A falsa “bomba armada” para 2015

Os meios de comunicação, na insuficiência de notícias ruins no presente, ou pelo menos, não no nível de desgraça que eles gostariam, voltaram a fazer projeções negativas para o futuro.

Capa da Veja fala em “bomba armada” para destruir o Plano Real e a estabilidade monetária.

Tudo mentira, como sempre.

As previsões tanto do governo quanto do mercado apontam queda da inflação em 2015. A dívida pública se mantém declinante. As reservas internacionais permanecem em nível recorde.

Esses dados estão no Relatório de Inflação do Banco Central, divulgado há pouco.

Eu separei alguns gráficos, e comento na legenda de cada um.

 

Observe que tanto o cenário de referência (governo) quanto o do mercado (setor privado) apontam declínio da inflação para os próximos 2 anos, numa tendência que converge na direção da meta.

 

 

O resultado primário da previdência social tem melhorado. Em relação ao PIB, o déficit da previdência em relação ao PIB melhorou sensivelmente em 2014, passando de -1,4% para -0,9%. Isso ocorre porque a arrecadação previdenciária cresceu mais do que a despesa.

O mercado tem expectativa modesta para o PIB deste ano, de crescimento de apenas 1,5%. Mas o mesmo mercado espera desempenho melhor em 2015, de 1,9%. Nada que confirme a “bomba armada”, portanto.

Observe que a inflação tem caído nos últimos 3 meses. Nada que justifique, portanto, terrorismo.

Observe a melhora no perfil do trabalhador. O percentual de trabalhadores com carteira assinada passou de 40% para 51% de 2003 a 2014.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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