Os argumentos sórdidos contra a realização da Copa

Ótimo comentário do leitor Antonio Victor.

Ele ajuda a derrubar um argumento um tanto mesquinho, que considera a construção de um estádio um desperdício, quando sabemos que aquele estádio gerará empregos, renda e impostos durante décadas, ajudando a desenvolver a região onde ele está instalado. Os estádios foram preparados para receber não apenas partidas de futebol, mas grandes shows e sediar eventos de todo o tipo.

Ele observa ainda que a Inglaterra sediou uma Olimpíadas no momento mais difícil de sua história, três anos após o término da II Guerra, quando o país ainda estava devastado pelos bombardeios alemães e com dívidas alucinantes geradas pelos gastos do conflito.

Os EUA também viveram situação parecida. Sediaram uma Olimpíadas em 1932, quando a nação se encontrava vergada por uma de suas piores crises de sua história (após o crash da bolsa, de 1929), com milhões de pessoas desempregadas em todo país.

Em ambos os países, sediar um grande evento foi considerado um momento para erguer a autoestima do povo, e fazê-lo acreditar que as crises seriam superadas.

E duvido que, naquela época, a Olimpíadas tenha sido usada, tanto na Inglaterra quanto nos EUA, como pretexto para a realização de tantas obras estruturantes, de mobilidade urbana, como vimos aqui.

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Inglaterra e EUA sediaram Olimpíadas nos momentos mais difíceis de seus países

Por Antonio Victor, em comentário para o post Os ganhos da Copa em infra-estrutura.

O argumento mais sórdido que a direita usa contra a Copa é de que não se pode fazer eventos assim sem resolver os problemas nacionais. Eu pesquisei aqui e descobri duas coisas interessantes: a Inglaterra sediou uma Olimpíada três anos depois da segunda guerra, com o país ainda destroçado. E mais, os EUA sediaram a Olimpíada de Los Angeles em 1932, no auge da recessão, com milhões de americanos desempregados e passando fome. Inclusive a Olimpíada de 1932 foi a de maior investimento até então. O que para o primeiro mundo é motivo de progresso, usado para levantar o moral do povo, no Brasil é usado para aniquilar a autoestima nacional.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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