Selecionei 2 vídeos e um texto que desmoralizam os desbocados e grosseirões da ala Vip do Itaú.
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Catadora de “material reciclado” dá uma aula de cidadania, auto-estima nacional e educação”.
Via Conversa Afiada.
Paciente que testou hexoesqueleto do Miguel Nicolelis se emociona, e numa escala de 1 a 5, dá nota 4 para a sensação de “estar andando com as próprias pernas”. A tecnologia do nosso grande cientista permite à pessoa comandar o movimento apenas com o pensamento, e receber de volta sensações táteis destes movimentos.
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Texto do Fernando Brito, comentando e reproduzido um artigo que conta uma história escabrosa sobre os ricaços sem classe do Itaquerão.
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Como a elite propaga o DNA de sua selvageria
Por Fernando Brito, no Tijolaço.
Um bom texto para que a gente reflita sobre nossa elite rica e mal-educada, escrito por Sabine Righetti, colunista de Educação da Folha.
Um retrato da “lavagem cerebral” que torna seus filhos cheios de ódio e de ignorância.
Curiosamente, vindo de pais que “investem” (odeio este termo para definir o que se gasta em educação, porque educar é um sentimento de generosidade inverso, completamente, ao desejo de lucrar) fortunas na “educação” de seus filhos, nos melhores colégios particulares.
E que agem como a Dona Lalá, filha “da moda” do vice-presidente do Itaú.
E que acham que fazendo grosseria, isso muda o jogo – como no comercial – das eleições.
Mães e pais bem aquinhoados, ganhadores ou compradores de ingressos caríssimos, tendo a oportunidade que milhões desejariam ter e a usam para fazer seus filhos, de cinco, seis, sete anos, gritarem “vai tomar no c…” para uma mulher.
Ou ensinando-os chamar os croatas de “viadinhos”.
Sabine faz o contraponto com os japoneses – que eles dizem que deveriam ser nossos trabalhadores, incultos, indisciplinados e despreparados – que limpara o lixo antes de sair do estádio.
Quem sabe nós precisemos não de operários japoneses, mas de uma elite japonesa, que olhasse para seu povo e visse, nos olhos puxadinhos que eram seus iguais.
Mas não seria boa ideia faze-los catar o lixo de sues camarotes.
Talvez muitos fossem parar dentro do saco plástico.
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Na abertura da Copa, pais ensinam filhos a xingar croata de ‘viadinho’
Sabine Righetti
Eu não fui à Arena Corinthians na abertura da Copa do Mundo no Brasil.
Não vi de perto o duelo de Cláudia Leitte e Jennifer Lopez, não estava lá quando a presidente Dilma Rousseff foi vaiada e nem presenciei os gols do Brasil contra a Croácia.
Mas acompanhei uma discussão interessante para o blog.
Uma colega da Folha super talentosa, Lígia Mesquita, estava no estádio e fez um relato interessante sobre o que ela presenciou.
Ela disse ter visto criancinhas pequenas xingando de peito estufado a presidente Dilma. Eram encorajadas pelos pais, que xingavam junto.
Tais crianças, diz Mesquita, teriam entre 5 e 7 anos.
As mesmas crianças também xingaram os adversários do Brasil no jogo, os croatas.
“Ouvi gritarem ‘chupa’ para os croatas.”
“Também cantavam ‘todo croata que conheço é viadinho’ à exaustão”, diz Mesquita.
Todo croata que conheço é viadinho? Oi? (Quantos croatas essas crianças conhecem?)
E os pais? “Estavam gargalhando e estimulando.”
Mesquita chama atenção para um ponto bastante importante nessa discussão.
“Foram cenas protagonizadas, em sua maioria, por pessoas que reclamam que os gastos da Copa deveriam ter sido destinados para educação.”
Pois é.
Faz algum sentido brigar por gastos em educação, ir à Arena Corinthians com os filhos e incentivá-los a xingar a presidente e os croatas? Não, claro que não.
Xingar –seja a presidente, seja o time adversário– é um dos sinais mais claros de falta de educação, de analfabetismo político, de falta de argumentos, de falta de respeito. Já escrevi sobre isso aqui no blog.
Na estréia de outro país na Copa, o Japão, a cena foi bem diferente.
Os japoneses não xingaram ninguém. E quem esteve na Arena Pernambuco relatou que, ao final do jogo, a torcida do Japão usou sacos plásticos próprios para limpar o estádio (leia aqui).
O Japão tem um dos melhores índices de educação do mundo em avaliações internacionais e já ultrapassou até países “top” como a Finlândia.
Já o Brasil continua no final da lista de países avaliados por exames internacionais como o Pisa, da OCDE.
Será mesmo que para melhorar a educação do nosso país precisamos apenas de mais dinheiro?
Se queremos mais educação temos de ter mais educação.