio de falsa questão.
Charlie tentava ser defensor dos fracos e oprimidos? Sim, talvez ele pudesse ser o anjo. Com o tempo, passou a portar – simbolicamente, evidente – o “45” que o ex Jorge Ben consagrou em sua canção.
Até que um dia, depois de vários “avisos”, alguns dos milhares, milhões de atingidos/protegidos simbolicamente pelo anjo, vieram com suas “45” de verdade.
E o sangue jorrou nos “quartiers”, para a dissimuladíssima satisfação de Le Pen e congêneres (e como é grande a família!).
Quem poderia / deveria proteger o ameaçado hebdomadário não o fez, ou o fez de forma pouco séria.
Há motivos para ser. Há outros tantos, talvez mais, para não ser.
Só que para ser é preciso não pensar.
Enquanto a falsa pauta prossegue, o capital e seus prepostos têm do que rir. Embora chorem e alguns cheguem até a integrar a comissão de frente.
Mas mesmo com tantas restrições à embaraçosa questão, quero dizer que você é muito bom jornalista, Miguel!
Maurilio Gadelha
15/01/2015 - 13h18
EU SOU O CAFEZINHO, O CONVERSA AFIADA, O VIOMUNDO, O DCM,ETC. E O NASSIF gente processado por afirmar que o jornalismo da GLOBO é tendencioso. No Brasil,A liberdade de imprensa é negada por quem?Por muçulmanos, nazistas, stalinistas, fascistas, palestinos ou judeus?
jose marcos
15/01/2015 - 11h07
Sinto muito Miguel, não concordo com você, pois o fato de uma pessoa ser barbaramente assassinada não a transforma, automaticamente,num ícone. Se assim fosse, teríamos que dizer, se tal fatalidade acontecesse com um FHC ou Maluf, por exemplo, EU SOU FHC, EU SOU MALUF. As charges do Charlie eram grosseiras, vulgares e debochavam, até de forma pornográfica, das religiões como um todo e não apenas dos fundamentalistas. Eu não sou Charlie, eu sou LUIS NASSIF.
Armand de Brignac
15/01/2015 - 14h24
Porque você não diz de uma vez por todas: EU SOU LULA !
jose marcos
16/01/2015 - 11h04
Digo Sr Armand, não tenho nada que esconder: EU SOU LULA. Satisfeito??????????????????????????????????
Sergio Santos
15/01/2015 - 09h57
Quanta baboseira e hipocrisia. Justifica um preconceito por outro, cometido por Dante, um ocidental, sujeito aos mesmos preconceitos. Mesmo discurso dos lacaios americanos e europeus, aliados da direita raivosa. Não concordo com o Terrorismo, seja de que lado for; mas sou contra charges que ofendem símbolos religiosos, pois se trata da Alma de um povo. Tchau, Cafezinho… retirando de meus Favoritos.
Henrique from Curitiba-Pr
15/01/2015 - 07h47
EU “quase” SOU O CAFEZINHO; EU “quase” SOU O TIJOLAÇO. Miguel e Brito vocês perderam uma grande chance de terem ficado quietos nesse episódio “Eu sou Charlie”! No máximo poderiam ser criticados por omissão!
Eliseu Leão
15/01/2015 - 07h07
O bluff da comissão de frente
A comissão de frente da principal coluna da manifestação, que reuniu um milhão de pessoas, ao lado do Hollande, da Merkel, Netanyahu e outros bichos, foi uma das maiores – e sem precedentes – manipulações de sentimentos populares confeccionada para a imprensa-impresa. Não existiu nenhuma comissão de frente. Esses hipócritas estavam à frente de um nutrido grupo de gorilas da segurança. Chegaram, percorreram 100 metros, pousaram para as fotos e clips e bateram em retirada horas antes da chegada dos manifestantes. Não era uma comissão de frente, parecia mais um bloco de sujos do tipo ”o que é que eu vou dizer em casa”. Ver para crer: http://www.pandoratv.it/?p=2651
renato
14/01/2015 - 20h11
Porque não sou Renato.
Vitor
14/01/2015 - 18h39
Miguel, coloca mais uns 2 posts aí, tá meio parado isso aqui…
Luiz Mourão
14/01/2015 - 13h51
“Mas eu queria que eles evoluíssem, que mudassem… Ainda estou constrangido pelos atentados à verdade, à boa imprensa, à honestidade, que a revista Veja, a Globo e outros veículos da imprensa brasileira promoveram nesta última eleição.”: O QUÊ?!?!?!?!?!?!
Péra aí!!!
Boff disse isso MESMO?!?!?!?!?!?!
Verdade, boa imprensa, honestidades?!?!?!?!?!?!
De que país esse sujeito está falando?!?!?!?!
E é um “homem de deus”…
Bem, está explicado…
ORRAIO
14/01/2015 - 22h22
VC não entendeu o que Boff escreveu.
Luiz Mourão
15/01/2015 - 17h06
Tem razão o amigo, não entendi no momento; entendi agora…
Obrigado!!
gg
14/01/2015 - 13h26
Je suis Nassif
Marcio Bertoni
14/01/2015 - 14h08
Lindo texto, Miguel Do Rosario, obrigado! Guilherme Zani, vc deveria ler isso…
REINO DE CLIO
14/01/2015 - 10h51
O MUSEU NACIONAL FECHOU!
Alô URFJ! Tem alguém vivo ai? O Museu Nacional fechou! Mas não no Reino de Clio! Convidamos todos a visitar este e vários outros museus no link abaixo:
http://reino-de-clio.com.br/Museus.html
gg
14/01/2015 - 09h41
Vai dar káka…quero ver prender milhoes de internautas…fizeram merda…agora. é como falou o filosofo comandante. Cada cachorro que lamba sua caceta
Czar
14/01/2015 - 08h34
Eu sabia que ia dar merd@….Tái:
FRANÇA PRENDE HUMORISTA QUE FAZ CRÍTICAS A JUDEUS: http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/166522/Fran%C3%A7a-prende-humorista-que-faz-cr%C3%ADticas-a-judeus.htm
Todo aquele showzinho em favor da liberdade de expressão era apenas para faturar. Aguardo, ancioso, o pronunciamento dos defensores do humor sobre esse caso.
Será que o Benjamin Netanyahu fará passeata para defendê-lo ?!?
A hipocrisia reina nos dias atuais….rs
Czar
15/01/2015 - 08h12
Tá vendo Miguel, é precisa defender estas causas com calma e com a razão.
Esta revista Francesa não é o que parece ser:
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/166631/Cartunista-foi-demitido-de-Charlie-por-piada-'antissemita‘.htm
Miguel do Rosário
15/01/2015 - 08h55
Essa demissão não significa nada. O cara trabalhou lá por muitos anos.
