Eis que a Globo, finalmente, libera os áudios vazados de Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff.
Denunciando a intenção, a Globo recorta somente a parte em que Costa fala do PT.
Yousseff, por sua vez, fala que os partidos “pressionaram” Lula a nomear Costa.
Ou seja, praticamente inocenta Lula e o PT de qualquer relação mais direta com o executivo.
Paulo Roberto Costa, no entanto, quando fala do PT, se limita a fazer acusações levianas, do tipo “todos sabiam”, “o que se rezava dentro da companhia”.
Em nenhum momento fala que ouviu alguma coisa concreta, que possui algum documento, que presenciou alguma coisa.
A propina que ele mesmo levou, e confessou, era para o PP, partido que o indicou.
É a única coisa que ele admite ter presenciado e participado.
O resto é golpe.
O áudio de Alberto Yousseff segue a mesma linha.
É óbvio que Yousseff e Costa armaram uma delação por encomenda, feita para o período eleitoral.
Uma combinação entre dois acusados e a Globo. Ainda não sei se a mídia faz o jogo dos bandidos, ou se os bandidos fazem o jogo da mídia.
O vazamento das delações é triplamente criminoso.
Primeiro porque são sigilosos, ou deveriam ser, para permitir que as investigações se aprofundem e para não dar cartaz às mentiras de um bandido em desespero.
Segundo porque, não valendo nada juridicamente (só valem com provas), incriminam pessoas e instituições, cuja única culpa é terem seus nomes citados por um criminoso.
Terceiro, porque interferem no processo eleitoral.
Ao invés de estarmos discutindo propostas, as eleições no país com a quinta população do mundo, o sexto ou sétimo PIB, ficam penduradas nas delações ardilosas de dois bandidos.