A força de cada candidato

Quando a Folha esquece seu partidarismo enlouquecido, pára de entrevistar bebês, catar fichas falsas em sites anônimos, ou conspirar junto a seus amigos do cartel midiático, e se limita informar, pode ser um jornal como outro qualquer.

Pena que esses momentos sejam tão raros.

Gostei, por exemplo, desses infográficos publicados no jornal impresso de domingo. Eles ilustram a força, em verba partidária, tamanho de bancadas, número de governadores e tempo de tv de cada candidato.

Os gráficos explicam, em boa parte, o enorme salto alto da campanha dilmista, e o desprezo, até pouco tempo, pelas redes sociais, e super-valorização da tv, esquecendo que a TV rende votos, mas a luta de ideias acontece nas arenas onde é possível interagir, ou seja, na internet.

A pujança do PT, contudo, é apenas aparente, porque, se o partido tem mais tempo de tv  na propaganda eleitoral, a maior parte do tempo normal de televisão, na programação normal, dedica-se à contribuir para a oposição.

Há uma clivagem cada vez maior entre a preferência da maioria e as aspirações de um grupo restrito de bilionários reunidos em torno dos barões midiáticos.

Bilionários que são os próprios barões.

 

 

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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