Armand de Brignac
15/01/2015 - 14h27
Texto de uma parisiense :
Antes de julgar o jornal é preciso conhecer os fatos:
O desenhista Maurice Sinet foi despedido do jornal Charlie Hebdo depois de uma coluna publicada 02 de julho de 2010, na qual fez humor sobre uma possível conversão ao judaísmo de Jean Sarkozy (filho do ex-presidente Sarkozy).
O desenhista Maurice Sinet fez uma charge fazendo referência ao filho de Sarkozy onde aparece a frase ”Ele acaba de falar que quer se converter ao judaísmo antes de se casar com sua noiva, judia, e herdeira dos fundadores da Darty. ELE VAI FAZER UM GRANDE CAMINHO NA VIDA, ESTE PEQUENO” (Il fera du chemin dans la vie, ce petit), em português quer dizer ele vai fazer sucesso na vida.
A direção do jornal demitiu porque consideraram que a charge “poderia ser interpretada como uma conexão entre a conversão ao judaísmo e êxito social”. (O jornal entendeu que se houvesse ações na justiça, eles não saberiam como justificar. O jornal demitiu o desenhista porque a charge associava a ideia de que o casamento com um judeu é a garantia da melhoria de vida.
E isso a direção do jornal não tolerou difundir esse tipo de ideia. O jornal é de esquerda e tem uma linha editorial. Seria dizer não casem com muçulmanos, com católicos, etc, pois não terão sucesso na vida. Então o jornal que luta contra o racismo e o preconceito, e pela defesa do igualitarismo, não gostou daquilo que foi escrito pelo colaborador.
O desenhista entrou na justiça por ter sido demitido abruptamente sem os procedimentos exigidos pela lei (aviso prévio). Ele ganhou a causa no Tribunal de Paris, sendo o jornal obrigado a pagar uma indenização ao desenhista pelos prejuízos econômicos e morais de uma demissão abrupta e divulgada.
Ao contrário do que pensam no Brasil, existe lei que regulamenta a mídia francesa. Essa lei de 1881, pune a mídia se houver abusos. As charges do Charlie são toleradas pela justiça, pois não incentivam o racismo contra os povos. Eles fazem charges de todas as religiões e de todos os políticos e deles mesmos. A França é um Estado laico como o Brasil, e a ironia em relação às religiões não são considerados crimes, exceto se houver uma incitação contra a algum povo. Eles brincam com a imagem de Maomé, como fazem com o do Papa, de Jesus, etc, e dos políticos. Tem mais charges do presidente e do ex-presidente do que de religiões nas suas edições do jornal).
Roberto
14/01/2015 - 05h25
Eu quis dizer “false flag”!
Excelente artigo do impecável Pepe Escobar:
http://sputniknews.com/columnists/20150112/1016795879.html
O mesmo artigo traduzido:
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2015/01/pepe-escobar-brilham-os-hipocritas-na.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+redecastorphoto+(redecastorphoto)
Outros links interessantes:
Plínio Zúnica: Por que não sou Charlie Hebdo
http://www.vermelho.org.br/noticia/256927-6
Eu não sou Charlie, “Je ne suis pas Charlie”
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2015/01/eu-nao-sou-charlie-je-ne-suis-pas.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+redecastorphoto+(redecastorphoto)
I am NOT Charlie
http://vineyardsaker.blogspot.com.br/2015/01/i-am-not-charlie.html
Égalité?
http://4.bp.blogspot.com/-_kAGk_zLExg/VK7g62H6H4I/AAAAAAAAcgA/mW73I9dMmh0/s1600/fran%C3%A7a%2Breal.jpg
alice
13/01/2015 - 18h49
Bravo Miguel! e a confusão conceitual continua. Creio que é porque não temos liberdade de expressão nem de imprensa no nosso país, não sabemos o que seja isto.
Adamastor Xexéu
13/01/2015 - 15h49
Para muitos, uma charge de Maomé sendo sodomizado, é arte, criatividade…
Quanta bobagem…
Depois, dizem que a Globo fritou o cérebro somente dos coxinhas…Errado, teve mais gente!
Ricardo
13/01/2015 - 15h09
Não concordo acho que arte não pode ser usada como desculpa para qualquer agressão, pois jamais poderia apoiar uma quadro com a filha de quem escreveu o artigo sendo estuprada e ainda achar que isso é arte…isso seria agressão das mais rasteiras e banais. Arte que ofenda religião alheia e sentimentos pessoais devem ser categorizadas e se for o caso classificadas como agressivas a religião x ou y e não poderiam ter divulgação livre. Arte comemorando o extermínio de judeus???? ou o assassinato de palestinos pelos israelenses isso seria arte??? Ainda acho que meu direito começa quando termina o do meu vizinho. Não concordo com o artigo achei absurdo. A propósito nem sei se o escritor (a)ele ou ela tem filha. Neste caso um quadro assim deveria ser classificado como apologia ao estupro, nazismo e etc…
Joca de Ipanema
13/01/2015 - 18h12
O Miguel não falou em arte. Falou em liberdade de expressão. Em países livres e democráticos, os ofendidos tem sempre o direito de procurar reparação junto a justiça. O resto e barbárie, não importa qual motivo seja.
Eliane de Luca
14/01/2015 - 10h06
Com toda certeza, por estes argumentos (que assino embaixo) e por outros mais é que “NÃO SOU CHARLIE”
Abraço.
Jocilene
13/01/2015 - 14h19
Discordo também do cafezinho faço vênia ao querido Miguel mas não acho que a Liberdade de um indivíduo possa se sobrepor a outros direitos fundamentais como por ex: o direito a honra. Nós que vivemos em um Estado Democrático de Direito sabemos o quanto a liberdade nos é assegurada e protegida pela Constituição.
Mas de fato desenhar Maoemé de forma tão agressiva simulando estupro ou estrela de Davi no orifício não tem nada de engraçado talvez tenha para os franceses ou alguns brasileiros que acham que vale tudo em nome da arte.
As pessoas se enganam que o direito a liberdade de expressão é absoluto. Ferir ou atentar a honra ou a liberdade de qualquer raça usando de argumento sua legítima liberdade de expressão mostra para essa determinada cultura que seus ideias e suas liberdades estão acimas das do seu povo.
Respeito nunca é demais, aquela velha frase de nunca faça com o outro o que não gostaria que fizesse com você se torna muito válida para defender aqui um equilíbrio , isso que os cartunistas fizeram nada tem a ver com arte, e sim uma perseguição gratuita, covarde e um atentado contra a liberdade religiosa de um determinado povo.
os franceses são melhores ou superiores do que os islâmicos?
Quem disse que devemos impor nossas liberdades e ideais para quem quer que seja??
Seria arte o cartunista desenhar sua própria mãe ou seus filhos sendo estuprados por Jesus ou algum santo católico?
