Golpistas de 64 não fizeram de graça

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O Cafezinho Espresso – Análise Diária de Mídia e Política – 02/06/2014

Segue a edição de hoje do Cafezinho Espresso, com análise diária de mídia e política.

Quanto custou o golpe de 64

Há alguns meses, um militar na reserva informou que testemunhou o general Amaury Kruel, até então fiel a Jango, receber seis malas cheias de dólares, antes de trair o presidente.

Agora, uma matéria na Folha revela que os empresários que apoiaram o golpe ganharam contratos milionários do Exército. Todos eram paulistas, ligados a Fiesp. Muitos pertenciam à Câmara de Comércio Brasil – EUA.

A seguir, uma revelação documental sobre uma grande empresa de mídia nacional, e sua relação financeira com os EUA.

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Então iniciei algumas pesquisas junto ao wikileaks para saber se encontrava novidades sobre essa promiscuidade entre golpistas, ditadura e Estados Unidos.

Descobri um telegrama interessante, da época de Kissinger, em 1975, tratando de uma ajuda financeira do Eximbank, o banco do governo para financiamentos à importação e exportação, à Rede Globo. A Globo precisava importar máquinas rotativas e equipamentos para impressão de jornais, no valor de US$ 12 milhões. O Eximbank entraria com 3,6 milhões de dólares. Outros empresários norte-americanos emprestariam o resto.

O império, na segunda metade da década de 70, antevendo o fim da ditadura, tratava de montar um bunker midiático poderoso no país, para manter a hegemonia política e cultural.

Mais uma prova de que a Globo sempre foi financiada pelo capital norte-americano. É um braço do Tio Sam no Brasil.

Vou seguir o fio dessa história mais um pouco. Pode ser que isso revela outras surpresas. Quanto mais a gente revira essa história, mais suja ela fica. A Comissão da Verdade terá que sair da zona de conforto, a qualquer hora, e investigar também as emrpesas e mídias que apoiaram a ditadura.


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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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