O enterro de Eduardo


 

O povo brasileiro agora vive um de seus maiores desafios. Enfrentar a manipulação emocional de uma tragédia. Eduardo Campos viveu, lutou e morreu. É um brasileiro cuja memória merece ser respeitada.

Entretanto, temos aqui duas tragédias. A primeira é a morte de um quadro político tão jovem. A segunda é: uma eleição que vinha se desenvolvendo até aqui, de maneira relativamente normal, com escândalos, pesquisas e debates, recebeu o impacto de um fator externo que não tem nada a ver com política.

Os vampiros da mídia já começaram a explorar o caso sem nenhum escrúpulo. Até mesmo Rachel Sheherazade, a nazi-âncora do SBT, passou a ser Campos desde criancinha.


 

Para piorar, as redes encheram-se de teorias de conspiração alimentadas pela direita. Alguns agressores comportam-se como se a morte de Campos lhes franqueasse o direito de xingar à vontade.  O fator emocional, ou seja, o lado irracional, que também é o lado da violência, ganha força. E isso é péssimo para quem deseja uma eleição pautada num debate esclarecido, baseado em fatos e ideias.

Diante de tanta exploração política, só me resta me aferrar ao bom senso, ao trabalho e à análise.

Vamos então recuperar as últimas pesquisas nas quais aparece o nome de Marina Silva no lugar de Eduardo Campos.

Sei que elas não refletem a nova realidade, mas acho importante tê-las em vista para observarmos os próximos movimentos desse jogo de xadrez.

Leiam esse post: Marina tinha 10% em abril.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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