Aécio Neves não precisa se esforçar muito para provar ao Brasil de que manterá o Bolsa Família.
Seu trabalho será convencer os brasileiros, porém, de que não será apenas a “sua” família que receberá benefícios do governo.
Na matéria abaixo, você verá o tipo de “meritocracia” defendido pelos tucanos.
Detalhe, Aécio é de uma família onde quase ninguém jamais trabalhou no setor privado. Todo mundo sempre teve cargo público de confiança. A começar pelo próprio Aecio, que já foi diretor da Caixa Econômica, nos gloriosos tempos de Sarney.
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CARTA BRANCA
Aécio usou lei delegada para contratar parentes no governo de Minas
Em 2006, o deputado estadual Rogério Correia (PT) apresentou requerimento de informações sobre nepotismo de parentes do então governador Aécio Neves. A lista tinha nove nomes
por Helena Sthephanowitz publicado 25/07/2014 18:36, última modificação 25/07/2014 18:59, em seu blog na Rede Brasil Atual.
Em janeiro de 2007, Aécio Neves (PSDB), no início do seu segundo mandato para governador de Minas, utilizou-se de sua maioria na Assembleia Legislativa para obter uma carta branca para criar cargos comissionados e nomear pessoas (a chamada lei delegada). Nesse processo, o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG) usou a legislação para nomear Fernando Quinto Rocha Tolentino, primo de Aécio, em Cláudio, local do polêmico aeroporto construído na fazenda que era do tio.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo a respeito do aeroporto de Cláudio, quem atendeu o repórter e estava com as chaves do local chama-se Fernando Tolentino. Mas essa não foi a primeira nomeação deste primo pelo ex-governador tucano.
Em 2006, o deputado estadual Rogério Correia (PT), da oposição ao governo tucano, apresentou um requerimento de informações sobre nepotismo de parentes do então governador Aécio Neves. A lista tinha nove nomes, inclusive Fernando Quinto Rocha Tolentino:
– Oswaldo Borges da Costa Filho (genro do padrasto do governador), presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico e Minas Gerais;
– Fernando Quinto Rocha Tolentino (primo), assessor do diretor-geral do Departamento de Estradas e Rodagem (DER/MG);
– Guilherme Horta (primo), assessor especial do governador;
– Tânia Guimarães Campos (prima), secretária de agenda do governador;
– Frederico Pacheco de Medeiros (primo), secretário-adjunto de estado de governo;
– Andréia Neves da Cunha (irmã), diretora-presidente do Serviço de Assistência Social de Minas Gerais (Servas);
– Ana Guimarães Campos (prima), servidora do Servas;
– Júnia Guimarães Campos (prima), servidora do Servas;
-Tancredo Augusto Tolentino Neves (tio), diretor da área de apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
Heliponto na “Versalhes” (veja documento abaixo)
Fernando Quinto Rocha Tolentino é dono do heliponto na Fazenda da Mata no município de Cláudio, segundo documento da Agência Nacional de Aviação Civil (abaixo). Essa é a fazenda que Aécio disse em uma entrevista ser “sua Versalhes” (palácio suntuoso do rei Luís XIV, da França), um dos lugares onde gosta de passar suas folgas.
Desta vez, pelo menos, o heliponto está registrado na Anac como privado, diferente do aeroporto na mesma cidade construído com dinheiro público. Tem pavimento com capacidade para receber um helicóptero com peso de cinco toneladas, incluindo a carga. Comporta um aparelho bem maior do que o Robinson R22 da família do senador Zezé Perrella (PDT-MG) apreendido no Espírito Santo com meia tonelada de cocaína.
Chique essa “Versalhes” do Aécio, não acham? Quando vai de helicóptero desce direto na fazenda da família. Quando vai de jatinho, não precisa nem descer no aeroporto regional de Divinópolis, a menos de 40 minutos de carro. Desce no aeroporto construído a seis quilômetros de distância da fazenda com dinheiro público de Minas.