Sugestão: Desenhar o Pres. da França sendo “penetrado por trás” pelo Pres. dos EUA.
Existem muitas formas de atentar contra a moral, usar lápis como arma não elevará uma nação que se acha democrática e livre a afrontar a fé ou que seja do Islã e achar que eles são os terroristas que não respeitam a liberdade.
Faltou respeito e faço aqui meu repúdio a ambos os países que violaram os direitos fundamentais de um indivíduo como ser humano.
Essa perseguição a fé islâmica ou se fosse perseguição ao ateísmo não leva a nada.
A França não é raça superior como querem ser vistos.
Exitem consequências e cada um usa a arma que tem de acordo com seus ditames e seus conceitos de liberdade.
alice
14/01/2015 - 09h12
Charlie não era um indivíduo e sim uma publicáção! dá para entender a diferença?
Vinicius
13/01/2015 - 13h51
De minha parte evito, sempre q não cochilo, chamar os outros de burros, idiotas etc. Deixo isso pros Reinaldos Azevedos e Jabôres da vida. Prefiro sempre validar o pensamento contrário ao meu, contrapondo idéias com idéias. Eu iria até mais fundo, recomendando uma espécie de “cristianismo político” – nunca cair na pilha, mesmo se me xingaram, e me manter ao nível das idéias. Assim, saímos do botequim e entramos num espaço construtivo e que capta boas-vontades, e não alimenta raivas e outros sentimentos que não constróem. Isso é inteligência política – de longo prazo, quer dizer, aquela que realmente funciona. Por fim, se por acaso percebo que não estou conseguindo não cair na pilha, calo.
Fernando Soares Campos
13/01/2015 - 12h56
Samba do crioulo doido, Miguel, foi isso que você escreveu. Eu tinha acabado de ler Zizek tratando do mesmo assunto, tive essa mesma impressão, como tive de muitos outros articulistas e “pensadores”, inclusive do tal padre-leigo, ou leigo-padre, sei lá. Mas você foi mais fundo, afinal, creio que os demais não têm o savoir faire do carioca.
Concordo contigo quando diz que “…quando alguém sente necessidade de repetir, tantas vezes, que “em momento nenhum, eu quis que os cartunistas da Charlie Hebdo morressem”, é porque no fundo sabe que emitirá uma opinião sectária e idiota.”
Aí eu fiquei esperando você confirmar isso, e não deu outra, mais adiante você chaga a ser piegas nesse sentido. Observe…
“Os ofendidos tem o direito de usar a Constituição para responder à ofensa.
Tem o direito de reagir com emoção, com xingamentos.
Podem organizar manifestações e protestos. Em casos extremos, podem até pichar a fachada do jornal e revista.
Mas não tem o direito, evidentemente, de reagir com violência física contra desenhistas e jornalistas.”
Isso é o mesmo, Miguel, que os demais disseram sobre não concordar com o fuzilamento, o atentado, com o assassinato… para depois emitir “uma opinião sectária e idiota.” A diferença é que você emitiu antes…
Mas valeu, Miguel, tem muita coisa boa no teu samba, me forneceu elementos para dizer “Não existe terrorismo islâmico genuíno”.
natalia
13/01/2015 - 12h45
Não sou Charlie, nem nunca serei. Tomo o maior cuidado para não ofender crenças em público. No particular discuto muito com crentes (a maioria são familiares). Os não crentes são difíceis de encontrar.
Agora, sou contra matar quem ofende uma crença nossa ou de outrem. O processo cível é a melhor saída. De processo em processo, quebra-se o originador das ofensas.
Solange Barifouse
13/01/2015 - 14h11
Um contraponto interessante sobre alguns aspectos….
Vinicius
13/01/2015 - 12h10
Charb, o dono, e Wolinski, um dos principais cartunistas, eram judeus. Associações Árabes na França entraram com ações contra a Charlie Hebdo e não deu em nada. Agora pergunto: vc acha q o Judiciário Francês interpretaria da mesma maneira uma ação contra uma revista dirigida por dois árabes debochando do Holocausto? Não estou dizendo q eles eram sionistas, ou anti-islâmicos, mas o fato é que eram judeus debochando de Maomé. É isso, Miguel, q acho q vc não está ponderando. Quem embarca nessa de Je suis Charlie está aderindo a uma campanha de Luto Seletivo. Tô fora. Não me representam.
Carlos Roberto
13/01/2015 - 13h33
Pra qual lado não é ofensivo?
Elisa
13/01/2015 - 11h15
Na França, quando o John Galiano, diz ele que estava bêbado, fez supostas ofensas aos judeus em um restaurante ele foi processado. Então não há essa liberdade total lá não. E, para mim, dizer que os ofendidos devem fazer uma manifestação é não reconhecer que lá como aqui existem estruturas de poder, inclusive judicial e policial, que privilegiam alguns e tratam outros com descaso. Ninguém em sã consciência deve aceitar o terrorismo assim como ninguém deve aceitar que o outro seja ofendido, verbalmente inclusive. Continuo com a sábia frase de Cristo: “Trate o outro como gostaria de ser tratado”.
henrique de oliveira
13/01/2015 - 09h59
Não tinha 4 milhões de pessoas o numero oficial é de 1 milhão e duzentas mil o premie israelense estava numa ponta e Habas em outra e nem se olharam , o jornal é de propriedade de um judeu , logo as ofensas aos muçulmanos tinha sim a intenção de ofender.Não sou Charlie e nunca serei pois canetas , lápis e teclados podem sim matar e ferir muito mais que uma AK 47.
Joca de Ipanema
13/01/2015 - 18h23
Aprenda pelo menos a ler a imprensa. 5 milhões foram na França inteira. Em todas as grandes e médias cidades. Em Paris a gendarmerie contou 1,5 mi. Vais dar agora uma de O Globo, manipulando números de manifestações segundo teus interesses? O palestino estava numa ponta e o judeu na outra. Pô. Que argumento pueril!
alice
14/01/2015 - 09h09
Charb não era judeu e se fosse e daí? o judeu ali era Wolinski,um jovem senhor de 80 anos. Acabo de ver uma chaarge bem violenta sobre o holocausto numa publicação franc^^esa. Fooi censurada? absolutamente!
gg
13/01/2015 - 09h39
Porque eu nao sou charlie.? Porque eu nao sou manipulado
Vinicius
13/01/2015 - 12h12
Kkkkkk… Simples assim!
Roberto
13/01/2015 - 09h20
Estou decepcionado com você, Miguel do Rosário, por não reconhecer prontamente os claros indícios de que esse ataque contra o Charlie Hebdo foi um “false fag”, mas vamos ao mais importante. Até o momento, 54 ataques já foram cometidos contra muçulmanos na França, ataques claramente inspirados pela “Marcha da Paz” que melhor seria chamada de “Marcha dos hipócritas”, pois lá estavam os sionistas Netanyahu, Poroshenko e Sarkozy, todos genocidas, para não falar dos líderes de países integrantes da OTAN, a mesma OTAN que arma e financia os mesmos terroristas takfiri que neste exato momento estão matando inocentes na Síria, no Iraque e no Líbano, Aliás, acabou de ocorrer um atentado no Líbano que não vai comover ninguém, pois as vítimas não eram francesas.
