Merval Pereira e Joaquim Barbosa são a mesma pessoa. Ambos formam um ser híbrido que mescla o setor vendido do STF e o golpismo clássico da Globo. Ambos exploraram, com sucesso, os preconceitos populares, insuflando o espírito linchatório que é uma característica triste mas presente em qualquer povo.
Chamarei este ser híbrido, esse ornitorrinco político, de “Merval Barbosa”.
A última palhaçada desse bicho estranho, autoritário, antidemocrático, truculento, é tentar se vitimizar.
A coluna de Merval de hoje é um clássico da mentira política. Não vou dar link nem repetir o que ele escreveu, por generosidade a meus leitores, que não merecem ser agredidos dessa forma em plena Copa do Mundo.
Vou apenas dizer que Merval Barbosa disse que está abandonando a relatoria do mensalão porque os advogados dos condenados passaram a “atuar politicamente, através de manifestos e até mesmo partindo para insultos pessoais”.
Ora, quem politizou o julgamento da Ação Penal 470, desde o início, foi Joaquim Barbosa e a imprensa, que usou toda a sua força para pressionar ministros.
“Manifestos”, até onde eu sei, são próprios da democracia. JB quer censurá-los?
Merval não cansou de usar, em suas colunas, o argumento da “opinião pública” para pressionar os ministros a condenarem?
Quanto a “insultos pessoais”, JB sempre foi o campeão deles, inclusive contra seus próprios colegas de plenário.
Merval também fala que o PT faz “ataque político à independência do Supremo Tribunal Federal”. É uma afirmação golpista, igualzinha como o Globo fazia em 1964. Criam um fantasma de golpe para justificarem seus próprios golpes.
O que setores esclarecidos da opinião pública, aí incluindo parte do PT que não se vergou à mídia, vem tentando fazer é dar verdadeira independência a um STF que se mostrou submisso às pressões espúrias da imprensa, que tentou insuflar o povo simples e a classe média raivosa contra qualquer tentativa do STF de julgar com equilíbrio e isenção.