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O truque do Valor para bater na Venezuela

O Valor tem se caracterizado, como define um colega, como “PIG cheiroso”, porque, de fato, oferece uma linguagem muito mais sóbria que seus primos. Provavelmente porque seu público alvo são empresários; não os homers simpsons vulgares e analfabetos políticos que, desgraçadamente, formam a maioria da classe média consumidora de textos de opinião. De vez em […]

3 comentários
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O Valor tem se caracterizado, como define um colega, como “PIG cheiroso”, porque, de fato, oferece uma linguagem muito mais sóbria que seus primos. Provavelmente porque seu público alvo são empresários; não os homers simpsons vulgares e analfabetos políticos que, desgraçadamente, formam a maioria da classe média consumidora de textos de opinião.

De vez em quando, porém, o Valor precisa mostrar serviço, não ao leitor, mas a seus donos e os interesses aos quais estes servem, que vão muito além de míseras assinaturas de jornal.

Nesta quarta-feira de cinzas, por exemplo, a manchete do Valor era sobre um suposto calote da Venezuela em empreiteiras brasileiras.

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Só que não.

Se você ler a matéria, ficará mais confuso do que informado. Primeiro porque todas as informações sobre dívidas foram dadas por fontes anônimas. Todas as fontes nominadas, ao contrário, contestam a informação.

A própria matéria é contraditória. Ela diz que a Venezuela tem US$ 20 bilhões em obras contratadas com empreiteiras brasileiras, sendo que apenas US$ 2 bilhões não foram pagos. Ora, 2 bilhões é 10% de 20 bilhões. Não há nenhum sinal de calote aqui.

A matéria diz que a maior parte da dívida é com a Odebrecht, principal empreiteira engajada em obras no país. Pois então, quando o repórter pergunta ao diretor administrativo da empresa, Claudio Daltro, ele respondeu o seguinte:

“O atraso no pagamento é normal no negócio de infra-estrutura. Não tenho problema aqui que eu não tenha em outros lugares.”

Ou seja, a matéria é toda uma não-matéria. Fala de um calote que não se configura. De atrasos (não confirmados) perfeitamente naturais diante dos valores envolvidos e em função do tipo de serviço oferecido, obras de infra-estrutura que perduram por muitos anos.

O Valor fez uma matéria apenas tendenciosa, com objetivo de pintar o governo venezuelano como feio, bobo, mau e caloteiro. O artigo traz várias referências negativas sobre a economia venezuelana, omitindo-se de mencionar os profundos avanços sociais vividos pelo país.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Walber Leandro

06/03/2014 - 12h57

COM DIZ O PHA, ESSE É O PIG CHEIROSO….

Alberto Lisboa

06/03/2014 - 09h41

Negócios na, e com, a Venezuela? Melhor informar-se em http://camarabv.org/Boletins/CAMARABV98-BR.pdf

Luciano

05/03/2014 - 22h19

Mente em letras garrafais e desmente em letras miúdas.


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