Num post escrito para o Tijolaço, eu já havia cantado essa bola. No domingo, a Folha apareceu com uma “denúncia” contra o governo Alckmin, o qual teria dobrado os gastos mensais previstos para o primeiro semestre de 2014.
Tudo jogo de cena entre Folha e Alckmin, para fingir que podem ser críticos ao PSDB, e ao mesmo tempo abafar o trensalão.
Em ano eleitoral, o governo é probido de gastar com publicidade no segundo semestre, então todos os gastos com publicidade, assim como uma série de outras despesas, são comprimidas no primeiro semestre. Resultado, os gastos mensais no primeiro semestre ficam maiores.
O caso foi manchete de capa:
Só que os próprios infográficos da reportagem, no miolo do jornal, já mostravam que a denúncia era bobinha. Os gastos do governo Alckmin para 2014 vão cair em em relação ao ano anterior, de 194 para 188,8 milhões de reais. Só vai aumentar a média mensal pelas razões já mencionadas.
Ainda entre os infográficos, a explicação de que está tudo dentro da lei.
Pra que dar um peso de “manchete” à notícia? A única explicação, a meu ver, é fazer um jogo de cena para abafar o escândalo do trensalão.
Eu ainda avisei: a própria Folha publicará, nos dias seguintes, uma explicação singela do governo Alckmin. Dito e feito. Hoje, na seção de Cartas ao Leitor, a Folha publica a resposta do governo. O título da carta é fofinho.
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18/12/2013 – 04h38
Governo de SP esclarece reportagem sobre gastos com propaganda
FELIPE NEVES
COORDENADOR DE ATENDIMENTO À IMPRENSA DO GOVERNO DE SP
DE SÃO PAULO (SP)
Estão errados o título “Alckmin dobra gasto mensal com propaganda em 2014” (“Poder”, 15/12) e a manchete “Eleição faz Alckmin dobrar gasto mensal com propaganda” (“Primeira Página”).
O gasto previsto com publicidade do governo de São Paulo vai diminuir ou se manter igual em 2014. O governo poderá fazer publicidade durante oito meses (nove, se não houver segundo turno). Mas a reportagem dividiu o valor por seis, inflando o cálculo.
Outro erro grave: para o ano que vem, a reportagem tomou como base a proposta orçamentária em discussão no Legislativo. Ao invés de compará-la ao orçamento atualizado de 2013, cotejou-a com o gasto até 12 de dezembro, quando campanhas publicitárias ainda não tinham sido liquidadas.
A dotação orçamentária atualizada de 2013 é de R$ 281 milhões. Já a proposta prevê R$ 188 milhões para 2014. Diluída em gasto mensal, será de R$ 23,5 milhões (oito meses) ou de R$ 20,8 milhões (nove meses).
RESPOSTA DOS JORNALISTAS MARINA DIAS E PAULO GAMA – A comparação feita pela reportagem é correta e o critério adotado foi descrito de forma transparente. O governo planeja concentrar no primeiro semestre de 2014 seus investimentos em propaganda e a comparação feita pela reportagem mostra o impacto que essa escolha pode ter num ano de eleição.
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E assim todos terminam felizes para sempre. Ah, a Folha “esqueceu” de computar os gastos com publicidade das estatais…
gerson
19/12/2013 - 11h21
Aqui em Joinville o ex prefeito petista Carlito não pode concorrer nas eleições passadas por tem feito gastos acima da média mensal com propaganda no ano eleitoral. Será que o entendimento desta lei aqui é diferente?
Cleide Portella
19/12/2013 - 12h25
Acha que nós somos trouxas!!!
Geraldo Amorim Filho
19/12/2013 - 01h38
renca de espertos! nada! Amigos com medo de perderem a boquinha!!!!
Rodrigo Jardim Rombauer
19/12/2013 - 01h35
excelente!
José Carlos liJô
18/12/2013 - 23h28
Em Goiás o marconi périplo se levantou ao dar mensalao para a imprensa
Ta vendo Haddad
José Carlos lima
18/12/2013 - 23h25
Combate sistemático ao comunismo e à corrupção ao justificar o apoio à ditabranda
A foia eh a mesma golpista de sempre
José Carlos lima
18/12/2013 - 23h22
Um mensalão a cada més e tudo bem
Alberto Junior
18/12/2013 - 23h29
Cafezinho muito bom