“Crise” no comércio exterior é a nova falácia da mídia

A “guerra psicológica” continua a todo vapor. E a nossa midia se tornou especialista em torturar os números para extrair apenas o lado negativo de tudo. A última falácia é sobre o comércio exterior. A queda na balança comercial tem sido interpretada de maneira doentia. Miriam Leitão, em sua coluna de hoje, não consegue esconder sua alegria por poder apontar um fato negativo:

O saldo comercial em 2013 não foi apenas o pior resultado em 13 anos. Foi mais.

É a velha técnica de contar uma verdade mas falar uma mentira. O comércio exterior brasileiro nunca esteve tão bem.

No acumulado dos três primeiros anos de governo Dilma, o Brasil exportou US$ 741 bilhões, um recorde absoluto sobre qualquer época. Nos três primeiros anos do governo Lula, o Brasil exportou US$ 230 bilhões. Nem comparo com a gestão FHC porque é covardia.

A balança comercial caiu em 2013, mas não porque caiu a exportação. Ela caiu apenas porque subiu a importação, puxada pelo aumento do poder aquisitivo de pessoas e empresas.

Os vinhos chilenos e portugueses que eu passei a tomar este ano pressionaram as importações. Mas isso é bom. Importação não gera empregos como a exportação, mas gera impostos diretos e ajuda a pagar a saúde, educação e infra-estrutura. Indiretamente, portanto, também gera empregos.

O desenvolvimento de um país se mede pela corrente de comércio, que aumentou mais de 4 vezes de 2002 até hoje. Em 2002, a corrente de comércio era de US$ 108 bilhões; em 2013, subiu para US$ 482 bilhões. Aumentou em quatro vezes! Que pais já fez isso?

Eu preparei alguns gráficos para a gente ter uma ideia melhor do que aconteceu nos últimos anos.

 

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.