Tem umas coisas que não dá para entender…
Presente no Congresso da União da Juventude Socialista, que está sendo realizado em Brasília, a presidenta apostou numa reforma política com participação popular.
Ótimo.
Só não se pode esquecer que este debate precisará, desesperadamente, de investimentos em mídias públicas, comunitárias e progressistas, que façam um contraponto à mídia corporativa, cujo único desejo, num debate sobre reforma política, é obstruí-lo, eliminá-lo, e impor uma reforma reacionária, que reduza a participação popular, ao invés de intensificá-la.
De qualquer forma, é um gesto ousado de Dilma, um esforço da presidenta e seu staff de se posicionar de maneira mais assertiva e politizada no debate público de maneira geral.
Entretanto, até às 2 da manhã deste sábado (atualização: já são meio dia e nada), o Blog do Planalto não havia postado nenhuma foto, nenhum mísero vídeo da participação da presidente no Congresso da UJS, que aconteceu no início da tarde. É sabadão, sabe como é. Só nós, blogueiros, somos malucos para trabalhar final de semana, a qualquer hora da noite. Nós e a grande mídia, diga-se de passagem. O governo dorme um sono tranquilo…
A capa do site da EBC não traz nenhuma chamada para um evento que reuniu mais de dois mil jovens em Brasília, com presença da presidente da República, a qual fez um anúncio de importância histórica: enviar uma proposta de reforma política com participação popular ao Congresso Nacional. Mas dá destaque a um protesto de 250 pessoas na praça de Sé, em São Paulo, contra a Copa do Mundo.
Nada como um governo republicano, que dá dinheiro para a grande mídia, esconde suas melhores ações e apoia protestos contra si mesmo.
Dilma envia proposta ao Congresso de participação popular na reforma política
Marcelo Brandão, da Agência Brasil
A presidente Dilma Rousseff anunciou hoje (24), em Brasília, que encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de participação popular no processo de reforma política. “Encaminhei ao Congresso uma proposta de participação popular para que todos possam participar do processo de reforma política. Estou convencida que sem a força da participação popular não teremos a reforma política que o Brasil exige e necessita”, disse a presidente em discurso no 17º Congresso da UJS (União da Juventude Socialista).
Ela ressaltou a importância da educação no processo de desenvolvimento do país e fez questão de mencionar vários programas do governo na área, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), além de citar os números do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), divulgados na manhã deste sábado, quando foram registrados 9,5 milhões de inscritos.
Dilma participou do ato “Amar e mudar as coisas para o Brasil avançar”, uma das atividades do congresso da UJS.
A presidente também falou sobre a Copa do Mundo, que tem início no dia 12 de junho, e reafirmou que o Brasil fará a Copa das Copas. “Tenho certeza que o país fará a Copa das Copas. Tenho certeza da nossa capacidade e do que fizemos. Não temos do que nos envergonhar e não temos complexo de vira-lata. Sei que vocês estão engajados na defesa da nossa Copa. Vamos mostrar a melhor Copa de todos os tempos”.
O congresso da UJS teve início na última quinta-feira (22) e reúne cerca de 2,5 mil jovens. Em sua abertura, a UJS cobrou a revisão da Lei de Anistia, com punição aos torturadores, e prestou homenagem às vítimas da Guerrilha do Araguaia, ocorrida entre o fim dos anos 1960 e início dos anos 1970, no sul do Pará e norte de Goiás (hoje Tocantins), na região conhecida como Bico do Papagaio.
(Foto do Congresso Nacional da UJS deste ano. Fonte: Página da UJS no Facebook)