Se você se informar apenas pela velha imprensa, achará que Aécio Neves ganhou as eleições presidenciais, foi recebido em triunfo em Brasília e que a oposição ao PT vem acumulando vitórias sucessivas sobre o governo.
Felizmente, cada vez mais brasileiros procuram outros meios de informação.
Porque a verdade, muitas vezes, tem corrido na direção contrária do que diz a mídia.
E a verdade é que a oposição vem colhendo uma derrota após outra.
Primeiro foi a derrota eleitoral. A mídia apostou todo o seu prestígio, e perdeu.
Perdeu as eleições e perdeu prestígio.
Ninguém mais vai ler o Globo ou a Veja do mesmo jeito.
A manifestação de tucanos pró-intervenção militar e impeachment, que recebeu tanta atenção da mídia, correspondeu, igualmente, a uma fragorosa derrota moral e política.
Mostrou o Brasil que o PSDB foi contaminado pelo germe do autoritarismo, da truculência e da despolitização.
Foi deveras instrutivo ver aqueles idiotas pedindo “liberdade de expressão” num cartaz, e “intervenção militar” em outro.
Ou protestando contra o “bolivarianismo” e pedindo a volta da ditadura.
Aliás, temos de fazer um grande movimento de desagravo ao bolivarianismo, à Simon Bolívar e a nossos vizinhos latino-americanos.
É absolutamente grotesco negativizar Simon Bolívar, o libertador das Américas, um dos maiores ideólogos da democracia, da liberdade, da república, em nosso continente.
Quer dizer que os EUA invadem o Iraque, matam mais de um milhão de pessoas, e transformam um país estável – onde as mulheres saíam livres às ruas, de rosto descoberto – numa nação devastada, dominada pelo sectarismo, pelo terrorismo, pelas trevas, e a nossa mídia vem nos dizer que os vilões são os “bolivarianos”?
Ora, Venezuela, Bolívia, Argentina, têm milhões de problemas, econômicos, políticos, sociais, como qualquer outra nação do terceiro mundo, mas são problemas que vem resolvendo de maneira pacífica e democrática, através do voto e da consulta popular.
Combateram e venceram o analfabetismo e a miséria, reforçaram a soberania do Estado sobre seus recursos naturais, e estão crescendo economicamente.
São bolivarianos sim, com orgulho, democracia, paz e liberdade!
Estão muito melhor hoje do que no passado: mais ricos, mais orgulhosos, mais soberanos, mais estáveis, mais livres e mais democráticos.
Se os coxinhas querem se preocupar com outros países, sugiro que olhem para a Arábia Saudita, aliado eterno dos EUA, onde não há liberdade nenhuma.
Bem, eu vim aqui para falar de uma coisa e acabei falando outra.
O que eu queria era dizer que a oposição colheu outra derrota.
A PEC da Bengala, que estendia a idade de aposentadoria compulsória de juízes, incluindo ministros do STF, para 75 anos (hoje é 70), foi derrotada politicamente na sociedade.
A medida tinha como objetivo oculto evitar que Dilma nomeasse novos ministros do STF.
Não vingou.
Dilma poderá, portanto, usar da prerrogativa democrática, a ela conferida pelo voto da maioria do povo brasileiro, de escolher mais cinco novos ministros do STF, e com isso reforçar a estabilidade de seu governo.
O golpismo foi golpeado.
É sempre emocionante ver a democracia, que é o governo do povo e para o povo, derrotar a arrogância das elites.
Perdeu, playboy.
Confira o texto abaixo, publicado no site oficial da OAB.
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OAB, AMB, Ajufe e Anamatra emitem nota contra a PEC da Bengala
quarta-feira, 5 de novembro de 2014 às 15h34
MANIFESTO DA ADVOCACIA E DA MAGISTRATURA
CONTRA A PEC 457/2005
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) reafirmam posição contrária à denominada “PEC da Bengala”. Desde o ano 2000, essas entidades têm defendido a necessária e indispensável modernização no ambiente do Poder Judiciário. A PEC 457/2005 é contrária à lógica republicana e representa um obstáculo em todos os graus de jurisdição à “oxigenação” do Judiciário.
Esse manifesto tem o intuito de alertar que a Proposta de Emenda à Constituição nº 457/2005, alterando o art. 40 da Constituição Federal para fixar a aposentadoria compulsória aos 75 (setenta e cinco) anos aos servidores públicos, constitui um entrave à renovação do Poder Judiciário e à evolução jurisprudencial devido ao engessamento da carreira dos juízes.