Espero que, algum dia, os brasileiros conheçam melhor quem foi Cesare Beccaria. Aí entenderiam a importância de jamais pensarmos como Barbosa, de que os condenados merecem “ostracismo”, ou que a justiça se esgota no ato de condenar. Não. A justiça se consuma no ato de recuperar um preso, e dar-lhe novamente a liberdade. A justiça deveria ser sinônimo de liberdade, dignidade e direitos garantidos, e não de arbitrariedades, humilhação e violação de direitos.
A carta de Cunha, deputado federal que construiu sua trajetória conquistando, democraticamente, um grande número de eleitores, e que sempre cumpriu suas promessas enquanto parlamentar, lutando pelos direitos dos trabalhadores, deveria fazer os ministros do STF refletirem sobre o significado da democracia: João Paulo Cunha é menos ser humano, menos brasileiro, porque foi condenado? É assim que os ministros pensam?
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João Paulo Cunha: Carta aberta ao ministro Joaquim Barbosa
Caro ministro Joaquim Barbosa, há poucos dias, em entrevista, o senhor ficou irritado porque a imprensa publicou a minha opinião sobre o julgamento da ação penal 470 e afirmou que não conversa com réu, pois a este só caberia o ostracismo.
Gostaria de iniciar este diálogo lembrando-lhe de recente afirmação do ex-ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal: “O Judiciário tende a converter-se em um produtor de insegurança” e que “o que hoje se passa nos tribunais superiores é de arrepiar”. Ele tem razão. E o julgamento da ação penal 470, da qual V. Exa. é relator, evidencia as limitações da Justiça brasileira.
Nos minutos finais do expediente do último dia 6 de janeiro, o senhor decretou a minha prisão e o cumprimento parcial da sentença, fatiando o transitado e julgado de meu caso. Imediatamente convocou a imprensa e anunciou o feito. Desconsiderando normas processuais, não oficializou a Câmara dos Deputados, não providenciou a carta de sentença para a Vara de Execuções Penais, não assinou o mandato de prisão e saiu de férias. Naquele dia e nos subsequentes, a imprensa repercutiu o caso, expondo-me a execração.
Como formalmente vivemos em um Estado democrático de Direito, que garante o diálogo entre o juiz e o réu, posso questionar-lhe. O meu caso era urgente? Por que então não providenciou os trâmites jurídicos exigidos e não assinou o mandato de prisão? Não era urgente? Por que então decretou a prisão de afogadilho e anunciou para a imprensa?
Caro ministro, o senhor pode muito, mas não tudo. Pode cometer a injustiça de me condenar, mas não pode me amordaçar, pois nem a ditadura militar me calou. O senhor me condenou sem me dirigir uma pergunta. Desconsiderou meu passado honrado, sem nenhum processo em mais de 30 anos como parlamentar.
Moro na periferia de Osasco há 50 anos. Trabalho desde a infância e tenho minhas mãos limpas. Assumi meu compromisso com os pobres a partir da dura realidade da vida. Não fiz da fortuna minha razão de existir, e as humilhações não me abatem, pois tatuei na alma o lema de dom Pedro Casaldáliga: “Minhas causas valem mais do que minha vida”.
O senhor me condenou por peculato e não definiu onde, como e quanto desviei. Anexei ao processo a execução total do contrato de publicidade da Câmara, provando a lisura dos gastos. O senhor deve essa explicação e não conseguirá provar nada, porque jamais pratiquei desvios de recursos públicos. Condenou-me por lavagem de dinheiro sem fundamentação fática e jurídica. Condenou-me por corrupção passiva com base em um ato administrativo que assinei (como meu antecessor) por dever de ofício.
Por que me condenou contra as provas documentais e testemunhais que atestam a minha inocência? Esclareça por que não aceitou os relatórios oficiais do Tribunal de Contas da União, da auditoria interna da Câmara dos Deputados e da perícia da Polícia Federal. Todos confirmaram que a licitação e a execução do contrato ocorreram em consonância com a legislação.
Desafio-lhe a provar que alguma votação tenha ocorrido na base da compra de votos. As reformas tributária e previdenciária foram aprovadas após amplo debate e acordo, envolvendo a oposição, que por isso em boa parte votou a favor.
Um Judiciário autoritário e prepotente afronta o regime democrático. Um ministro do STF deve guardar recato, não disputar a opinião pública e fazer política. Deve ter postura isenta.
Despeço-me, senhor ministro, deixando um abraço de paz, pois não nutro rancor, apesar de estar convicto –e a história haverá de provar– que o julgamento da ação penal 470 desprezou leis, fatos e provas. Como sou inocente, dormirei em paz, nem que seja injustamente preso.
JOÃO PAULO CUNHA, 55, é deputado federal (PT-SP). Foi presidente da Câmara dos Deputados (2003-04)
Vitor – Floripa
04/02/2014 - 00h25
João Paulo Cunha, estamos com você! Também nós desafiamos a esse juiz atormentado a apresentar as provas daquilo que ele inferiu para condenar.
Décio
03/02/2014 - 22h21
Não tem crase em “a Barbosa”. Petista analfabeto.
Miguel do Rosário
03/02/2014 - 23h54
Cruz, santa! Errar uma crase é sinal de analfabetismo?
Asinus in cathedra!
Vitor – Floripa
04/02/2014 - 00h27
atenção galera, a partir de agora a falta de crase define petista. Tipo, não tem crase, logo …é petista! “Os coxinha pira!”
Luiz Barone
03/02/2014 - 15h59
O diabo veste Prada,capitão do mato chora coxinhas
Chico Melo Melo
03/02/2014 - 00h58
ESSES TUKANALHAS LADRÕES DE TRENS E METRÔS DE SUN PAULO… NERVOSOS, COM A PREVISÃO DE DERROTA EM OUTUBRO.
Geralda Aparecida Pereira
02/02/2014 - 19h03
Corja petista?Quem é voce,um incorruptível cidadão?É um ser perfeito?Atire a primeira pedra……
Fernando Antonio Espindola Teixeira
02/02/2014 - 17h10
ALÉM DE TUDO ,FALTA-LHE VERGONHA ,OMBRIDADE.DEVE SER UM DEMENTE!!!!!!
Gilza Maria Primo de Oliveira
02/02/2014 - 16h15
SER um HOMEM HONRADO é para POUCOS…
Marcilio Landim Meireles
02/02/2014 - 16h09
Espero que, algum dia, a corja petista apodreça na cadeia que é lugar de corrupto
duenhas
02/02/2014 - 15h21
Idiota
Marcos
03/02/2014 - 08h23
Marcilio, você não passa de um infeliz. Um reacionário. Um fanático ideológico. Pouco importa para você se Genoino, Dirceu, João Paulo Cunho ou Delúbio Soares podem ser inocentes. E por tudo o que acompanhei deste caso, tenho convicção de que eles são inocentes. Mesmo que fossem culpados, o que não acredito, só alguém com muito ódio, uma pessoa muito doente mental e/ou emoocionalmente, desejaria que alguém apodrecesse na cadeia. Para um fanático como você, se eles são petistas, logo são corruptos. Seja você um tucanalha ou não, simpatizante ou não deste ou daquele partido, pelo ódio que emana de suas palavras, você não passa de uma pobre alma atormentada.