Sidnei Brito
13/01/2015 - 08h39
Acho que o texto do Rafo Saldaña (autor que não conheço devidamente) não está sendo bem interpretado.
Pelo que entendi, o autor apenas sustenta que a condenação do ato inominável cometido por terroristas não obriga a uma adesão automática aos métodos do jornal.
Há, aqui no Brasil, certas revistas semanais de que não gosto e cujos métodos jornalísticos não aprovo. Se algo terrível lhes acontecesse (coisa que, espero, nunca acontecerá) teriam minha solidariedade contra o ato brutal; mas isso não me faria passar a apoiar seus métodos condenáveis.
Acho que é só isso a questão do “ser ou não ser” Charlie.
Lee Max Andrade
13/01/2015 - 10h28
Porque não sou Charlie?
Remédio pro ódio é o amor… Mostrar a outra face e nunca revidar e muito menos provocar quem quer que seja…
Respeito e canja de galinha não fazem mal a ninguém…
Agora repudiar ataques covardes de terroristas alienados com o “nada”, isso sim é totalmente oportuno.
Tolerância gente
Sônia Thiesen
13/01/2015 - 10h06
A análise mais completa e lúcida que li. Parabéns, Miguel! Fiquei vários dias sem conseguir acessar teu blog, não sei o que houve. Agora voltou “ao ar”.
Henrique from Curitiba-Pr
13/01/2015 - 06h54
Muito blá-blá-blá para ficar no “nem sim nem não” e “antes pelo contrário”, se necessário também no “vice-versa”! Seria muito melhor para “O Cafezinho” e “O Tijolaço” (por extensão!) ficarem na omissão como se nunca tivesse ocorrido esse episódio de TERRORISMO POLÍTICO em Paris no qual os dois irmãos mulçumanos e o pessoal do Charlie foram bodes expiatórios, cada qual à sua maneira, para bem servir os objetivos da alta política internacional! Entendeu Miguel do Rosário?
jp
15/01/2015 - 13h23
Acho q ele nunca se informou sobre quem controla os extremistas do secto takfiri… Os mesmos que estavam nessa marcha idiota…
sergio bonilha
13/01/2015 - 03h21
oi miguel,
vê-se que você escrevia bem exaltado dessa vez, o texto está uma miscelânia…
mas, como esse assunto é bem complexo – tenho certeza de que você sabe disso – solicita a perspicácia que costuma lhe acompanhar; releia o post, verá o tom agressivo de alguns parágrafos que pouco ajuda na discussão…
atenciosamente,
sergio bonilha
Cláudio Pereira
13/01/2015 - 02h27
“je ne suis paz miguel”. Análise equivocada a sua. Sou totalmente contra os assassinatos. Sou totalmente contra o terrorismo. Sou totalmente contra o humor incorreto, o preconceito, o escárnio contra qualquer crença – inclusive a crença de não crer. Não sou “charlie” e não sou “miguel” nesse texto seu. Caso você ache que a presença do BiBi na primeira fila de uma pequena manifestação ultra-guardada (não a grande, a do povo) é correta, mude para Israel e comece a aplaudir o bombardeio de Gaza do camarote perto do mar. Ou então mude para a França para poder comprar o Charlie, junto com o Hollande, Sarkô, Le Pen e assemelhados. Foi mal seu artigo, meu, foi mal.
Isadora Bonder
13/01/2015 - 03h40
Pbén pelo texto Miguel Do Rosario!
Francisco de Assis
13/01/2015 - 00h37
VIVE LA LIBERTÉ DE EXPRESSION DE TOUS LE MONDE
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“Os dois (Benjamin Netanyahu e Mahmoud Abbas), lado a lado, criam um símbolo que constitui um belíssimo gesto de paz.”
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Com esta assertiva poética, Miguel do Rosário abre um futuro de esperança para os palestinos em Gaza e na Cisjordânia. Depois deste “belíssimo símbolo”, só falta agora a Faca e o Pescoço se sentarem à mesa em Tel Aviv para assinar o Tratado de Paz, com as fronteiras originais da partilha da Palestina.
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Só para lembrar: a penúltima vez que os sionistas e palestinos (Yitzhak Rabin e Mahmoud Abbas) se deram as mãos foi ano passado, no Vaticano, sob patrocínio do papa Francisco, num “belíssimo gesto de paz”. E olha que não se pode dizer que Francisco seja mal-intencionado, como aquela corja de terroristas na linha de frente da manif française.
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Alguns dias depois do “belíssimo gesto de paz no Vaticano”, Netanyahu assassinou mais de dois mil e duzentos palestinos na Faixa de Gaza, dos quais cerca de 500 crianças, ainda aprendendo a se expressar.
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Para tanto, Netanyahu usou pilotos-terroristas, que faziam o serviço de longe, sem sujarem as mãos e absolutamente sem risco. Que em seguida voltavam para casa, ao fim de um trabalho estafante, e jantavam, felizes, com as famílias, indo descansar em seguida, para o próximo dia de trabalho. Terrorista-piloto pode, Miguel? Ou não são terroristas, são apenas pilotos da Força Aérea, lutando pela pátria?
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Quanta inocência, hein Miguel!. Este argumento você podia ter dispensado.
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Acho também que você não precisava “repetir” o título para chegar a um “texto inteligente”, como sempre são os seus artigos. Não leve a mal, mas fica parecendo meio impositivo, algo como um “converta-se, infiel, aceite Jesus”.
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Desculpe a ironia do meu texto, pois ela é um tipo de expressão do humor. Tenho agora a certeza, pelo seu longo arrazoado, que você não vai querer me matar por isso.
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E viva o direito das crianças palestinas e muçulmanas de crescerem para poder se expressar, sem que um piloto-terrorista ocidental lhe jogue antes uma bomba na cabeça.
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Que elas não sejam esquecidas e sejam defendidas com tanta ênfase quanto os jornalistas covardemente assassinados em Paris, pois são todos seres humanos.
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Vive la liberté de expression de tous le monde.
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PS: A propósito do assunto fiz uma charge com outro tipo de terrorismo,
em http://www.jornalggn.com.br/sites/default/files/u13326/globo_terror.png
Jaide
13/01/2015 - 10h18
Li em dois sites estrangeiros que o Holande pediu ao Bibi para não comparecer ao evento. Embora tenha concordado com o pedido, o israelense foi e perfilou-se bem na comissão de frente. E ainda estendeu sua permanência em Paris. Poderoso, não?
