Bem, hoje é um dia de grandes expectativas e ansiedades. Ao final dele, porém, a barbárie e o obscurantismo serão derrotados.
A democracia, a civilização, as luzes, a liberdade, prevalecerão.
Vou lá votar, e provavelmente só volto a postar amanhã.
Então cometi um poeminha vagabundo, para encher linguiça do blog.
As pinturas e objetos acima e na capa são do amigo Nilton Pinho.
eleições
espalham-se folhas nas ruas
secas e lentas
qual sorriso de mãe
que vê seu filho
pela primeira vez.
chegam os trens,
levitando sobre as redes,
fazendo-as se transformar em crianças,
e em cidades.
nas periferias dos sonhos,
escombros se diluem em música,
em cerveja, em fábricas.
nascem as presidentas,
as ditaduras, os jornais.
nascem os golpes,
as mentiras, os filmes.
risos e votos
incendeiam o horizonte
não há mais futuro
apenas a faca tranquila do presente
penetrando sem dor
no estômago das sombras
eles perderam
antes mesmo da luta
suas entranhas corroídas
por vermes
explode silenciosamente
enquanto isso
no coração do mundo
uma bomba feita de sal,
profecias
vitórias
E deixo uma música, sugerida por um leitor, que me parece descrever bem o momento: