Novo ministro da Fazenda decepcionou neoliberais ao anunciar meta suave de superávit primário para o ano que vem, e enfatizar que não haverá agressão aos programas sociais, ao emprego e à renda.
E mostra que as diretrizes fundamentais da economia continuam em mãos da presidenta Dilma.
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Meta de superávit primário em 2015 será 1,2% do PIB, diz Joaquim Levy
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas
A meta de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – corresponderá a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB – soma das riquezas produzidas no país) no próximo ano. O anúncio foi feito há pouco pelo futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública e permite a redução do endividamento do governo no médio e no longo prazos. Segundo o futuro ministro, em 2016 e 2017, o setor público se comprometerá com uma meta de esforço fiscal de pelo menos 2% do PIB.
Segundo Levy, o superávit primário de ao menos 2% é necessário para assegurar a continuidade da redução da dívida líquida do setor público em relação ao PIB. Levy, no entanto, reconheceu que é impossível alcançar esse nível de esforço fiscal no próximo ano.
“Em 2015, a melhora do superávit primário alcançada não deve permitir chegar ao valor de 2% do PIB. Deve-se trabalhar com meta de 1,2%, na forma das estatísticas do Banco Central. Para 2016 e 2017, a meta não será menor que 2% do PIB”, explicou.
O futuro ministro comprometeu-se a ser transparente na divulgação dos dados das contas públicas. Segundo ele, o acesso pleno às informações facilita a tomada de riscos pelas famílias, pelos consumidores e pelos empresários, principalmente nas decisões de investimento.
“Alcançar essas metas [de superávit primário] é fundamental para ampliar confiança na economia brasileira. Isso permite ao país consolidar o crescimento econômico e melhorar as conquistas sociais realizadas ao longo dos últimos 20 anos”, explicou.
Por causa da queda da arrecadação e do aumento dos gastos, o governo anunciou que a meta de superávit primário, no próximo ano, corresponderá a R$ 10,1 bilhões, em vez da meta original de R$ 80,7 bilhões. A redução do esforço fiscal ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.
O anúncio da nova equipe econômica foi feito nesta tarde pelo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Thomas Traumann, no Palácio do Planalto. Em nota oficial, a presidenta Dilma Rousseff agradeceu a dedicação dos atuais ministros, que permanecem em seus cargos até que os novos indicados formem suas equipes. Além de Levy, Nelson Barbosa, que assume o Planejamento, e Alexandre Tombini, que permanece no Banco Central, conversaram com a imprensa.
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Outra notícia boa, que desmoraliza totalmente o discurso apocalíptico da mídia. Já informei, em posts anteriores, que o investimento externo direto cresceu em 2014.
Agora, o Santander promete 10 bilhões de dólares, ou seja, mais de 25 bilhões de reais, em crédito para obras de infra-estrutura no Brasil.
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No blog do Planalto.
Após encontro com Dilma, presidenta do Santander anuncia crédito de US$ 10 bi para infraestrutura
Quinta-feira, 27 de novembro de 2014 às 18:21
A presidenta Dilma Rousseff recebeu a presidenta mundial do Grupo Santander, Ana Botín, nesta quinta-feira (27) no Palácio do Planalto. Durante a conversa, a presidenta do banco espanhol reafirmou o compromisso com o desenvolvimento do Brasil e anunciou a disponibilização de US$ 10 bilhões de crédito para empresas investirem em infraestrutura.
“Brasil é estratégico para o Grupo Santander. Somente este ano já investimos mais de R$ 4 bilhões e continuaremos investir, pois temos plena confiança no desenvolvimento do País”, afirmou Ana.
Há cerca de um ano, o ex-presidente do grupo, Emílio Botín, anunciou o aporte de US$ 10 bilhões em apoio ao Programa de Desenvolvimento de Infraestrutura. Segundo o Santander, esta verba foi totalmente utilizada. Por isso, a confiança na economia brasileira persiste, principalmente no papel das pequenas e médias empresas. O banco quer assessorar essas empresas em seu dia a dia e na administração de seus negócios.
“As pequenas e médias empresas são fundamentais para o desenvolvimento social e econômico do País, devido ao seu papel de grande geradoras de emprego e renda. Por isso queremos estar cada vez mais próximos delas”, ressalta.