PS: Pouca informação sobre o suicídio do policial francês que investigava o caso. Também não li ou vi nada sobre as cerimônias fúnebres. Os mortos da Charlie Hebdo ainda não foram enterrados?
Francisco de Assis
13/01/2015 - 10h41
Jaide
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O que diz Janio de Freitas sobre o “belíssimo gesto de paz”, como citado por Miguel:
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“A fileira simbólica
….
Dos 25 presidentes e primeiros-ministros na primeira fila, não preenchem cinco dedos os que estejam isentos de envolvimento com algum tipo de violência grave, não sejam coautores da difícil situação do seu país, e não sejam suspeitos de estar ali menos por sinceridade do que por proveito político e eleitoral. Neste caso incluído o próprio e patético presidente francês François Hollande.
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Olhar para aqueles chefes nacionais é ter a percepção antecipada do insucesso a que estão fadadas, por longo tempo, as medidas que essa gente aprove contra as aflições do mundo. Com poucas exceções, os presentes ali se dividem entre os que ganham com venda de armas e os que compram armas para aparentar progresso e segurança em seus países. Quando não para oprimir povos mais fracos.”
jp
15/01/2015 - 13h28
Olá meu amigo!
Você está enganado embora esteja bem intencionado. Quanto a essa demissão isso mostra tudo…
Libertinos e suas idéias, pena que com o rabo preso com os judeus.
Querem protestar a favor da liberté sendo que a liberté foi negada ao cartunista deles. Irônico não?
Liberdade de expressão é um conceito absoluto e ilimitado? Pra que as leis não é mesmo?
E outra… Quando você ridiculariza o profeta dos caras você não está combatendo nem o ódio nem a violência dos grupos radicais, e sim, incitando cada vez mais ódio e preconceito que servem de motor para esmagar ainda mais a maioria da população islâmica não radical.
Bom senso Charlies!
Euler
12/01/2015 - 23h55
O fato do meu comentário estar “aguardando a moderação” não seria uma forma de censura? Que, aliás, eu concordo (com essa forma de “censura” ou mediação), mas que contradiz o discurso do direito à plena liberdade de expressão da arte e da palavra.
Euler
13/01/2015 - 10h11
Insisto: por que meu outro comentário, anterior a este, continua aguardando a moderação, e este, com poucas linhas, foi aprovado automaticamente? O critério é pela quantidade de linhas escritas? Interessante…
Euler
12/01/2015 - 23h51
Longe de mim querer justificar o assassinato covarde de qualquer pessoa, jornalista ou padre ou cidadão comum. Mas, – e esse MAS não é para justificar ou contradizer o que acabei de afirmar – chamou-me a atenção a grande adesão da população francesa às manifestações de solidariedade aos jornalistas do Charlie Hebdo. E por que isso me chamou a atenção? Por que este ato condenável de terroristas contra pessoas indefesas acontece toda semana em várias partes do mundo.
Os países ricos da Europa, a França incluída, patrocinam e apoiam, sob o comando dos EUA, centenas de atos de terror de estado contra os povos do Norte da África e do Oriente Médio. Líbia, Iraque, Síria, entre outros, estão praticamente destruídos em função de políticas de estado criminosas do Ocidente. Em números de vítimas inocentes, são milhares, incluindo o covarde massacre aos palestinos pelo Estado terrorista de Israel.
Entendo, até, que a população francesa não tenha saído às ruas em solidariedade a essas vítimas igualmente inocentes. E que não foram vítimas de dois ou três malucos teleguiados pelo fanatismo religioso de grupos jihadistas, mas por grupos políticos e empresariais que dominam os aparatos de estado. E que estão impunes, inclusive participando das passeatas parisienses como se fossem a fina flor dos que defendem a democracia, a paz mundial, a liberdade alheias.
O povo francês, claro, não tem culpa por isso acontecer assim. Não é novidade a tentativa de manipular e dar outra direção aos movimentos aparentemente espontâneos. Por que digo “aparentemente espontâneos?”. Porque as comoções populares, embora surjam de razões objetivas e sinceras, quase sempre são orquestradas pelo conjunto da mídia dominada, toda ela, por quadrilhas de serviçais dos piores interesses. Por isso devem ser sempre vistas com a devida cautela.
No Brasil tivemos alguns momentos de multidões de milhões que foram às ruas. Vou citar alguns exemplos: a campanha das Diretas-Já, em 1984 – da qual participei ativamente nas ruas e praças. A luta era pelas eleições diretas para presidente, pelo fim da ditadura implantada em 1964. No final, a mídia e as elites conseguiram desviar este movimento para o conchavão via Congresso Nacional elegendo indiretamente o candidato confiável da oposição moderada, Tancredo Neves.
Outros casos: a morte de Tancredo, a morte de Senna, e finalmente, talvez o mais espontâneo dos movimentos, as manifestações de Junho de 2013.
Que bom que milhões de pessoas saíram às ruas, na França, em favor da paz. Mas, não sei porquê pressinto que este grande movimento tem todas as características de uma grande manipulação, que tende a carrear mais votos para os candidatos da direita, e reforçar a campanha contra as imigrações e em favor de teses xenófobas. Tomara que eu esteja errado e que o movimento francês se transforme num movimento contra todas as formas de terrorismo e de agressão à paz mundial. Não foi isso o que me pareceu, mas, torço para que eu esteja enganado.
Carlos Trindade
13/01/2015 - 01h23
quem nunca viu humor ofensivo?… aqui mesmo no brasil?
Messias Franca de Macedo
12/01/2015 - 23h07
”
(…)
Frantz Fanon e Edward Said analisam brilhantemente esse processo de desumanização do oprimido e o modo como isso é uma ferramenta vital para possibilitar a opressão sem que o opressor se sinta culpado. Em muitos casos, o opressor acredita que está ajudando esses “selvagens”, libertando-os do seus costumes bárbaros e religiões barulhentas, ensinando-lhes a serem civilizados, democráticos, comerem com garfo e faca e ouvir Mozart. É o tal “fardo do homem branco”, uma abominação retórica feita de arrogância, ignorância e às vezes até um pouco de boa intenção por parte de algumas pessoas que compram esse discurso.
(…)
”
Excerto do texto
Discutindo Charlie – Parte 1: “Je Suis Quem?”, escrito,por Plínio Zúnica
FONTE:http://descolonizacoes.blogspot.com.br/2015/01/discutindo-charlie-parte-1-je-suis-quem.html
Sandra Francesca de Almeida
13/01/2015 - 01h02
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/203517-viva-a-falta-de-respeito-humor-nao-e-ofensivo.shtml
Carlos Trindade
13/01/2015 - 00h58
contribuindo para o debate…….. http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/166357/Por-que-o-Charlie-Hebdo-deve-ser-criticado.htm
Luciano Prado
12/01/2015 - 22h54
Excesso de obviedade e algumas imprecisões sobre o direito a liberdade de expressão. Peço perdão ao moço por nâo ter ido até o final do texto.
