Olha só que capa deliciosa do Estadão desta quarta-feira!
Empresas e deputado do PT são suspeitos de lavar dinheiro do PCC.
PCC = Partido de Comando da Capital, a principal organização criminosa de São Paulo, quiçá do país.
“Empresas e deputado do PT”.
O jogo de palavras faz com que o leitor pense que o jornal se refere a “empresas do PT”.
Não são, obviamente. São empresas de ônibus, sem nenhuma ligação com o PT.
O tal “deputado do PT” é Luiz Moura, já licenciado. Não há ainda nenhuma prova contra ele. A matéria fala apenas que ele é “citado” num inquérito do Ministério Público Estadual de SP que investiga lavagem de dinheiro do crime organizado.
Luiz Moura é deputado, não é banqueiro nem empresário. Quem lava dinheiro é banqueiro ou empresário.
A baixaria atingiu o ápice. Perdeu-se completamente as estribeiras.
Quando um helicóptero com meia tonelada de pó, pertencente a um aliado de Aécio Neves, é apreendido no Espírito Santo, a notícia sequer constou na capa dos jornais.
Não houve nenhuma investigação jornalística. Nada.
Em 2005, a Polícia Federal prendeu um ex-deputado e ex-candidato a prefeito do PSDB, Misilvan Chavier dos Santos, também com meia tonelada de pó. Procure no Google, quase não há mais referências ao fato em sites da grande imprensa. No Terra, o título é apenas “candidato do Tocantins”.
Esta é a imprensa brasileira.