O esquema de sonegação fiscal do Meia Norte, principal grupo de mídia do Piauí, desmontado pela Polícia Federal, guarda inúmeras semelhanças com o caso da Rede Globo: uso de offshores em paraísos fiscais, inclusive nas Ilhas Virgens Britânicas.
Aliás, se você trocar, na notícia, Piauí por Rio de Janeiro e Meia Norte por Globo, o texto continuará de pé.
Assim como a Globo, o grupo Meia Norte detêm negócios com rádio, TV e jornal.
A coisa tá ficando quente para o lado dos sonegadores.
A notícia é promissora, porque revela que a PF está se aprofundando em investigações de sonegação com uso de paraísos fiscais e empresas laranjas no exterior.
Vale a pena até citar Maiakosvki:
“Come ananás, mastiga perdiz. Teu dia está prestes, burguês”.
Os documentos que tratam da sonegação da Globo podem ser baixados nos links abaixo.
Lembre-se que a sonegação é a pior forma de corrupção, porque tira mais de 13% do nosso PIB. Segundo a ONG Tax Justice Network, o Brasil perde mais de R$ 600 bilhões por ano por causa da sonegação (ver gráfico acima).
O resultado são impostos pesados nas costas do trabalhador e dos empresários honestos, e escassez de recursos para saúde e educação.
PS: Segundo o site Donos da Mídia, o grupo Meia Norte tem várias ligações com as Organizações Globo.
1) É afiliado à Globo AM, que pertence às Organizações Globo.
2) Um dos sócios é Fernando Sarney, filho do Sarney, dono da TV Mirante, afiliada à Rede Globo.
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PF faz operação para desmontar esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro
Por Alex Rodrigues – Agência Brasil
20.08.2014 – 13h50 | Atualizado em 20.08.2014 – 14h21
Empresas do Grupo Meio Norte, de Teresina, foram alvo hoje (20) de uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) para desarticular um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, investigado desde 2006.
Segundo a PF, o grupo empresarial – que atua nas áreas de comunicação (TV, rádio e jornal), venda de veículos, empreendimentos imobiliários, educação e saúde no Piauí e no Maranhão – é investigado por sonegar contribuições previdenciárias e tributos. A estimativa da PF é que o valor desviado chegue a R$ 896 milhões.
O grupo atuava no esquema com “laranjas” e empresas offshore sedidas nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal. A irregularidade consistia em alterar sucessivamente a composição dos quadros societários de empresas do grupo que deviam à Receita Federal e depois transferir os ativos dessas mesmas empresas para falsos sócios ou empresas offshore.
Feito isso, os investigados inscreviam, em programas de recuperação fiscal, as empresas “desmontadas”, às quais eram atribuídas as dívidas tributárias, evitando assim a cobrança dos débitos. Como garantia do pagamento futuro de tais dívidas, as empresas ofereciam bens de baixo custo, como cadeiras e aparelhos de ar condicionado e, assim, conseguiam, ainda de acordo com a PF, negociar o pagamento de parcelas mensais ínfimas se comparadas à dívida real.
Apelidada de Sorte Grande, a operação policial contou com o apoio da Receita Federal. Ao todo, 85 policiais federais, 18 auditores fiscais e quatro analistas tributários cumpriram mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva (deslocamento à delegacia para depoimento).
Procurada pela Agência Brasil, a empresa informou, por meio de uma telefonista, que vai se pronunciar no momento oportuno. A reportagem não conseguiu contato com nenhum representante legal do Grupo Meio Norte.
Editora: Talita Cavalcante
Clique ali para ler o texto divulgado pela Polícia Federal.