Jaide
13/01/2015 - 10h57
E por falar em liberdade de expressão, os “pacifistas” da OTAN estarão em Washington no próximo mês para definir ações contra o extremismo (palavras do Obama). A principal delas tem a ver com a Internet, o controle dessa poderosa rede de comunicação direta. Na esteira do clamor, da adesão maciça ao “Je suis Charlie”, pretendem alvejar a liberdade da internet. Um golpe de mestre.
Gouvan Cavalcante de Magalhães
13/01/2015 - 00h45
A fé, todas as fezes, desculpem o ato falho, e a pieguice vai levar o mundo a guerra. Os do capital vão mais uma vez faturar alto. Aquele desfile em Paris, com aquela comissão de frente, foi mesmo sinistro. Merecia uma bela charge, eu os faria todos esqueletos, desfilando no Inferno de Dante, claro a turma do Chalie Hebdo faria melhor. Tomara que sobre uma praia para eu, nós ateus, tomarmos um último banho de mar antes de virarmos pó. Amem.
Mauricio Gomes
12/01/2015 - 22h37
Pois bem, eu não sou. É lógico que não há nenhuma justificativa civilizada para a eliminação covarde de seres humanos, seja em Paris, na Palestina ou aqui no Rio. Mas será que se alguma revista publicasse agora uma charge ironizando a morte dos cartunistas isso seria considerado “liberdade poética” ou de expressão? Ou então uma charge “ironizando” os fornos crematórios nazistas repletos de judeus? Isso pra mim não é arte, tanto quanto as charges que o jornal fazia. Uma coisa é criticar as religiões, os políticos, etc. Isso pode e deve ser feito. Outra é, direta ou indiretamente, propagar o ódio e o racismo.
gg
12/01/2015 - 22h09
Show. Porque – charlie ebdoo deve ser criticado. Leuam no 247. Muito bom.
Voce café. Se dobrará no oitavo circulo. Aposto 10 contra um
Sandra Francesca de Almeida
13/01/2015 - 00h09
Parabéns, parabéns! Pela lucidez e pela coragem. Moi aussi, je suis Charlie. E como sei o que isto representa, não preciso sair por aí dizendo: Je suis Baga, e etc, etc. Isto é mais do que óbvio. Obrigada por este texto, Miguel Do Rosario.
gg
12/01/2015 - 21h47
Voce esta confundindo liberdade de imprensa com libertinagem de imprensa. E nao adianta rebuscar.sinto muito . Mad . Continuo nao sendo charlie
gg
12/01/2015 - 21h45
Simplesmente – eu nao sou charlie. Seus contratempos sao frageis. Sinto muito. Mas . Eu continuo nao sendo charlie
Regina Vieira
12/01/2015 - 23h03
ousar na ofensa e no desrespeito p q? em nome da liberdade de expressão? vale tudo…
Manoel PeTralha
12/01/2015 - 20h38
100% apoiado. O melhor texto até o momento relativo ao brutal assassinado do profissionais do Charlie Hebdo.
Parabéns, Miguel!
Sônia Thiesen
12/01/2015 - 20h41
A análise mais completa que li. Excelente, Miguel!
Heitor
12/01/2015 - 18h29
Eu sou Santiago Andrade. Vítima da manipulação da mídia nas manifestações de 2013.
Heitor
12/01/2015 - 18h27
No próximo ato terrorista, quando explodirem um ônibus, uma lanchonete, uma escola, quero ver a repercussão da mídia. Este caso só perde para 11 de setembro.
Os honrados chargistas podem tudo. Ninguém pode questionar as suas babaquices.
Não estou aqui fazendo nenhuma apologia ao terrorismo, por favor.
Messias Franca de Macedo
12/01/2015 - 18h15
… E se ao invés de mandar a Excelentíssima Senhora Dilma Rousseff “tomar no c.”, em plena abertura da Copa do Mundo, algum xiita movido pelo PIG resolvesse dar um tiro na presidente da República?!
Atentado instigado pela aposta nos habeas corpus do “supremo” gilmar mendes e na blindagem conferida aos que destilam ódio contra o PT!
As avenidas de Paris teriam sido o espelho das de Brasília?!
‘Os(as) jornalistas amigos(as) dos patrões barões da nossa grande MÉRDIA nativa’ fariam algum tipo de mea culpa?!
Como teria sido a edição do programa global ‘FimTrágico’?!
E a do *’JN’?!
E a capa [especial (sic)] do folhetim ‘veja’?!
Ódio é nitroglicerina pura!
Afastemos de nós esse ‘cale-se’!
Darci Almeida
12/01/2015 - 19h59
Eu não sou Charlie Hebdo, eles não me representam e nem a a liberdade de expressão. Sou humanista, africano, palestino, europeu, americano. Somos todos iguais. apenas humanos.
Martim
12/01/2015 - 17h51
Miguel, sobre a crítica ao islamismo, acha mesmo que se a religião ou a cultura deles afirmar que a mulher não pode sentir prazer cabe a nós interferir com críticas? Digo, o debate sobre as culturas agressivas em determinado pontos já foi pauta constante na ONU, devemos ou não interferir. Por exemplo se você crítica ou islamismo por isso cética também as culturas africanas onde a mulher quando nasce é costurada em sua parte genital e só será aberta por meio de uma faca com seu marido na fase adulta. Digo isso é barbárie total, tamanho sofrimento causado por essa prática nas meninas incluindo alta taxa de infecção e morte. Porém até hoje as conclusões chegaram em não interferir pois se tratava de uma cultura e um costume como o nosso. Eu não interferiria. Minha pergunta é : Eles tem base cultural religiosa para tratar as mulheres com tanto rigor e discriminação ou se trata de um erro da sociedade citada?
alcarpinteiro
12/01/2015 - 17h08
Uma charge nunca justificará um assassinato, mas o Charlei Hebdo faz o papel do sujeito que conta piada em que os outros é que são ridicularizados. Muito cômodo. É o ofensor que se ofende quando a vítima se diz ofendida. Que tal combinarmos que da próxima vez que Danilo Gentili contar uma piada com um negro, um gay, um feio ou uma feminista, nós exibimos um cartaz dizendo “Eu sou Gentili!”?
Não contem comigo. Eu prefiro exibir o cartaz “Respeito é bom e eu gosto!”.
Helder
12/01/2015 - 20h13
Ou que tal se algum idiota conclamar a volta da ditadura, diremos “eu sou Bolsonaro?”.
Claro, desde que não seja no programa do Jô.
Rogério
12/01/2015 - 23h12
Danilo Genitili está muito preocupado que a falta de seu apoio. De tão preocupado com sua não adesão, ele ele não vai dormir está noite!
