A crise nos presídios maranhenses e a prisão de algumas figuras políticas famosas voltaram a chamar a atenção para o sistema penal brasileiro.
Recentemente, ficamos sabendo que uma quantidade enorme de presos no país já poderia ter sido soltos, ou ainda sequer foram sentenciados.
Em matéria prisional, o Brasil ainda está na Idade Média.
E o pior é que setores supostamente esclarecidos da sociedade, ao invés de contribuírem positivamente para o Brasil avançar neste sentido, estão deixando que o ódio político contamine suas ideias e aderindo a um nojento fascismo penal, que rejeita qualquer medida que possa beneficiar um preso.
Hoje, por exemplo, me deparo com a seguinte observação de Eliane Cantanhede, colunista política da Folha, que é o jornal mais influente no país.
José Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses, mas, com base na lei e trabalhando daqui, lendo um livro dali, pode acabar passando só dez meses na prisão. O problema, obviamente, não é de Dirceu, mas do sistema.
Ora, Cantanhede está desmerecendo os poucos avanços humanistas do nosso sistema prisional, que estimulam os presos a estudarem e trabalharem? Isso é um “problema”?
O triste é ver que, enquanto milhares de cidadãos brasileiros são torturados em nossas masmorras pós-modernas, o presidente do Conselho Nacional de Justiça, Joaquim Barbosa, passeia em Paris e Londres, onde “trabalha” ganhando diárias, ao invés de trabalhar no Brasil, lutando para tirar da prisão todo e qualquer brasileiro cujo emprisionamento possa ser trocado por uma pena alternativa.
E diante de uma crise tão grande, com tantos mortos e feridos, e sobre a qual Joaquim Barbosa, como presidente do CNJ e do STF, tem grandes responsabilidades políticas e administrativas, os jornalistas brasileiros apenas lhe perguntam sobre João Paulo Cunha…
Até hoje não engoli o silêncio da mídia quando descobriu que havia um tetraplégico na Papuda, preso porque encontraram maconha em seu quarto. No afã de usar qualquer fato para detonar José Genoíno, que, doente, precisa ser tratado em prisão domiciliar, a mídia não fez uma crítica a essa barbaridade que não ouso chamar nem de medieval. É pior que medieval. É monstrouso.
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