Tenho a impressão de que Dilma está conseguindo emparedar e isolar Eduardo Cunha, deputado federal pelo PMDB-RJ.
A força de Cunha está em Sérgio Cabral, que precisa mais da Dilma do que a Dilma precisa dele.
Cunha está forçando demais a barra. Todo blefe tem limite, e no caso, este começa a ser desmascarado.
De qualquer forma, o grande jogo de forças se dará com a votação do Marco Civil.
Se o projeto de Molon, para o Marco Civil da internet, for aprovado sem grandes modificações, então saberemos que Cunha é carta fora do baralho.
Se Cunha conseguir uma vitória, saberemos que a luta será mais renhida e que Eduardo Cunha não é apenas um conservador com ligações obscuras com teles e grande mídia. Saberemos que, além de tudo isso, é um adversário da internet, da liberdade de expressão e da própria democracia.
E não vamos esquecer disso.
PS: Essa nota no Ilimar Franco de hoje confirma o “emparedamento” de Cunha.
A cúpula do PMDB fechou com a presidente Dilma e resolveu tirar de campo seu líder na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). A direção diz que há insatisfação, mas nega que o clima seja de ruptura. A radicalização de Cunha não agrada o comando. Este o acusa de jogar só, sem combinar nada com ninguém. E o criticam por tentar mergulhar o PMDB nacional no conflito regional do Rio.
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“O PMDB SÓ ME DÁ ALEGRIA”
Declaração é da presidente Dilma Rousseff, após encontro com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, no Palácio Presidencial de Cerro Castillo; fala se aplica a 99% do partido aliado, com exceção do líder na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), que se transformou em inimigo pessoal; e sinaliza que praticamente não há crise do PT com a maior parte da base aliada; em reuniões recentes, cúpula peemedebista fechou com Dilma e decidiu tirar Cunha de campo; vice-presidente, Michel Temer, definiu aliança como “muita sólida”
11 DE MARÇO DE 2014 ÀS 10:15, NO BRASIL 247
247 – “O PMDB só me dá alegria”, declarou nesta terça-feira 11 a presidente Dilma Rousseff a jornalistas, no Chile, após encontro com a presidente Michelle Bachelet, que toma posse hoje. A declaração sinaliza que praticamente não há crise do PT com a maior parte da base aliada e que a aliança com o partido, ameaçada nos últimos dias, está tranquila.
A frase se aplica a 99% do PMDB, com exceção do líder da bancada na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), que, com um comportamento radical e sugestões para se “repensar” a aliança, segundo ele, com base em parlamentares insatisfeitos, virou inimigo pessoal e não representa o posicionamento da cúpula do partido.
Líderes peemedebistas, como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Henrique Alves (RN), além do vice-presidente da República, Michel Temer, fecharam com a presidente em reuniões nos últimos dias, numa estratégia para isolar Eduardo Cunha. A cúpula admitiu que há insatisfação, mas não clima de ruptura.
Os dirigentes se preocupam, conforme noticia o colunista Ilimar Franco, do jornal O Globo, em deixar aberto o caminho para a recomposição, que deve acontecer após a reforma ministerial e as convenções de junho. O comportamento radical de Cunha não é uma surpresa para a direção nacional da legenda, mas acabará tirando-o de campo.
Nesta segunda-feira 10, Michel Temer garantiu que a aliança PT-PMDB está “garantida” e “muito sólida”. “Por mais que muitas vezes se diga que há embaraço, devo dizer com toda a tranquilidade que as conversas que tive ontem à noite e que tivemos hoje com as lideranças do PMDB revelam a solidez da nossa aliança”, disse. O vice já havia desautorizado Eduardo Cunha ao afirmar que apenas a convenção nacional decidirá futuro de peemedebistas, após reunião com Dilma Rousseff no último domingo.