Helder
13/01/2015 - 19h42
Você é Roger ou Rogério?
jose neves
12/01/2015 - 17h06
Tres pontos:
1 – A livre expressão deve ser total, irrestrita e indecomponível, certo? Mas como entender a louvada presença de Netanyahu – ultra direita israelense – e impedir a presença dos Le Pen – ultra direita francesa – na manifestação contra o terrorismo, cerceando a sua (deles) liberdade de manifestar-se contra o atentado? Não há nisto um viés político procurando evitar o crescimento local dos Le Pen, demonstrando que a livre expressão depende muito de quem vai e de quem vem?
2 – Dante certamente não foi estripado pelos muçulmanos porque, a época, na Europa, os católicos é que tinham o monopólio de torrar infiéis nos fornos da Inquisição. A recordar que na ocasião parte da Europa vivia sob o jugo árabe, com a sempre presente possibilidade de invasão dos territórios remanescentes. Ora, impossível, naquele momento, imaginar um Inferno sem a presença de Maomé, sob pena de enfrentar-se a fogueira…
3 – Passamos a aguardar o livre, total e irrestrito debate público sobre as ideias de hitler e seus genéricos e apaniguados. Nada de vislumbrar o interior de ovos da serpente e diante de uma suástica ir sacando logo o seu revolver… Ou a liberdade de expressão deve ser ilimitada, porém não deve conduzir ao abuso ou absurdo? Mas quem define o que seria abuso ou absurdo?
Juba
12/01/2015 - 16h22
Agora estou igual ao São Tomé.
Pergunta: e se não foi um ataque de terroristas islâmicos?
Cecilia Corrêa
12/01/2015 - 18h15
Gosto muito da matéria mas tem uma coisa que fiquei sem entender e se alguém puder me esclarecer eu agradeço: como se sabe que o ser retalhado era Maomé? Dante cita isso? Obrigada.
Cecilia Corrêa
12/01/2015 - 18h15
Gosto muito da matéria mas tem uma coisa que fiquei sem entender e se alguém puder me esclarecer eu agradeço: como se sabe que o ser retalhado era Maomé? Dante cita isso? Obrigada.
O Cafezinho
12/01/2015 - 18h30
sim, alguns versos depois, ele diz que se trata de Maomé. “Or vedi com’io mi dilacco! vedi como storpiato è Maometto”. Há toda uma literatura sobre isso. Obrigado pela pergunta.
Roberto Oliveira
12/01/2015 - 17h59
… E Mossad.
Roberto Oliveira
12/01/2015 - 17h58
Tô bem de boa de ser Charlie. Já tem manipulado demais dando suporte a política terrorista da NATO/USA.
Mário
12/01/2015 - 15h49
Miguel, quase me convenci a ser também Charlie Hedbo, depois que li seu texto. Isso se deu, principalmente, pelo argumento de que a arte não deve sofrer qualquer tipo de restrição. Ocorre que esse tipo de raciocínio não pode prescindir de outro, de que toda regra tem uma exceção. No caso do do texto a que L. Boff fez referência para não se considerar Charlie Hedbo, a exceção está no fato de que se a revista tivesse sofrido algum tipo de reprovação (uma advertência que fosse) sobre as charges ofensivas publicadas a respeito do Islã, quando fora acionada judicialmente por entidades de defesa do islamismo, talvez esse atentado não tivesse ocorrido, já que ela não se sentiria motivada a continuar ofendendo de forma genérica os adeptos do Islã, arrefecendo assim qualquer plano extremista de buscar uma vingança privada. Se se permitir que a arte não possa sofrer qualquer tipo de limitação, estaremos abrindo caminho a que os conflitos gerados por publicações artísticas ofensivas a determinado grupo social sejam resolvidos à base da vingança privada, que quase sempre segue a lógica do irracionalismo e da barbárie. E que essa limitação seja exceção, para confirmar a regra da liberdade de expressão, devendo ser analisada caso a caso, conforme consta do texto referido por L. Boff.
Miguel do Rosário
12/01/2015 - 15h54
Mas se pode reagir sempre. Se há liberdade, pode-se fazer uma manifestação política em frente à revista.
jose neves
12/01/2015 - 17h13
Hmmmm…isto parece a ideia neo liberal de que o próprio Mercado corrige as suas difunções…
Miguel do Rosário
12/01/2015 - 18h54
Não, se houver calunia usa-se a justiça. Se for apenas um desenho provocante, a manifestação.
Mário
13/01/2015 - 15h20
Então vc concorda que o direito de manifestação artística não é absoluto.
Miguel do Rosário
12/01/2015 - 15h54
Não para isso que existe “manifestação”?
Mário
12/01/2015 - 16h10
De que adianta garantir o direito do cidadão ofendido, em fazer manifestação em frente ao prédio da revista, se não lhe é garantido valer-se das vias institucionais para que sejam coibidos os abusos praticados em nome da arte?
Miguel do Rosário
12/01/2015 - 16h33
há vias institucionais, mas há sociedades que não consideram que haja “abuso” em caso de livre expressão artística.
Ivaldo Kanarski
12/01/2015 - 17h06
https://leonardoboff.wordpress.com/2015/01/10/je-ne-suis-pas-charlie-el-rafo-saldanha-verdadeiro-autor/
alvaro braz maciel
12/01/2015 - 13h54
Porque eu não sou Charlie Hebdo
Vi uma charge que eles desenharam um arabe de 4 com os testículos pendurados e uma estrela de davy em cima do cu . Me deu nojo. o Cara que fez isto tinha certeza que não ia ser punido por tamanha ofensa a um povo. Ninguem tem o direito de ofender desta maneira ,como também minguem tem o direito de tirar uma ou mais vidas para cobrar uma putaria desta com nome de arte
Miguel do Rosário
12/01/2015 - 14h05
E daí? Se fosse charge contra judeu ou católico seria nojento da mesma forma. Tem que aceitar a charge. É charge. Além do mais, o texto deixa bem claro. Não importa a crítica. Temos que nos unir em prol do direito à vida e à liberdade. Os fanáticos que não gostam da charge, então não olhem para ela. Tem coisa pior na internet contra tudo e todos.
AlceuCG
13/01/2015 - 17h10
É mesmo o Miguel do Rosário quem está argumentando e respondendo? Você censurou um comentário meu, portanto esta sua posição é pura hipocrisia!
Miguel do Rosário
13/01/2015 - 18h47
estou liberando tudo. vou ver se seu comentário foi para o spam
Miguel do Rosário
13/01/2015 - 18h48
não está lá. sempre salve o comentário no wordpad ou notepad
Roberto
12/01/2015 - 13h53
Não concordo com o que voce escreveu.
