Black blocs: Algo estranho no ar, de novo

O discurso do ódio das elites tem tudo a ver com a intolerância raivosa dos black blocs, que é um movimento perfeito para abrigar oportunistas da esquerda radical, mercenários da direita terrorista e inocentes úteis.

A direita baba de prazer, claro, com a possibilidade de fomentar o caos.

A informação de que a FGV, junto com ongs internacionais, lançou um site sofisticado que aconselha manifestantes a se mascarar e a se esconder das autoridades, revive algumas paranoias que já estávamos conseguindo esquecer.

É horrível alimentar teorias paranoicas, porque elas podem ser pura fantasia, mas também podem ser uma verdade perigosa que, se não for encarada de frente, acarretará em tragédia. Entretanto, o mais incômodo é que paranoias apenas raramente podem ser provadas, sobretudo no calor do momento. Às vezes acontece de, anos depois, vir à tôna uma informação que as confirmem , como aconteceu após os vazamentos do wikileaks e do snowden. Mas geralmente os vazamentos acontecem bem depois dos golpes consumados e dos países já devastados por guerras baseadas em mentiras.

A única postura realmente válida, diante da paranóia, é se manter alerta. Extremamente alerta.

A manifestação em Curitiba foi estranhíssinha. Um bando de filhinhos de papai gritando “poder popular” e “sou trabalhador, quero entrar no shopping”, quebrando tudo por onde passavam, jogando lixo nas ruas.

A manifestação de São Paulo, por esses dias, também seguiu nessa linha.

O Cafezinho reiteira: é radicalmente contra essa prática. Acho que ela desqualifica manifestações legítimas e serve apenas à campanha de desestabilização política que setores rentistas, inclusive internacionais, tem interesse em fomentar no país.  Esses setores lucram com a instabilidade. A estabilidade, que beneficia a produção, o emprego e o povo, não lhes interessa.

Essa postura, além disso, atrapalha qualquer debate em torno da desmilitarização da polícia e do combate à violência policial. Porque é óbvio que os setores mais conservadores da população, inclusive entre os mais pobres, defenderão o aumento da violência do Estado, se for para combater os que depredam patrimônio público e privado e trazem sofrimento a trabalhadores, que ficam presos em ruas bloqueadas, e a pequenos empresários, que sofrem prejuízos às vezes fatais para seus negócios.

 

*

Que tem a ver o tucano Beto Richa com os protestos dos black blocs no PR?

Por Esmael Morais, em seu blog.

“Há algo de estranho no reino da Dinamarca”, cravou William Shakespeare na peça Hamlet. Talvez haja como suspeitam os repórteres Denise Mello e Antônio Nascimento, da rádio Banda B, de Curitiba (clique aqui).

Defensores públicos do Paraná, pagos com dinheiro de todos, através dos cofres do governo estadual, aguardavam ontem (16), no 1º Distrito da Polícia Civil, a chegada de uma dezena de black blocs presos pela Polícia Militar.

Os defensores públicos foram instituídos pelo Estado para supostamente defender aquele cidadão que não tem dinheiro para tal. Os detidos vandalizando a capital paranaense eram todos “filhinhos de papai” de classe média alta para cima.

A manifestação partiu da Boca Maldita em direção à Arena da Baixada, onde jogavam Irã x Nigéria, embora essa informação tenha sido sonegada pelos líderes do protesto (clique aqui).

O Blog do Esmael transmitiu ao vivo as três horas de confusão proporcionada pelos encapuzados nas ruas centrais de Curitiba. A população se revoltou com o vandalismo e quebra-quebra promovido pelos mascarados. A polícia foi aplaudida pela intervenção.

Com tesão de argola, os black blocs mandaram este blogueiro tomar naquele lugar que eles estão acostumados por vontade própria. A elite branca também mandou semana passada a presidenta Dilma “tomar no cu” durante abertura da Copa.

Agora há algo de estranho nisso tudo. Os defensores públicos estavam de plantão para defender os violentos black blocs. O que tem a dizer sobre isso o governador Beto Richa (PSDB). Qual a relação entre tucanos e mascarados?

Assista ao vídeo acima e opine.

Com informações e imagens de MEG.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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