Antes de se aposentar, Barbosa comete seu último desatino autoritário. Pela primeira vez, na história do STF, um ministro manda a segurança expulsar um advogado, apenas porque ele, sem infringir nenhuma regra, usava a prerrogativa a quem tem direito para defender a vida de seu cliente.
Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Até quando abusarás de nossa paciência, Barbosa?
Os jornalões estão dando a matéria, sem críticas a Barbosa, como de praxe. Mas um jornalista do Estadão não aguentou e soltou no Twitter:
Na Folha, que postou uma matéria sobre o episódio, os dois primeiros comentários, surpreendentemente, não foram de coxinhas psicóticos apoiando Barbosa:
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Ainda sobre Barbosa.
A seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) soltou nota de desagravo em que critica duramente a truculência e autoritarismo de Barbosa.
Segundo o perfil Seja Dito a Verdade no Twitter, a OAB-DF declarou que, se JB requerer carteira da entidade, não vai dá-la.
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Atualização: Divulgado agora no Conjur.
OAB Nacional diz que ato de Barbosa foi “agressão à democracia”.
(…) O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, disse que o ato foi uma “agressão à advocacia” e consiste em um episódio inédito na história do STF. “Sequer na ditadura militar ousou-se ir tão longe contra o exercício da profissão de advogado. O advogado tem apenas a palavra e a tribuna. Ele apresenta uma questão, seja ela qual for, e cabe ao presidente do Supremo aceitar, indeferir ou nem conhecer o pedido. Em uma democracia, argumentos devem ser respondidos com argumentos, e não com ato de força.”
Coêlho disse que a conduta do ministro não ficará “sem a devida resposta”: deve ser divulgada ainda na tarde desta quarta uma nota de repúdio. A Ordem planeja promover ato de desagravo público em favor de Pacheco e tomar “medidas mais duras”, segundo o presidente. Para ele, Barbosa vem desrespeitando “de forma costumeira a prerrogativa dos advogados, demonstrando que não tem apreço ao artigo 133 da Constituição Federal, que afirma que o advogado é inviolável no exercício de sua profissão”.
Logo após ser retirado da corte, o advogado Luiz Fernando Pacheco disse à revista Consultor Jurídico que não se sentiu agredido pelo seguranças, mas que sua expulsão foi “mais um ato que consagra o autoritarismo da magistratura do ministro”.
O presidente da OAB do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disse que também pode tomar medidas após o episódio. Ele afirmou que Barbosa pode estar “meio chateado” após sessão de desagravo promovida na última terça-feira (10/6) em favor do advogado José Gerardo Grossi, que segundo a entidade foi ofendido pelo ministro ao oferecer emprego em seu escritório ao ex-ministro José Dirceu, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão.
“A atitude do ministro Joaquim Barbosa revela absoluta e inaceitável violação às prerrogativas de um advogado no seu legítimo exercício profissional, atitude essa que merece o mais profundo repúdio de toda a comunidade jurídica”, disse o presidente do Movimento de Defesa da Advocacia, Marcelo Knopfelmacher.
Atualização 2: Barbosa mentiu quando disse, em plenário, que o caso de Genoíno estava pautado. Está lá no vídeo. O advogado o confrontou porque ficou indignado com a mentira deslavada. Barbosa está, deliberadamente, cruelmente, deixando de pautar um caso urgente, que envolve uma vida, e uma vida em perigo. O próprio site do STF, que traz o Acompanhamento Processual de tudo relacionado à Ação Penal 470 e a seus réus, prova que Barbosa mentiu. Não tinha nada pautado lá.
Atualização 3: O jogo sujo da mídia e de Joaquim Barbosa, de empurrar a responsabilidade da violência para José Pacheco, advogado de Genoíno, dizendo que ele estava “embriagado” revela o grau de degradação a que chegou essa dobradinha mídia & JB. Armação barra pesada.
Atualização 4: O pior de tudo é que Barbosa está deliberadamente se negando a agendar os pedidos de Genoíno, para cumprir prisão domiciliar, e de Dirceu, para exercer seu trabalho externo. Está fazendo chicana pura. Isso é pior do que a violência contra o advogado.