O factóide do Estadão sobre os Correios


 

O Estadão apareceu esta semana com uma denúncia bombástica.

Segundo matéria publicada há dois dias, os Correios abriram uma exceção para a campanha de Dilma enviar milhares de santinhos.

O texto dá a entender que não houve controle da quantidade postada, nem pagamento. E que Dilma foi a única beneficiada.


Um procurador do Ministério Público, hoje, com base nas matérias do Estadão, declarou que pedirá ao Tribunal de Contas da União para investigar o caso. E deu declarações duras:


A denúncia, como infelizmente já virou rotina na imprensa brasileira, sobretudo em período eleitoral, é um factóide.

Toda a acusação se baseia no fato dos Correios ter permitido o envio, pela campanha da Dilma, de correspondência “sem chancela”, ou seja, sem um determinado carimbo.

E que teria havido uma “exceção” beneficiando Dilma.

Mentira.

Em nota, Os Correios asseveram que não há exceção nenhuma. Neste mesmo ano eleitoral de 2014, os seguintes partidos receberam o mesmo tratamento da estatal: PSDB, PMDB, PT, PR, PROS, PTN, PP, PV, DEM, PT do B, PDT, PTN.

E qualquer partido ou campanha pode solicitar as condições de envio de correspondência nos moldes “denunciados” pela matéria.

Vivemos um país curioso.

O único pais do mundo em que o governo é censurado pela imprensa.

Isso é que é liberdade!

A resposta dos Correios aos questionamentos do Estadão foram ignoradas ou escondidas.

Segue a cartinha que os Correios enviaram ao Estadão:

Em relação à matéria “Correios entregam panfletos de Dilma em São Paulo sem registro de controle” (19/07), os Correios esclarecem que não houve nenhum tipo de beneficiamento de candidato específico, nem qualquer irregularidade na entrega de material de campanha eleitoral. A entrega do material citado foi paga à vista.

A entrega de material sem chancela é prevista nas normas dos Correios há vários anos. Neste ano, houve autorização para diversos partidos políticos e candidatos e também para micro e pequenas empresas de vários segmentos. Levantamento parcial demonstra que a entrega de material eleitoral nessas condições foi realizada para candidatos dos seguintes partidos: PSDB, PMDB, PT, PR, PROS, PTN, PP, PV, DEM, PT do B, PDT, PTN.

A falta de chancela não impede o controle da entrega, já que a verificação da quantidade de objetos ocorre no ato da postagem e os procedimentos operacionais seguem a prática da empresa para entrega de objetos sem registro, como cartas simples, por exemplo.

Todos esses dados foram fornecidos ao jornal, inclusive as normas detalhadas, mas, estranhamente, o Estado omitiu as informações.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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