Não acredito mais em pesquisas, vou repetir.
A eleição será ganha por quem fizer a melhor campanha, na TV, nas redes e, sobretudo, nas ruas.
A campanha de Aécio é vertical e midiática.
A de Dilma é horizontal e orgânica.
Acertei uma coisa, ao menos, quando falei que a campanha de Dilma precisava de uma semana e pouco para se reorganizar.
Aécio não precisa, porque sua campanha vem da mídia, que tem um cadeia de comando profissional, quase miiltar.
As ordens vem de cima: faça-se isso e aquilo.
E todos são extremamente disciplinados. Colunistas e repórteres sabem que precisam defender o PSDB para continuar no emprego ou crescer profissionalmente ali dentro.
A militância de Dilma reúne setores dispersos, sem atuação política ou midiática constante.
Quando a campanha de Dilma se consolida, como está acontecendo, ela vem com muito mais força.
Dito isto, analisemos o último Datafolha com todo ceticismo que ele merece, com esperanças que, no futuro, tenhamos universidades públicas fazendo pesquisas.
Vamos lá.
O Datafolha deu 46% para Dilma e 43% para Aécio, nos votos totais. E 6% de indecisos.
Esses 6% não são pouca coisa. Correspondem a algo entre 8 e 10 milhões de eleitores. Ou até mais, se abstenção cair um pouco.
O Datafolha entrevistou esse indeciso, para sabem em quem ele iria votar. Dilma abriu uma confortável vantagem de 7 pontos junto a este eleitor: 31% X 24%.
Interessante observar que entre os jovens até 24 anos que permanecem indecisos, Dilma ganhou de lavada: 46% disseram que a atual presidenta teria mais chance de receber seu voto, contra 18% de Aécio.
Observe por segmento. Sempre falando dos indecisos, veja que Dilma ganha em todas as faixas de renda, com exceção entre aqueles que ganham mais de 10 salários/mês; entre estes, está empatada com Aécio, em 19% 20%.
Observe ainda que Aécio é visto como o candidato que “defenderá os ricos” pela maioria, enquanto Dilma está consolidada como a que “defenderá os pobres”.
O Gerson Camarotti, da Globonews, comentou esses números e disse que a “campanha da Dilma” conseguiu associar Aécio ao candidato que defenderá os ricos.
Ora, Gerson, não precisa de campanha para que os brasileiros saibam disso.
Aécio não conseguiu vender que é o candidato da “estabilidade econômica”, apesar de todo o seu esforço para exibir Armínio Fraga. Dilma está quatro pontos à frente neste quesito.
A íntegra da pesquisa pode ser vista neste link.
A aprovação de Dilma tem subido de maneira constante e firme nas últimas semanas. De maneira geral, os números trazem boas notícias para a candidatura petista. O problema é a falta de credibilidade deles. Espera-se que o Datafolha, tão perto das eleições, não se envolva com nenhuma fraude, tanto agora como na última pesquisa, a ser divulgada no dia 23.