Francamente, estou cansado de falar da Globo. Mas não tem jeito. Escrever sobre política no Brasil e não falar na Globo é como escrever sobre política na Venezuela e não falar em Chávez.
Ontem eu estava almoçando num restaurante a quilo perto da minha casa, e ao mesmo tempo lia os jornais. Sei que não é um hábito saudável, mas o tempo é curto e o restaurante tem uma excelente mesa. Longe do computador, consigo me concentrar melhor na leitura.
Daí me deparo com a seguinte matéria, sobre presidente russo, Putin.
(Para ampliar e ler de perto, clique aqui).
Trata-se de uma matéria ridícula, uma fofoca sem pé nem cabeça. Segundo adversários de Putin, ele teria uma fortuna de US$ 40 bilhões. Essa é a prova! A palavra dos adversários…
Ora, a embaixada russa deveria exigir uma retratação!
O Globo faz uma injúria vil desse porte, contra um estadista, e depois eu é que sou condenado pela Justiça!
Esse tipo de denúncia tem de ser embasada em provas. Senão eu vou pensar que se trata de uma dessas matérias pagas pelos Estados Unidos para difamar governos e estadistas que não comam na mão do império.
É sabido que a Rússia está dando abrigo a Snowden. Eventualmente, a Rússia pode vir com alguma nova denúncia grave contra o governo americano. Estaria a CIA preparando terreno e espalhando, através de seus tentáculos na mídia mundial, matérias para desqualificar a fonte?
Seja como for, a matéria desqualifica o Globo, ao se prestar a um papel tão baixo.
Quem conhece um pouquinho a história da imprensa brasileira, sabe que a Globo se consolidou durante a ditadura, com ajuda financeira dos EUA, através da Time Life.
Há muitas historias de montanhas de dinheiro distribuída pela CIA aos grupos locais de mídia, para detonarem o governo e ajudarem a armar o golpe de Estado.
Essa matéria sobre Putin mostra que nada mudou. Quem pode saber até que ponto essa “parceria” ainda não continua de pé?