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Polarização programática na disputa do governo do Rio de Janeiro

Por Theófilo Rodrigues* É conhecida a assertiva de especialistas em processos eleitorais de que em um pleito majoritário os candidatos mais competitivos são aqueles que buscam o centro do espectro político onde está concentrada a maior parte do eleitorado. O primeiro turno da eleição para o governo do estado no Rio de Janeiro comprovou a […]

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Por Theófilo Rodrigues*

É conhecida a assertiva de especialistas em processos eleitorais de que em um pleito majoritário os candidatos mais competitivos são aqueles que buscam o centro do espectro político onde está concentrada a maior parte do eleitorado. O primeiro turno da eleição para o governo do estado no Rio de Janeiro comprovou a tese. Os três candidatos mais votados – Pezão (PMDB), Crivella (PRB) e Garotinho (PR) – eram claramente candidatos que vindos da centro-direita buscaram o centrão político.

Em 5 de outubro passaram ao segundo turno Pezão com 40% e Crivella com 20% dos votos. Com 19% dos votos o ex-governador Garotinho ficou de fora da disputa por muito pouco. Apuradas as urnas, iniciou-se um novo processo: o de recomposição das alianças e do realinhamento programático.

No quesito de agregação de apoios Crivella saiu na frente. Tanto Garotinho com seus 19% quanto Lindberg Farias (PT) com seus 10% dos votos declararam apoio para o candidato da oposição no segundo turno.

Já o situacionista Pezão não conseguiu o apoio de nenhum candidato do primeiro turno para sua reeleição. Contudo, apoios individuais importantes vindos de religiosos fervorosos da direita do espectro político vieram em sua direção, como o pastor Silas Malafaia da Assembleia de Deus, o pastor Abner Ferreira, da Igreja Assembleia de Deus Madureira, e o apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus. Outro apoio polêmico recebido por Pezão veio do deputado federal mais votado Rio, o conservador Jair Bolsonaro (PP).

Terminado o movimento de recomposição das alianças, passou-se a um processo de realinhamento programático das duas candidaturas. Se no primeiro turno a movimentação racional dos candidatos foi a busca pelo voto do centro político, no segundo turno é preciso potencializar a votação tida no primeiro expandindo para o eleitorado dos polos ideológicos. Foi o que foi feito. Num movimento concomitante, mas em sentidos opostos, Pezão acenou para a direita enquanto Crivella buscou a esquerda.

A polarização programática passou então a ser mais clara. De um lado Crivella manteve-se fielmente ao lado da candidatura presidencial de Dilma Rousseff (PT) e declarou-se publicamente contra a redução da maioridade penal e favorável à desmilitarização da polícia, à criminalização da homofobia e à legalização do aborto do ponto de vista da saúde pública. Do outro lado, Pezão viu sua base de apoio bandear-se para o lado da candidatura de Aécio Neves (PSDB), além de declarar-se publicamente contra a desmilitarização da polícia e favorável à redução da maioridade penal.

O segundo turno está contribuindo para que os eleitores do estado do Rio de Janeiro conheçam melhor os dois candidatos que disputam o pleito, bem como os dois programas bem distintos que os dois apresentam. No fim do mês saberemos qual é o projeto com o qual o carioca melhor se identifica.

*Theófilo Rodrigues é cientista político, coordenador do Barão de Itararé no Rio de Janeiro e colunista no blog O Cafezinho.

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Comentários

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Leo Oliveira

22/10/2014 - 02h12

O Rio virou uma capitânia hereditária do PMDB, desde Moreira Franco, exceto pelo Brizola, pois o Marcelo Alencar, apesar de tucano, tinha os mesmos princípios; e o Garotinho, que ganhou pelo PDT, governou filiado ao PMDB, assim como a Rosinha.

Só esquecer qualquer tipo de preconceito e optar pelo Crivella.

Até porque o Pezão, por mais boa vontade que possa vir a ter, com os custos da sua campanha, a fatura chega no dia seguinte depois de eleito, o que torna inviável qualquer mudança ou um governo mais arrojado, arejado, livre.

Apesar que dá um certo desânimo quando assistimos aos programas do Crivella na TV, pois é de um amadorismo quase que sabotador. Se o público escolher o próximo governador com base apenas no programa eleitoral televisivo, o Pezão já está eleito.

O que vai fazer o Crivella ter alguma chance é a rejeição contra o Cabral, que a campanha do Pezão, com uma competência extraordinária, tem conseguido manter distância sem parecer algo forçado.

Debora

21/10/2014 - 21h25

O Crivela merece ganhar no Rio, ele passa a imagem de bom moco, e mais nao e traidor e nao tem passado sujo.O Rio precisa de um governador assim.Chega de tanto roubo o povo nao merece.

Vitor

21/10/2014 - 15h20

Não tá fácil votar no Rio…

Fernanda D. Scherer

21/10/2014 - 14h24

Cadáver executado é encontrado em fazenda de Aécio .
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=866578646688561&id=100000093015498

Arlene Fatima Vicente

21/10/2014 - 14h24

Miguel Do Rosario, já analisou as últimas pesquisas? O que vc acha?


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