Em alta, Marina Silva vai ter que cair na real
POR BOB FERNANDES, no Terra Magazine.
O Datafolha mostra Dilma Roussef (PT) com 36% das intenções de voto e aprovação ao governo com crescimento de 6 pontos. Marina Silva (PSB) com 21% e Aécio Neves (PSDB) com 20% têm situação de empate técnico.
É provável Marina subindo ainda mais numa próxima pesquisa.
Para um segundo turno Marina tem 47% e Dilma 43%. A preocupação da presidente Dilma é o segundo turno.
Já Aécio vai ter que lutar muito contra Marina para chegar ao segundo turno.
Para Marina a campanha agora é outra. Até o acidente fatal a então candidata a vice presidência podia seguir sendo quem é e dizendo o que pensa; ou deixando que dissessem por ela.
Marina podia dizer, ou deixar que dissessem, ser contra a aliança formal do PSB com o PSDB de Alckmin em São Paulo e a aliança informal com o PSDB de Aécio em Minas.
O mesmo podia dizer, ou deixar que dissessem, em relação a aliança do PSB com o PT no Rio de Janeiro.
Marina podia seguir sem riscos com o discurso de que representa o novo. Ela era apenas a vice. Agora terá que, ela mesma, dizer o que quer e o que não quer.
Marina Silva certamente dirá que vai cumprir os compromissos e acordos de Eduardo Campos. E isso implicará renúncia a porções do discurso novidadeiro.
Os compromissos do PSB de Eduardo com o mundo do agronegócio, por exemplo, não são os mesmos compromissos de Marina e seus sonháticos.
Como não eram as alianças heterodoxas com PSDB e PT. Para se concretizar o que chamam de “terceira via” não bastará a mera negação do PSDB e do PT.
A arquitetura, usos e costumes da política-partidária do Brasil são o que são. Marina terá que conviver com isso, e enfrentar isso no dia-a-dia.
Como Dilma e Aécio, Marina agora está exposta. Virão fatos e verdades em seu favor, virão opiniões e fatos negativos. Virá a atenção total ao que ela diga, faça ou tenha feito.
Virão as investigações jornalísticas, virá a devassa. E, como fazem com Dilma e Aécio, também contra Marina se moverá o esgoto habitual.