A mídia está lançando tanta pesquisa, que não está dando tempo de analisar tudo. Mas eu deixo o link para quem quiser fazê-lo por conta própria. Neste aqui, você encontra a pesquisa Datafolha do dia 09 de setembro; neste outro, a do dia 18 de setembro (divulgada hoje).
Dilma cresceu em todas as faixas, e já lidera praticamente em todas as regiões do país, com exceção do Sudeste, onde atingiu empate técnico com Marina.
O Fernando Brito, meu colega de Tijolaço, suspeita que a mídia ensaia largar Marina na estrada e apostar tudo em Aécio.
Porque, se Dilma ganhar de Marina no segundo turno, o PSDB terá perdido duas vezes, e fatalmente.
A teoria faz sentido, mas eles agem com muita prudência, visando o objetivo maior, que é derrotar Dilma.
Os números do Datafolha, contudo, trazem boas notícias para Dilma e péssimas para Marina.
Aécio ganhou 2 pontinhos no Sudeste e no Sul, dentro da margem de erro, e cresceu bem no Centro-Oeste; mas ficou parado no Nordeste e caiu no Norte.
Marina perde densidade em todas as faixas, inclusive junto ao eleitorado onde ela encontrava mais força: classe média e ricos.
(Obs: deixo claro que o termo “ricos” é só força de expressão, para designar a faixa superior das pesquisas; classe média, da mesma forma, é a faixa intermediária).
Dilma se consolida entre os pobres e avança rapidamente sobre a classe média. Entre quem ganha até 2 salários, a vantagem de Dilma passa de 14 para 18 pontos.
Na faixa de renda seguinte, de 2 a 5 salários, a vantagem de Marina sobre Dilma, que na pesquisa anterior era de cinco pontos, chegou a zero. As duas agora estão empatadas com 34%.
Marina também perdeu 7 pontos na faixa com ensino superior, caindo para 37% (tinha 42% na pesquisa anterior), 14 pontos à frente de Dilma (antes eram 20).
O segundo turno mostra uma eleição marcadamente classista.
Mas também revela a dificuldade do governo de se comunicar com os mais jovens, que não tem recordações do pesadelo neoliberal.
Esse é um ponto que depois eu gostaria de discutir melhor com vocês.