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Segue a edição de hoje do Cafezinho Espresso, com análise diária de mídia e política.
A recuperação de Dilma: análise da pesquisa Ibope
A grande notícia do dia foi a divulgação da pesquisa Ibope. Interessante notar que o Ibovespa, o índice brasileiro do mercado de ações, fechou o dia em alta, apesar do Ibope dar vitória para Dilma no primeiro turno… Ou seja, tem muito de balela nessa história de associar altas ou quedas das ações aos números eleitorais.
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A íntegra da pesquisa já está no ar.
Eu separei alguns gráficos para analisarmos. Repare que o tal pessimismo generalizado, de que se fala tanto, é um tanto relativo. A maioria absoluta dos brasileiros (80%) está satisfeita ou muito satisfeita com a vida que leva hoje.
Observe ainda que a satisfação é praticamente a mesma em todas as classes. Os que ganham até 1 salário é que são os mais insatisfeitos; destes, 23% estão insatisfeitos. O que me parece saudável, afinal quem estaria satisfeito ganhando um salário?
Outro gráfico interessante é o que correlaciona a satisfação com o candidato preferido.
Repare que não há uma relação total entre insatisfação e voto na oposição. Entre os eleitores de Aécio Neves, 11% estão “muito satisfeitos com a vida que levam hoje”, mais até do que a média, que é de 9%. Ainda entre os eleitores de Aécio, 67% estão satisfeitos, e apenas 18% insatisfeitos. Somando satisfeitos e muito satisfeitos, 78% dos eleitores de Aécio estão satisfeitos. 86% dos eleitores de Dilma estão satisfeitos ou muito satisfeitos. Na mesma condição, estão 79% dos eleitores de Campos.
A tabela abaixo traz números que talvez sejam bons para o governo, embora não tanto para a democracia. A maioria das pessoas que não gosta do governo não estão interessadas nas eleições.
Indo para as tabelas com as intenções de voto, Dilma me parece bastante consolidada nas pesquisas. Vamos começar pela espontânea:
Vamos à pesquisa não-espontânea.
Interessante notar que Dilma e Aécio consolidaram-se na faixa etária que é a segunda mais importante do eleitorado, a com mais de 55 anos. Nesta, Dilma tem a maior votação, com 45% das intenções de voto.
Outra vantagem de Dilma é sua força nas periferias, no interior e nas pequenas cidades, onde a influência da grande mídia e do caos urbano gerado pelas manifestações mais violentas é bem menor.
Na faixa por renda, Dilma mantém um voto classista bastante sólido. Entre quem ganha até 1 salário, ela tem incríveis 56% os votos. Interessante notar que, nesta faixa, Campos supera Aécio Neves, com 14% X 9%. Aécio é o candidato dos ricos. Dilma também marca pontuação acima da sua média entre pardos e pretos, que lhe dão 45% dos votos. Aécio tem mais força entre os brancos, mas não muito acima de sua média.
Na divisão religiosa, não há muita diferença entre as médias dos candidatos. Oxalá essa seja uma questão menor nestas eleições.
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