Não se pode, em nome de uma suposta liberdade de expressão, ofender a quem voce quiser, isso em primeiro lugar. O mundo islâmico vêm sendo ofendido diariamente e era uma questão de tempo para quem alguns extremistas executassem algum atentado. O dia chegou.
Em segundo lugar, talvez até mais importante de tudo que vejo fora das discussões, é o fato de se pretender que culturas diferentes pensem da mesma forma.
Normalmente um Estado pressupõe uma cultura, usos e costumes aplicados em um território demarcado. Atualmente os Estados não tem mais território. O que temos são culturas usos e costumes totalmente distintos vivendo em um mesmo território.
Algum chargista brasileiro já fez charge sobre Fernandinho Beira-Mar ou o Comando Vermelho? Sobre o Marcola e o PCC? Por que não?
As leis que vigoram nos morros cariocas ou nas favelas de SP são as mesmas do nosso “Direito”? Claro que não.
Entrem nos presídios e tentem impor o Direito que reina (reina?) nas ruas.
Assim, por que achar que extremistas islâmicos iriam respeitar a “liberdade de expressão” das leis francesas? Só bêbado pra achar isso.
Se a revista parasse de fazer charges sobre Maomé estaria abrindo mão de sua liberdade de expressão? Não, estaria apenas respeitando uma cultura que estabelece que isto se configura em ofensa que pode ser punida com a pena de morte.
Qual das duas culturas está correta? Nenhuma!
Miguel do Rosário
12/01/2015 - 14h01
O mundo islâmico vem sendo ofendido? E os milhões de mulheres, gays e minorias que vêm sendo ofendidos pelo mundo islâmico?
Vitor
12/01/2015 - 14h38
Concordo com você Miguel…
Temos o direito sim de criticar o mundo islâmico, ainda mais com tantos direitos humanos sendo feridos sistematicamente…
Jaide
12/01/2015 - 15h28
Somente no mundo islâmico tantos direitos humanos são sistematicamente ofendidos?
Sou mesmo desinformada. Achava (na verdade ainda acho) que nessa seara o mundo ocidental tem muitos pecados e, por conta disso, devia ser menos pródigo em suas acusações aos outros neste e em outros quesitos.
Miguel
12/01/2015 - 15h35
Quem disse “somente”? Em todo lugar!
Vitor
12/01/2015 - 15h59
Quem disse somente foi você, não eu…
O que concordei com o Miguel e continuo concordando é que a forma de tratamento que dão a mulheres e gays é lamentável…
jp
15/01/2015 - 13h57
Opa, resposta etnocêntrica. Como se no mundo ocidental já não houvesse bastante preconceito e agressão a essas minorias muitas vezes também de forma sistemática e institucionalizada.
Por conta disso agora vai partir pro vale tudo com a cultura dos caras atacando o maior ícone religioso deles? Não justifica. Existem outras formas de atacar esses problemas que não é exclusivo somente do mundo islâmico, no caso do desrespeito a essas minorias. Portanto este seu argumento não achei válido.
No mundo ocidental ainda acho mais nojento ainda pois os ataques e os preconceitos contra as minorias existem sob a fachada de falsa democracia e da liberdade hipócrita dessa nossa mídia controlada.
Você pode alvejar uns 12 alvos ou mais com uma ak-47. Já pensou na quantidade de alvos que você pode fazer hoje utilizando um mouse e um teclado? Direta e indiretamente.
Instiga mais a extrema direita. É exatamente disso que o mundo está precisando nesse momento charlies…
Joao Helder Helder
12/01/2015 - 14h55
O MEU CONSELHO É DE QUE NOS BRASILEIROS, NÃO DEVEMOS NOS METER COM CONFUSAO DELES, PQ NAO SENAO VAI ACABAR SOBRANDO PARA NOS, ACHO QUE RELIGIÃO DEVE SER RESPEITADA, AQUI LA OU EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO.
Joao Vieira
12/01/2015 - 12h50
Parabens pela CLARIVIDENCIA, Miguel
Giovani
12/01/2015 - 12h50
Miguél,
Não compartilho da sua visão de que, em nome da arte, se pode tudo. Os tempos são outros…Comparar a liberdade poética de tempo atrás, quando Dante compunha os seus versos, é simplificar demais a análise do atual mundo complexo.
Na época de Dante havia escravidão de povos inteiros e isso era “normal”, TODAS as mulheres eram apenas objetos na maioria das culturas e crianças não passavam de “adultos pequenos”, com árduos e pesados afazeres.
Definitivamente, meu caro, o mundo, desde a época de Dante, evoluiu e as excrescência citadas acima quase não acontecem mais, e quando acontecem são duramente criticadas e repreendidas.
O que aconteceu em Paris foi o choque de dois grupos extremistas, os de esquerda da Revista e os de direita, seguidores do profeta Mohammed.
Todo extremista é perigoso, seja ele portador de um lápis ou portador de uma arma.
O extremista tem a certeza absoluta que só os seus atos, palavras e ações são as únicas certas e verdadeiras. Eles não aceitam ponderação, não fazem conceções e não ouvem aqueles que divergem de suas idéias.
Eu não sou Charlie Hebdo, pois ser Charlie Hebdo é agir do mesmo modo que PSTU, PSOL, DEM, PSDB, Rachel Sheherazade, Benjamin Netanyahu e TODOS aqueles que são intransigentes e obtusos em seus discursos de defesa de suas causas. Cada um desses em seu campo de atuação.
Eu sou partidário do diálogo e do respeito mútuo, por isso, não posso apoiar o discurso hipócrita de tratar como santo que causava sofrimento e dor a um povo já extremamente sofrido, humilhado e perseguido como os mulçumanos.
Por que a Charlie Hebdo só representava os mulçumanos com armas na mão e com bombas no peito ?
Por que, mesmo recebendo milhares de pedidos educados, de que interrompesse os desenhos do profeta Mohammed, a revista continuava o retratando ?
O que a revista fazia não era “humor” e sim escracho.
Deveriam morrer como morreram ?
Não, claro que não.
Mas deveriam (diante dos inúmeros pedidos, processos e mensagens contrárias as publicações) terem evoluído e entendido que nos dias atuais, diferentemente da época de Dante, a que se ter respeito às outras culturas.
Globalização não é só poder comprar o últimos celular da moda é saber que este celular só chegou às suas mãos pois milhares de pessoas de diferentes culturas, credos, raça e condição financeira, trabalharam juntas para que isso acontecesse.
Globalização e Respeito mútuo, essas são duas faces da mesma moeda no mundo atual.
Gilmar Antunes
12/01/2015 - 14h55
Em nome da arte, até acredito que possa. Pra mim, o que não pode é a instilação ao ódio, a apologia ao preconceito, usando a arte como ferramenta. Se se restringisse à arte, ficaria só nesse campo e quem se responsabiliza por ela é o próprio autor, não uma sociedade inteira.